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"Para mim, entendo que seria um ato de higiene, de cidadania, haver uma mudança, não só dela mas de todo o Governo (...) Eu tenho dito que o próprio primeiro-ministro já não lidera o Governo, já não lidera o partido, já não lidera o país, mas isso é uma questão política e eu não quero intervir directamente no debate político."
António Marinho e Pinto
Um acto de higiene seria, isso sim, Marinho e Pinto abster-se de proferir comentários eivados de ressentimento, amargor e fel, cujos destinatários são invariavelmente todos aqueles que não alinham no diapasão poujadista a que nos tem repetidamente habituado. O foguetório marinhista, além de gasto e tedioso, não oferece já - se é que alguma vez ofereceu - qualquer tipo de credibilidade ao argumentário que faz da reforma da Justiça o seu húmus. Fazer do desempenho de um cargo com óbvias repercussões públicas - e políticas - um exercício pífio de notoriedade assente na necedade permanente, é, acima de tudo, desprestigiar um sector cuja descredibilização atingiu há muito o zénite.
Tal como oportunamente noticiámos, teve início o processo de total ruína do grande edifício de habitação na Duque de Loulé. Completamente destelhado, com a fachada traseira de janelas escancaradas para facilmente permitirem a entrada das chuvas que já fustigam este Outono que agora se inicia, o prédio está à mercê do crime habilmente gizado com o beneplácito das chamadas autoridades camarárias. Sempre zelosos, os funcionários da CML que procedem a rigorosas fiscalizações com alguns artifícios bem conhecidos por muitos, jamais puseram os pés naquela enorme obra que se previa ser de total recuperação deste importante edifício, que sem qualquer dúvida, é património da cidade de Lisboa. Esta manhã, um operário assoberbado pela faina do aterro do grande buraco destinado ao estacionamento futuro, manifestou a sua revolta pela intencionalidade de toda esta situação. Conivente com os proprietários, está sem dúvida a Câmara do sr. Costa e do partenaire cavalheiro das arquitecturas, o tal primo do BES. Dizia o trabalhador, que numa situação de respeito pela legalidade, este prédio seria imediatamente protegido por um telhado provisório e em simultâneo, teriam sido os proprietários obrigados a selarem todas as janelas. A intenção é clara: destruir todo o interior até hoje em muito bom estado de conservação e apenas manter a "fachada de prestígio".
Nada disto é por acaso e ainda há minutos ouvíamos o dito edil perorar iradamente acerca da urgência de "obras de recuperação" nos prédios da capital. Precisamente ele, déspota da gestão de um parque imobiliário camarário que se encontra na mais escandalosa situação de abandono. A desfaçatez, a falta de vergonha é lapidar. Não há quem ponha cobro a isto?
O que anda a fazer, ou o que tem a dizer a tagarela Roseta?
Não permitiu o ingresso de Pacheco Pereira nas listas do PSD para ao Parlamento. O primeiro-ministro tem agora sempre garantida, uma torpe e rasteira vingançazinha servida todas as quintas-feiras, em directo dos estúdios daquela espécie de estação televisiva calabresa. Argumentos sem pés nem cabeça, ódios pessoais estampados nas bochechas do conviva, sendo este sempre apoiado pelo indignado Costa das demolições a eito. Uma desgraça, um sortido de misérias catapultadas pela gente de Balsemão. É demasiada, esta total falta de decoro. Dali não sai qualquer ideia alternativa, qualquer sugestão que possa contribuir para o bem comum. Tudo isto é imensamente mesquinho, abjecto.
Palavras que há muito deviam ter sido proferidas. Num país habituado à condescendência para com o inexplicável, a titular da Justiça afirmou existir a vontade para levar avante o processo de averiguação das PPP, exigindo-se agora - embora sem ilusões quanto à sinceridade da classe política -, o total esclarecimento público. Sabemos como os meandros da política partidária e as suas ramificações empresariais-financeiras funcionam e reagem às ameaças à sua omnipotência, mas este é um caso que se seguir os maus exemplos precedentes, poderá significar um desfecho terrível para o próprio regime.
Independentemente da origem partidária, há que saber o montante dos acordos, os nomes dos beneficiários e quem negociou os contratos. Já não existe qualquer possibilidade do preservar da impunidade até agora costumeira, por muito que isso desagrade a alguns sectores do poder. Mais ainda, exorta-se a autoridade estatal para a cabal informação acerca de outros casos, velhos de mais de um quarto de século. Podemos até deixar a sugestão de uma data-marco, para o início de investigações que nos esclareçam acerca das causas da situação de catástrofe nacional que Portugal enfrenta: o início da chegada dos Fundos Estruturais.
http://publico.pt/1564780
A Rainha Isabel II mostrou-se ultrajada pela insólita impunidade de que até há pouco, Abu Hamza - a repulsiva gárgula turbantada de Finnsbury Park - escandalosamente beneficiou. A soberana apenas desabafou aquilo que é óbvio para qualquer cidadão comum. Abu Hamza odeia a Grã-Bretanha, promove a subversão como forma de procedimento social normalizado, acicata ímpetos terroristas no seu rebanho. É simplesmente, uma criatura desprezível, um atentado à segurança do Estado e da população.
Em suma, eis o depoimento do Sr. Gardner: "She spoke to the home secretary at the time and said, surely this man must have broken some laws. Why is he still at large? He was conducting these radical activities and he called Britain a toilet. He was incredibly anti-British and yet he was sucking up money from this country for a long time. He was a huge embarrassment to Muslims, who condemned him."
Ali também começam a deixar de "dar cavaco" e todos esperam mais dia, menos dia, o feliz envio desta encomenda endereçada aos competentes serviços dos Estados Unidos da América. Com um selo da recomendação de prestígio, By Appointment of H.M. the Queen.
Se por catástrofe conseguisse a mirífica independência dos egoístas, a Catalunha teria uma extrema dificuldade em ingressar na União Europeia. O veto de Espanha seria uma coisa certa. Reconhecendo intimamente esta evidência sem o dizer, o sr. Mas faz subir a parada e por estes dias tem como único e exclusivo fim, o alijar das esmagadoras responsabilidades do seu partido. Responsabilidade pelo desastre financeiro catalão que já monta a 44.000 milhões, vertiginoso crescimento do desemprego e exclusão social, subida em flecha dos extremistas que à vontade pontapeiam "estranhos" ruas de Barcelona fora, vergonhosa corrupção e compadrio que transforma a região numa sub-Calábria, desastre nas relações com as outras regiões do país vizinho. Somando-se à histeria de marginais como a ERC e de outros estultos convivas das truculências de há oitenta anos, a CiU despeja gasolina para a fogueira do nacionalismo local, aliás bastante concomitante com um sacratíssimo e tradicional egoísmo que se recusa a contribuir no auxílio às zonas mais carenciadas de Espanha. Imaginam uma situação semelhante em Portugal? Curiosa, esta inflamada movida cacofónica de uma certa esquerda das festas "de cá e de lá", ansiosa por "lutas" e "libertações" sempre condutoras ao que se sabe. Agora, neste preciso momento, tenta uma nova versão da "tejerada", desta vez juntando uns tantos milhares na Plaza Neptuno, em Madrid. Quanto ao caso catalão, estes ditosos agentes do progresso, uma vez mais apoiam uma causa nada solidária, decididamente enveredam pela discriminação mais abjecta e grotescamente aplaudem o mais rançoso tipo de chauvinismo. Nada de novo.
Talvez esteja a chegar o momento certo para um discurso real directo, sem peias ou filtros da Moncloa. É que atravessando a fronteira, não existe um patético cúmplice, encavacado no vértice da pirâmide do Estado. Nada de confusões.
Fialho de Almeida ( que viria a " reconciliar-se com o regime tradicional, depois de um encontro com o ministro de D. Carlos " ) : - " Superior, inteligente, culto, bravo e generoso...enjoado da torpitude dos partidos, e tendo da ideia de pátria um culto inverosívelmente alto e absorvente "
Homem Cristo : -" Tinha defeitos, mas, no meio dos seus defeitos, foi o político mais inteligente do seu tempo "
João Chagas, a propósito das cartas a João Franco : - " Aliviam a memória de D.Carlos de um grande peso "
Foi este " homem forte de vontade, enérgico e decidido nas atitudes, largo nas ideias e profundo no saber " ( « D.Carlos »- Casimiro Gomes da Silva ), que um bando de conspiradores que tinham escapado à prisão a 28 de Janeiro do mesmo ano assassinaram.
" À noite, nas Necessidades, o Conselho de Estado reunido persuade o novo Rei, infante D. Manuel, a afastar João Franco e a formar ministério novo. Faz-se a vontade ao inimigo, abatem-se bandeiras perante o crime. « Os regimens sucubem e desaparecem, menos pela força do ataque que pela frouxidão da defesa » - dirá o próprio João Franco. Resume, muito exactamente, um jornal, meses depois: - ' O Rei morreu na tarde de 1 de Fevereiro, no Terreiro do Paço. A Monarquia morreu nessa noite, no Paço das Necessidades ', precisamente quando a Realeza se erguia unida a um governo sério e forte. Eliminado da cena e lançado para o exílio o único homem de pulso, não há em torno de D.Manuel senão os velhos homens dos partidos, sempre envolvidos em querelas de vaidades, sempre obcecados pelo fito de conquistar o mando para si e para os seus amigos " ( João Ameal )
Os partidos que aquele chamara de " rotativos ", aproveitam-se assim da inexperiência bem intencionada do Infante adolescente para voltarem ao mesmo regabofe, depois dos esforços do rei e do seu 1º Ministro para fazerem de Portugal um país decente.
Em Portugal, o dinheiro nasce em cachos de uvas e de forma tão espontânea como as falas dos nossos donos. A "montanha pariu um rato", eis o desdenhoso comentário roncado por alguns. Por ditos espirituosos deste estilo, podemos comprovar a pouca seriedade de uma boa parte da classe política portuguesa. Um corte de 200.000.000 de Euros na despesa, uma coisa insignificante, pensam eles. Tudo isto é demasiadamente caricato, indiciando algo de muito mais grave e sem solução.
Quem não se recorda desta lapidar sentença do Sr. Sampaio? O homem devia estar a referir-se a si próprio, pois ao deixar a presidência "da coisa", continuou "por aí", tal como dizia o seu escorraçado primeiro-ministro Santana Lopes. Senão, vejamos: séjour temporalmente indefinido no atelier da Rainha Dª Amélia e 750.000 Euros de obras a cargo dos do costume, aboletou-se na República como ex, com todas as mordomias inerentes - os tais "direitos adquiridos" - e a irrecusável licença para debitar sentenças. Não contente com o pousio, ei-lo assumindo a missão filantrópica daquela a quem chamaram a Grande. Para melhor preencher os intervalos entre os buracos do golf, instala-se num cadeirão qualquer inter-civilizações para mulá ver e ainda consegue repimpar-se no berço de Guimarães. É obra, mas má despesa.
Samuel,
amanhã irás.
Guarda-te bem, e que os teus genes e a construção que conseguiste edificar de ti mesmo, em suma que tu - produto de ti próprio, como um verdadeiro liberal e Homem de Bem, possas vingar e propalar aos sete ventos tudo aquilo a que nos habituaste nesta curta, mas repleta, convivência no seio deste asilo de loucos agora à beira de um fim.
Desejo-te tudo o que uma pessoa de pleno direito possa desejar a outra pessoa de pleno direito.
E, acrescento, com amizade.
Da rábula maior, rezará a História e cá andaremos, todos, sem que a distância o impeça.
Um abraço e até já.
Brevemente perto de si.
Aproveitando a deixa do ilustre conviva de blog Fernando Melro dos Santos, deixo em epígrafe uma pequena citação da posta mais recente de Ambrose-Evans Pritchard acerca da crise espanhola:
"Events in Europe are now moving fast. Portugal has been in havoc for the last week. Spain is in ever greater havoc. Much of southern Europe has become unpredictable."
O anúncio por banda do senhor Mas da realização de eleições antecipadas na Catalunha comprova o singelíssimo facto de a Espanha estar a entrar numa situação de fractura cujas consequências poderão ser imprevisíveis. O "executivismo" europeu, levado ao extremo da penúria generalizada, tem, e terá, como principal efeito a criação de um estado de instabilidade permanente. Espanha, por todas as razões e mais algumas, é um país que pelas suas características ingénitas deveria merecer uma atenção redobrada, pois, ou muito me engano, ou o destino da Europa jogar-se-á no tabuleiro espanhol. A instigação à cesura, sobretudo num país retalhado a eito por nacionalismos seculares pouco dados às virtudes da conciliação, só poderá conduzir ao reflorescimento de demónios há muito adormecidos. Fortuna caeca est.
P.S.: Entretanto, no interim deste anúncio, as hordas do "politicamente correcto" vão-se abeirando do Congreso de los Diputados clamando pelo impossível.
O novo artifício consiste em "mover as massas" - com alguns casos hilariantes que ameaçam repetir-se - , concentrando-as em redor dos palácios que abrigam os órgãos de soberania e tentando o contornar da legalidade expressa pela maioria. É essa a reinterpretação da democracia, atirada aquela imposta pela lei do voto, a da escolha livre e em recolhimento, para a vala comum da história. Anteontem em Atenas, ontem em Lisboa e hoje em Madrid, eis o recurso à velha fórmula que outrora fez carreira em S. Petersburgo e também, aqui lembramos, nas ruas do Portugal de 1974/75.
Concordemos ou não com a actual fórmula sob a qual se ergue o Estado, isto é subversão.
(imagem daqui)
Luiz Felipe Pondé, Guia Politicamente Incorreto da Filosofia:
«A ética aristocrática da coragem é marca das sociedades guerreiras. Muita gente hoje em dia considera essa posição retrógrada e “reacionária” porque ela não levaria em conta os limites do humano. Para Patton, e o que ele representa no filme, a ideia é falsa, porque na vida, vista como uma guerra contínua, a falta de coragem é sempre reconhecida pelos que não mentem ou não agem de má-fé (a guerra seria uma representação da vida, como nos mostra Tolstói em seu monumental Guerra e Paz). Você não precisa estar num campo de batalha, onde brotam os corajosos e os covardes a olho nu, para saber que no cotidiano os covardes mentem mais, fogem das responsabilidades, traem seus amigos e colegas, usurpam glórias que não são suas, enfim, mesmo morta a sociedade guerreira da Antiguidade, permanece a consciência cristalina de que sabemos identificar a coragem quando se revela diante de nossos olhos. Por acaso você já viu um covarde? Talvez no espelho? Já teve vontade de ficar de joelhos diante de alguém que de fato não teme aquilo que a maioria teme (seja a morte, representação mais evidente da questão, seja a perda do emprego, o abandono, a tristeza)?
Uma das coisas que os politicamente corretos mais temem é a ética aristocrática da coragem levada para a vida cotidiana, porque ela desvela o que há de mais terrível no ser humano, a saber, que ele é o animal mais assustado e amedrontado do mundo. Para os politicamente corretos, o correto é mentir sobre isso, a fim de aliviar a agonia que temos porque sabemos que somos todos no fundo covardes e dispostos a colaborar com nazistas (ou seus similares) se para nós for melhor em termos de sobrevivência. Há uma profunda relação entre essa praga e a autoajuda, na medida em que ambas mentem sobre os verdadeiros problemas dos seres humanos e de nossa natureza sofrida e angustiada. Dizem eles que tudo isso é “culpa” do machismo, do capitalismo, do cristianismo, dos marcianos. Outra coisa que o politicamente correto detesta é a própria noção de aristocracia (que a filosofia, já em Platão, separou da noção de “aristocracia de sangue” para defini-la como “o governo dos mais virtuosos”), porque ela afirma que uns poucos são melhores do que a maioria dos homens. A sensibilidade democrática odeia esta verdade: os homens não são iguais, e os poucos melhores sempre carregaram a humanidade nas costas.»
As ilhas Senkaku e a questão da sua disputada soberania estão no centro de um conflito trilateral entre Taiwan, Japão e R.P. China, que promete incendiar o mar do sul da China e que pode dar início de um gravíssimo conflito militar regional, com consequências múltiplas por força do Tratado de Cooperação e Assistência Militar entre os EUA e o Japão.
O conflito armado já teve início, por ora apenas com canhões de água, entre Taiwan e o Japão. Mas a R.P. China prepara-se para intervir em força e a parada pode subir enormemente.
Pode e deve reunir-se uma vez mais e de preferência, muito em breve. Deverá explicar ao país o porquê e a miraculosa fórmula sob a qual Portugal se integrou no Euro. Deve explicar as razões pelas quais temos o actual índice de "não-crescimento"; o porquê e o como da dívida pública e privada; a razão e o porquê deste estranho "liberalismo" em que o Estado vorazmente estabelece imposto atrás de imposto para se sustentar; o porquê do desaparecimento de centenas e centenas de empresas caídas em prol da globalização; o porquê do fracasso do sistema educativo que no papel formou a "mais preparada" geração de sempre; quem negociou e quem delas beneficiou, o porquê e como foram estabelecidas as PPP da completa ruína do país num lustro; a estranha razão pela qual o poder instituído ainda não disse a verdade acerca da dificuldade no corte da despesa do Estado.
Se os conselheiros disserem o que deve ser explicado ao país, talvez ainda se salvasse algo.
Por aqui, o Euro acabou e há que reconhecer o facto. O problema é que o regime não pode fazê-lo.