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Ao cuidado das desaustinadas elites deste país

por João Pinto Bastos, em 31.10.12
Os Homens Sábios Entendem o que Vai Passar-se 

O que acontece agora sabem os mortais,
e o que será um dia os deuses sabem,
os únicos senhores de toda a luz profunda.
Mas o que vai acontecer em breve
o atento sábio sabe. O seu ouvido

às horas do silêncio há que escuta
inquieto e perturbado estranhos sons
que às vezes vêm de eventos que estão prestes.
E respeitosamente atenta neles,
enquanto as gentes fora nada ouvem
 
(Cavafy traduzido por Jorge de Sena)

P.S.: Cortesia do José Pacheco Pereira

publicado às 22:35

Atendendo à altura do ano em que vivemos

por Samuel de Paiva Pires, em 31.10.12

Este novo hábito de atear fogueiras em frente à Assembleia da República bem que podia ser aproveitado para fazer um magusto.

publicado às 20:49

O orçamento das bolandas

por João Pinto Bastos, em 31.10.12
Pelos vistos, o Orçamento desenhado pelo Governo confirma os piores augúrios aventados pelos áulicos do regime. Em terra de cegos, é assim que funciona o esbulho dos contribuintes alienados.

publicado às 16:03

Quando em início de Setembro por duas vezes aqui lançámos o nome de Rui Rio como sucessor de Pedro Passos Coelho e antecipámos os cenários possíveis, estávamos isolados nessa análise. Mas quase que parecia que tínhamos sido ouvidos, quer em Belém, quer no Largo do Rato. Para além do PSD "profundo", como é evidente. Da Presidência, naturalmente, não chegam notícias. Da parte do PS, porém, eis que ontem ouvimos o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares de José Sócrates, Augusto Santos Silva, um homem do Porto, fazer precisamente a mesma análise que aqui deixámos. Parece que, afinal, o Plano B existe mesmo. Mas, ao contrário do que a maioria pensa, não inclui Passos nem Gaspar. Há um Rio que se avista no horizonte...

publicado às 07:39

Ensandeceram de vez...

por Pedro Quartin Graça, em 30.10.12

Passos Coelho, aflito e sem saber o que fazer, pede o apoio do PS para destruir o Estado Social e manda Seguro pensar bem por este se recusar fazê-lo. Luis Filipe Menezes, no Porto, já antevendo o previsível descalabro, diz que a sua candidatura é "suprapartidária" e que não pediu o apoio do CDS nem de ninguém! Gaspar, esse, transfere a sua própria encruzilhada e reiterada incompetência pessoal para um problema do País.

Manifestamente para os lados laranjas o pouco juízo que restava começa a escassear. E a conclusão é só uma: ensandeceram de vez...

publicado às 21:02

" Pago respeito ao discernimento das damas ".

por Cristina Ribeiro, em 30.10.12
Esta frase, escrita em 1853 no « A Península », periódico portuense, faz de Arnaldo Gama, que por essa altura se tornara já escritor reconhecido, uma das poucas honrosas excepções quanto ao valor da mulher que ousa ir mais além do que o que a sociedade lhe reservava: o trabalho no lar.
         A regra era a de subestimar tais ambições, consideradas deslocadas, e até indício de pedantismo, quando não de " loucura "...
Exemplo dessa " aversão ", fui encontrar, por chamada de atenção de Manuel Tavares Teles, num livrinho de Camilo Castelo Branco, que escreveu  usando pseudónimo ( Um Antigo Juiz das Almas de Campanhã ), em que se dirige aos 
" Pais de família! Não achais bem triste 
  Entrar um cidadão em sua casa, 
  Cansado de lavrar o pão da vida,
  E ver sua mulher repoltreada,
  Na otomana gentil, lendo romances? "
A ironia da vida!!! Alguns anos depois de assim escrever, iria casar com uma literata! E recordo que numerosíssimas vezes o escritor se dirige às suas " gentis leitoras ", afinal as melhores ouvintes do seu auditório.
Lembro-me de ter ficado muito espantada, aquando da primeira leitura d«Os Manuscritos de Gertrudes » ter visto esta passagem, em carta escrita à filha, na qual abordava a educação da neta: "  Seria pena que não lhe dessem um verniz de inteligência: tudo o que for daí além é uma inutilidade. "
Sei que tudo isto tem de ser visto à luz da mentalidade de então, mas não posso impedir-me de sorrir ao pensar no que diria o homem de Seide se pudesse ver esta fotografia da neta, Raquel, a ler, talvez, um desses romances malfazejos.

publicado às 20:29

Conselho à geração na casa dos trinta anos

por João Quaresma, em 30.10.12

Pedro Arroja, no Portugal Contemporâneo:

 

«Larguem o liberalismo e o socialismo. Eu sei que Portugal foi conduzido aqui mais pelo socialismo do que pelo liberalismo. Mas eu também sei que, se o caminho seguido tivesse sido o do liberalismo, o país não estaria em muito melhores condições. Nenhum desses é o nosso caminho. Libertem-se dessa escravidão intelectual, abandonem a politiqueira na blogosfera, nos jornais ou no Parlamento, ou deixem todas essas actividades para quem não tem capacidade para ir mais longe, ou simplesmente precisa disso para viver, o que, de resto, não vai ser por muito tempo. (...)

Se daqui por muitos anos, eles [geração dos trinta anos] se meterem numa aventura como aquela em que nós nos metemos depois do 25 de Abril, a viver de acordo com ideias que nos são estranhas e inimigas, em lugar de viverem com as ideias da sua cultura, que é uma cultura riquíssima e imensamente racional e, em consequência forem também à ruína como nós, se isso acontecer, então, onde quer que eu esteja, eu vou dizer: "Que cambada de parvalhões. Vivi num país arruinado, sei o que isso é, e transmiti-lhes a minha experiência. Indiquei-lhes um caminho para viverem bem. Sobretudo, indiquei-lhes os caminhos por onde nunca se deveriam meter. E foi precisamente por esses caminhos que eles se foram meter. Parvalhões."»

publicado às 18:51

As negociatas do regime

por João Pinto Bastos, em 30.10.12
Fico espantado, e digo isto sem qualquer ironia, com o facto pouco edificante de não haver ninguém que se insurja, ou pelo menos que questione - é pedir muito? - o negócio realizado entre Joaquim Oliveira e a Newshold. Já sabíamos, por experiências pretéritas, que o proprietário da Controlinveste é muito dado a negócios pouco claros. Lembram-se do famigerado empréstimo concedido pelo BCP à Controlinveste? Quais os dividendos para os media portugueses desta operação? A resposta é simples: nenhuns. E poderia continuar ad infinitum. Entregar uma parte bem significativa da comunicação social a um grupo angolano, que por sinal é obscuro e pouco recomendável, sabendo, ademais, que os angolanos não primam pela defesa intransigente dos valores primazes daquilo a que nós comummente chamamos de democracia, faz pensar, séria e ponderadamente, nos riscos que a liberdade de expressão corre neste país. Não falo em censura, nem em lápis azul, que isto fique bem claro, mas, se analisarmos com alguma calma esta questão, chegaremos a esta triste conclusão: juntar à brutal crise económica e social que atravessamos um estreitamento dos media - entregando o sector à bonzaria angolana -, é fazer perigar os alicerces de um regime democrático já de si muito abalado.

publicado às 17:41

A visita de Merkel

por Nuno Castelo-Branco, em 30.10.12

Na última vez em que ouvi o meu pai comentar um assunto da política, referiu-se à próxima visita da sra. Merkel a Portugal. Verificando a nula categoria desta gente que comanda vinte sete Estados europeus, dizia que há uns cinquenta anos, ..."esta mulher não teria passado de uma zelosa secretária bate teclas num escritório". De Lisboa a Varsóvia padronizou-se um certo tipo de empregadecos descartáveis e sem chama, incapazes da menor tentativa de mobilização de um espaço em claro declínio, praticamente perdido para um futuro que afinal não chegará. 

 

No entanto, o meu pai esperava que a dita senhora fosse recebida da melhor forma possível, evitando-se qualquer pretexto para má publicidade extra, acicate de preconceitos e mais umas tantas vingativas cangas. Os irrisórios órgãos de comunicação que nos restam e que unanimemente se encontram ao serviço de quem exauriu a economia nacional, já despoletaram uma capciosa campanha de angariação de indignados de vários cambiantes. Querem ver em Lisboa, as totalmente dispensáveis cenas que ainda há uns tantos dias os atenienses protagonizaram na sua cidade. Tendo o actual regime atirado Portugal para uma situação de impossível solução, os seus donos ordenam o bater de tachos e tilintar de chocalhos, com isso esperando preencher alguns apontamentos de "última hora" nos canais informativos. De Merkel vem o dinheiro, de Merkel miraculosamente poderá chegar alguma "moderação e boa vontade", queira lá isso significar o que tiver mesmo de ser. Aconselha-se a prudência, mas investe-se na baderna. Os imbecis já estão por tudo, apenas querendo alijar culpas nos "odiosos estrangeiros".

 

Organizem a bagunça, façam partir montras, incendiar automóveis e já agora sigam o modelo de 1975, sugerindo o incendiar da Embaixada da Alemanha. Distraiam momentaneamente as atenções, mas os factos lá continuarão indeléveis e esperando o ajuste de contas que mais tarde ou mais cedo chegará. Tomem os nossos donos boa nota acerca da responsabilidade que a eles e só a eles cabe pelo actual desastre sem paralelo que o nosso país enfrenta.  

publicado às 17:16

« O Tempo Esse Grande Escultor »

por Cristina Ribeiro, em 30.10.12

Certo. Foi um elo da engrenagem partidária. Mas será um daqueles que " não têm vergonha de mudar de opinião "?  porque não têm medo de dizer que erraram? Não sei bem se é esse o motivo, mas o certo é que já há tempos vem pondo a boca no trombone. Como outros. 

 Hoje diz-nos o quanto essa austeridade que tanto apregoam como a alternativa possível pode ser -é!- tenebrosamente facciosa.

Armemo-nos e marchai!...

 

Por esta e por outras, como posso continuar a acreditar nos partidos?

publicado às 17:14

Da atmosfera intelectual corrente

por Samuel de Paiva Pires, em 30.10.12

Parece que de há uns anos a esta parte o debate público está dominado pelas oposições entre mais austeridade ou menos austeridade, menos estado ou mais estado, público ou privado. Infelizmente, porém, raramente se discute verdadeiramente o que subjaz a estes conceitos e quantificações, ou seja, não se qualifica aquilo de que se fala, pelo que muitas pessoas acabam a falar para as paredes ou a falar com outras sobre coisas que embora tenham o mesmo nome, podem e têm mesmo entendimentos diferentes e até divergentes. O debate público português (e talvez mesmo o europeu e até o americano) está afunilado e esgotado. Pior que a pobreza económica, só a pobreza intelectual. "Isto dá vontade de morrer", como diria Herculano, ou pelo menos de nos exilarmos voluntariamente como ele. É que como diria Cícero, "Se temos uma biblioteca e um jardim, temos tudo o que precisamos."

publicado às 15:23

O presidente do Banco Central Europeu (BCE) disse, em entrevista à revista alemã «Der Spiegel», que Bruxelas deveria ter um maior controle sobre os orçamentos dos países-membros ( ... ), e que « Muitos governos ainda não perceberam que perderam a sua soberania nacional há muito tempo » "
Preto no branco ( se alguém, muito ingenuamente, alimentasse dúvidas, apesar dos pesares: nunca se sabe, pois a partir de certa altura tudo passou a ser possível...).
A proximidade do Feriado Nacional torna mais pertinente ainda a realização de uma sondagem junto dos novíssimos Migueis de Vasconcelos, quais quintas colunas infiltradas na Nação traída,: - estão contentes com o vosso feito?

Mais tarde ou mais cedo, quando se reunir um grupo de conjurados com a necessária coragem, as janelas abrir-se-ão para vós, como se abriu uma para o vosso antecessor.

publicado às 16:15

Cavaco/Sócrates/Passos arruinaram Portugal

por Pedro Quartin Graça, em 29.10.12

 

- “Não percebo. Não há empregos mas, nos empregos que há, querem obrigar as pessoas a trabalhar mais e a receber menos, em vez de aligeiraram a carga e deixarem que mais gente trabalhe e tenha tempo para viver a sua vida ao mesmo tempo. Parece que o mundo ficou dividido entre os escravos do trabalho e os que, como eu, não conseguem trabalhar e depois também não conseguem fazer mais nada, porque não têm dinheiro e andam com a cabeça negra e cinzenta.” Público online


- “É um bocado triste dizer isto, mas o McDonald’s foi o sítio onde mais gostei de trabalhar. Às vezes, dizem-me “Ah, que horror, no McDonald’s” e eu até ganhava uma miséria, mas tinha trabalho.” Público online


- “Uma vez, estive quatro dias numa loja. Fui à entrevista, seleccionaram-me e, ao fim de quatro dias de trabalho, chamaram-me para assinar contrato. Meia hora depois, chamaram-me para assinar a carta de rescisão, porque tinham recebido um e-mail dos recursos humanos a dizer que, afinal, as lojas não estavam a facturar. Pouco tempo depois, aconteceu-me uma coisa parecida: chamaram-me, pediram as medidas para a farda e, 43 minutos depois, disseram-me que a administração não deixava contratar.” Público online


- “Já dei por mim a perguntar-me a quem é que eu podia pedir um pão ou uma maçã para elas levarem para a escola.” Público online


- “Uma vizinha minha bateu-me a porta a pedir-me comida. Até onde isto vai parar! Enquanto podermos cá em casa vamos ajudar.” (retirado do Facebook)

publicado às 09:18

Edvard Munch, O Grito, 1893
Ao iniciar a redacção desta posta pensei na célebre pintura de Edvard Munch, O Grito. Porquê esta obra? Este quadro serve um pouco para tudo, pois é, de certo modo, uma alegoria perfeita da melancolia solipsista do homem moderno. Não se cura aqui de efectuar um exame filosófico ou sociológico do homem-massa, que é indiscutivelmente um dos principais atributos das pós-democracias actuais, mas sim fazer um paralelismo entre o desespero englobante da pintura referida e a inquietação que acometeu o povo português nos últimos anos. A perscrutação das maleitas da pátria, a que tenho dedicado a grande maioria das minhas postas neste blogue, tem-me feito pensar no grau de derisão colectiva a que chegámos. Há uma angústia latente no rosto gasto e abatido dos portugueses. Atingimos o limite. Assistir à decomposição de um país tão sofrido, de uma nação secular, de uma pátria que passou e sobrepujou obstáculos múltiplos, dói e magoa. O desejo suicida veiculado por Herculano já não basta como brado de revolta face a este caos pútrido que nos encharca diária e quotidianamente. Hoje, mais do que nunca, só um potente grito será capaz de salvar-nos enquanto povo: um grito torrencial, vívido e fulgurante, sem peias nem grilhetas. 
Estas divagações têm como ponto de partida os últimos desenvolvimentos da já avelhentada crise portuguesa. As recentes declinações passistas a propósito da refundação do memorando, ainda que imerecedoras de interpretações rebuscadas, são dignas de algumas notas. O que significa, em concreto, a "refundação" do memorando de entendimento? Esta pergunta, objectiva como não poderia, aliás, deixar de ser, é fruto da incompreensão berrante que a narrativa política construída por este Governo amiúde impõe. A proclamação de Passos Coelho, além de nebulosa e torva, obliterou a menção aos detalhes e pormenores que irão ser arrolados na árdua tarefa da refundação. Não basta afirmar que se pretende reformar e refundar, é necessário, outrossim, dizer como e quando. Ademais, há um aspecto que passou completamente despercebido na comunicação do primeiro-ministro: a revisão da Constituição. Será que Passos Coelho acredita na reforma do Estado sem a alteração da vigente narrativa constitucional? É assim tão espinhoso compreender que a superação dos bloqueios nacionais exige, pede, e demanda o fim do verniz socializante vertido na CRP.
Como se isto tudo não fosse suficiente, António José Seguro resolveu brindar-nos com mais uma reflexão política de fôlego. O secretário-geral do PS, nas já famosas alocuções facebookianas - o exemplo do preclaro Presidente da República fez escola -, veio rememorar aos mais desprevenidos que o PS, e passo a citar (sic), " não está disponível para nenhuma revisão constitucional que ponha em causa as funções sociais essenciais do Estado." Estamos, pois, conversados quanto à viabilidade de uma "refundação" verdadeiramente consequente do memorando de entendimento. Contar com o PS para uma revisão constitucional que reenquadre as funções sociais do Estado num cenário de escassez de recursos? Nunca, ou como diria o saudoso Mário Lino, jamais! A partidocracia do regime chegou ao pináculo irrecuável da irreformabilidade. Já escrevi sobre isto, e volto a repetir: "este regime, na catrefada de erros que o tem caracterizado, chegou ao seu crepúsculo terminal. O tribalismo "devorista" das nossas elites, e a impermeabilidade das mesmas ao pulsar da vida quotidiana, conduzirão, mais dia menos dia, a um fim súbito."
Para terminar esta breve glosa das declarações do primeiro-ministro trago à colação um facto que, devidamente menosprezado pelo comentarismo caseiro, é de enorme revelância para o que se seguirá neste "torpe dejecto de romano império": o Governo não está, nem estará interessado em seguir a teoria da "negociação honrada" tão cara a Miguel Cadilhe. Renegociar prazos, juros, não, nem pensar, cruzes credo. Não congregar esforços com os restantes PIIGS (que acrónimo mais horroroso) é a senha de ordem de Gaspar e companhia. Espero que - concedo que talvez seja mero wishful thinking -, o credo aventado por Paulo Portas nas jornadas parlamentares PSD/CDS se concretize: Portugal deve ser proactivo nas negociações com a troika. É tempo de Portas levar à prática o conselho dado à estampa nas páginas do Público por Paulo Rangel: proactividade e autonomia negocial no seio do MNE. Ironia ou não, começo a achar que uma diplomacia bifronte até teria algumas virtualidades.
As breves reflexões acima esparramadas têm como corolário lógico a seguinte conclusão: com esta política, com estes protagonistas, com estas elites, não sairemos deste letargo. Caros leitores, convençam-se que, enquanto permanecermos enrodilhados no cárcere da perfídia regimental alinhavada pelos cortesãos do costume, não lograremos sair desta austeridade brutal que atinge o âmago da nossa existência. Munch retratou na perfeição o frenesi do homem moderno, todavia, receio que hoje o grito seja bem mais arrebatado e impetuoso. Talvez Hemingway tivesse razão ao dizer que um homem pode ser destruído mas não derrotado. Falta saber se o povo português concorda com esta tese. 

publicado às 23:58

Crónica de um país falido (3)

por João Pinto Bastos, em 28.10.12
O que significa, concretamente, a refundação do memorando de entendimento? Exaurir os contribuintes com mais impostos? Deixar a Constituição intocada? Manter a verrina socializante de um Estado Social esgotado? Prorrogar o clientelismo partidocrático dos mesmos de sempre? Entendamo-nos de vez, se refundar é isto, estamos, de facto, conversados. O tacticismo do PSD e quejandos está a tornar-se intragável.

 

publicado às 23:52

"Está-se já a tocar na liberdade"

por Samuel de Paiva Pires, em 28.10.12

O artigo de ontem de José Pacheco Pereira merece ser lido, relido, afixado e guardado para memória futura.

publicado às 19:05

Aguiar-Branco em duche escocês

por Nuno Castelo-Branco, em 28.10.12

Após aquela desastrosa tirada das "sinergias com Espanha", o sr. Aguiar-Branco disse umas verdades. Terá de nos avisar com qual dos hemisférios cerebrais prefere trabalhar, pois contentamo-nos com aquele que hoje o fez falar. Por vezes ele é um dos tais comentadores que agora increpa desabridamente. 

publicado às 17:15

A "república" morena, entradota, burra e dura

por Nuno Castelo-Branco, em 28.10.12

Querem um aperitivo desta "peixinha"?

 

"A year into their marriage and the royal butler is no doubt unwrapping the tub of aphrodisiacal love butter and placing it on a silver tray. (I just hope they don't let the corgis watch. They may get over-excited and participate. I've heard of ''puppy love'' but that would be classified as ''heavy petting''.)"


Este é um típico jornalismo de recorte balsemista. Leiam o resto e concluam até onde pode ir a rasca estupidez convencida, bem paga e "cancioneiramente" risonha. As fotos do site da fulana resumem a criatura.

 

A chaputa foi pescada aqui.


publicado às 16:50

Da blogosfera em 2012

por Samuel de Paiva Pires, em 28.10.12

Longe vão os tempos em que retirava um certo prazer da leitura habitual da blogosfera política dita de referência. Os textos e temas são cada vez mais repetitivos e o suposto pensamento livre que caracterizou e mobilizou muita da blogosfera contra os governos socráticos deu lugar a um pensamento cada vez mais amorfo, comprometido, simplista e muitas vezes demagógico. O maniqueísmo desbragado vai fazendo escola, provocando um certo fastio, já para não falar na escrita cada vez mais descuidada, talvez dando primazia a um certo imediatismo que, se é muito próprio dos blogs, não deixa de ser sintomático de uma infeliz adaptação a um certo tipo de jornalismo. Por vezes chego a ter até a sensação que certas redacções e a Assembleia da República se deslocaram para a blogosfera, ou que esta se tornou uma extensão daquelas. No fundo, a blogosfera vulgarizou-se, partidarizou-se e perdeu profundidade. Talvez seja eu que, ao fim de 5 anos de Estado Sentido, esteja um pouco cansado. Sinto, contudo, que vários bloggers que me habituei a ler também alinham um pouco por este diapasão, já não sendo tão assíduos e não trazendo com tanta frequência novos temas e abordagens originais. Ainda assim, falando concretamente de bloggers, ocorrem-me três excepções neste panorama depauperado: o Filipe Faria (O Insurgente), José Pacheco Pereira e o Dragão. Retêm uma profundidade e uma elegância ao alcance de poucos. Vale bem a pena segui-los, mesmo que por vezes se discorde do que escrevam. 

 

P.S. - Por decoro, obviamente não me referi ao Estado Sentido na avaliação supra. Felizmente, nesta casa ainda se trata o português com respeito e a liberdade, mais do que apregoada, exerce-se. Acima de tudo, agradeço aos meus caros colegas pela qualidade que conferem a este blog, pelo privilégio que me dão de os poder ler aqui, e por suprimirem a minha cada vez mais parca assiduidade sem, contudo, se aborrecerem comigo.

publicado às 16:30

A solidão é o preço da liberdade

por Samuel de Paiva Pires, em 28.10.12

O Dragão, Frases Assassinas X:

 

«A liberdade não se apregoa: exerce-se!

Por isso mesmo, não há regimes livres, nem economias livres, nem sociedades livres, nem, tão pouco, ideologias ou religiões libertadoras. O que há ou não há é homens livres. E a única dimensão em que o homem consegue manifestar  genuinamente a sua liberdade -que é a sua,intrínseca e humana liberdade, mas jamais  absoluta ou dissoluta  - é a dimensão do espírito. Ora, o que geralmente se assiste é a espíritos atrofiados, soterrados e acorrentados a bandulhos pantabsorventes em vociferante pregação e descabelada pugna por regimes livres, mercados liberalíssimos, sociedades liiberdadérrimas! Não admira:o paraíso terreal  sempre foi uma  ânsia e uma construção de escravos. Donde decorre que o éden planificado descambe invariavelmente no parque policiado, no presídio geral e na masmorra colectiva.

A liberdade, como exemplifica (segundo Aristóteles) o único Ser realmente livre do cosmos, tem um preço: a solidão.»

publicado às 16:11

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