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Num país endividado e sem soberania, cristalizado na mesma forma de fazer politiquice, chupado até ao tutano pelas mesmas sanguessugas de sempre, anémico, cadavérico, com uma administração central gordíssima e habitada por gente que só quer direitos, com um sistema eleitoral ineficiente, com uma constuição caduca e na qual as gerações mais novas não se revêm...
...ACHAM MESMO QUE HOUVE ALGUM VENCEDOR?!
Nesta imensa farsa que é Portugal é impossível haver vencedores. Há apenas e só vencidos e cada vez em maior número.
A todos os políticos e aspirantes, wannabes da parangona, rapadores de tacho, eu digo: tenham decoro. É o mínimo.
Há lamechices que me irritam profundamente. Por exemplo, ontem, na ressaca da noite eleitoral, ouviram, com certeza, figuras tão "proeminentes" como Manuel Alegre bradarem que, vejam só, o Partido Socialista foi o grande vencedor da noite eleitoral. Outros, provavelmente com algumas alucinações pelo meio, falaram mesmo numa vitória retumbante. Retenham o seguinte: em termos nominais, fazendo o cômputo global dos números finais, o Partido Socialista venceu, de facto, as eleições. Mas, comparando os números socialistas com os números da coligação, é fácil verificar que a diferença é muito pequena. 36,1% para 35% não é, propriamente, um pormaior. Perante isto, é, no mínimo, bastante arriscado extrair destes números um apoio massivo por banda dos portugueses ao Partido Socialista. Dito isto, convém, simultaneamente, recordar o seguinte: em primeiro lugar, o score eleitoral do PSD no todo nacional foi péssimo. Não há eufemismos que escondam a crueza da realidade. Os social-democratas perderam em Lisboa, Porto, Sintra, Gaia, Vila Real e Coimbra, sendo que em alguns dos casos mencionados, a derrota chegou a ser humilhante. Em segundo lugar, os movimentos independentes ganharam alguma tracção política. O caso de Rui Moreira é particularmente emblemático: venceu com larga distância os seus opositores mais aguerridos, e cimentou uma força política própria, que poderá muito bem vir a ter expressão nacional. Não há que escamotear o aviso dado pelo eleitorado: os portugueses estão cansados da mesmice partidocrática, e desejam uma mudança. O Governo e as forças políticas que o sustentam terão necessariamente de estar preparados para a deslegitimação política que a tudologia opinadeira já cozinha em público. É preciso não esquecer que a apresentação do Orçamento e a avaliação da troika estão aí à espreita, além de que o país não aguentaria um novo momento "Tivoli". Há que trabalhar, hoje, agora, sem rodeios nem atrasos, interpretando devidamente o cansaço da cidadania. Foi esta a mensagem dada pelo eleitorado. Compreendam-na.
Cumprindo a promessa de escrever sobre a saúde, abro as notícias hoje e vejo uma notícia que me agrada sobremaneira não tanto pelo assunto per se, que é sempre trágico, mas por que constato que foi publicado um estudo que comprova aquilo que era até hoje uma observação empírica. Agrada-me o conceito de Medicina Baseada na Evidência. Aliás, por vezes considero que seria benéfico a própria política começar a basear-se na evidência - será um tópico a desenvolver futuramente.
Decorre neste momento em Amsterdão um dos Congressos mais importantes de Oncologia (para os curiosos, vejam aqui) e é sempre um momento alto dos investigadores e médicos pois as novidades e notícias são mais que muitas e hão-de alimentar as conversas entre os cientistas durante os próximos meses. São encontros pautados pela excelência.
Num dos painéis do Congresso foi apresentado o resultado de um estudo que relaciona a quantidade de recursos investidos na saúde com aquele que é o derradeiro índice de qualidade do sistema de saúde: a mortalidade. Quem trabalha em saúde habitua-se a pegar nos artigos, passar pela introdução e pelos métodos na diagonal e ir directo ao assunto: a discussão e conclusão. A pergunta que habita os espíritos é quase sempre a mesma: "Mas depois disto tudo, morre-se menos?"
Como a peça jornalística está sucinta e bem escrita limito-me a retirar aquela que me parece mais pertinente, que é a conclusão:
"quanto mais dinheiro se destina à saúde, menor é o número de mortes após o diagnóstico de um cancro e que esta relação é "mais evidente" no caso do cancro da mama. Os investigadores também observaram que, apesar de todas as iniciativas para harmonizar as políticas sanitárias públicas, existe uma "diferença significativa" entre o gasto sanitário e a incidência de cancro nos 27 estados da União Europeia, que é ainda mais clara entre os países europeus orientais e ocidentais."
Este é só mais um argumento para se defenderem políticas públicas de saúde pois, sabemos bem, quando a saúde se transforma num negócio puro e simples, há os que podem e os que não podem pagar os cuidados de saúde e sobretudo verifica-se da parte dos diferentes prestadores de serviços ( e aqui refiro-me aos privados) um fenómeno que é perverso quando o lucro é um objectivo: as poupanças a todo e qualquer custo.
Convinha ler este post do Carlos Guimarães Pinto. Gostava tanto que tivéssemos eleições legislativas já hoje. Seguro perdia logo as manias todas.
Se eu tivesse de eleger o vencedor absoluto das autárquicas, esse homem seria, sem margem para dúvida, Rui Moreira. As suas primeiras frases de declaração de vitória não servem apenas a cidade do Porto, devem servir o país: "pela primeira vez, o partido que venceu na cidade foi o Porto". Esta simples linha política é mais do que um mero chavão de ocasião e não será esquecida tão facilmente. A afirmação - uma espécie de primeiro tijolo do processo político -, tem implicações para a totalidade do território. É um aviso sério à navegação partidária dos compinchas e um estímulo para todos os movimentos alternativos ou independentes. Portugal viu nascer um político com um sistema operativo totalmente novo - não é um upgrade de um modelo já existente no mercado. É um design original com a folha limpa, com futuro pela frente e sem passado duvidoso. Os detractores e delatores da bola, invocaram desde o primeiro minuto dos festejos do independente Moreira, que este representava uma mera extensão figurada do CDS, como se este fosse uma marioneta ao serviço dos centristas. Mas não se trata disso. Rui Moreira tem o seu quadro-base de valores, mas soube afastar-se da catequese doutrinária para granjear a confiança da sociedade civil. Em duas penadas de inteligência demonstrou que é o extremo oposto de Seguro - é competente e sabe transmití-lo -, e ao fazê-lo inspira confiança muito para além da cidade do Porto. Penso que estamos diante de alguém com carisma suficiente para servir Portugal de um modo muito mais substantivo. Ainda bem que não tem percurso político. Ainda bem que não é um notável recauchutado de um município para o seguinte, de um partido para outro. Nos próximos dias seremos surpreendidos com a inclusão na sua equipa de indivíduos sem cadastro político mas com perfil adequado para servir um Porto em crise, um Portugal em descalabro. Se Costa foi o vencedor incontestado de Lisboa, Moreira será mais do que um "simples" vencedor do Porto. Será, se assim o desejar, o embaixador de um Portugal que quer acreditar no futuro. Os socialistas que cantam vitória em todas as categorias, assentam a sua existência numa matriz de apoio tradicional que conhece os seus limites e define a sua doutrina com muita convicção e auto-suficiência. Rui Moreira, que não é partido e não é nada, apenas depende de si, mas já declarou que irá incluir uma panóplia de protagonistas para atingir os objectivos da sua missão. E é aqui que reside a sua vantagem. Os outros, os partidos, têm valores de referência e notáveis, mas que deixaram de o ser de um modo inequívoco. O movimento dos indignados e os protestos de rua não estão necessariamente por detrás de Rui Moreira, mas têm uma quota importante de responsabilidade na sua eleição. Agitaram as águas políticas e alertaram para a corrosão dos partidos políticos. Mas Moreira fez o que fez, sem se aproveitar de marchas por avenidas com aliados ou por alamedas da liberdade. Foi suave e inteligente, sabendo interpretar o mood social e político dos portuenses. Neste caso em particular, foi o Porto a centralidade da sua acção, mas o que invocou serve um manifesto geral. Lentamente começamos a vislumbrar uma nova disposição política em Portugal. Não sei se Costa aguenta os quatro anos de mandato que a população de Lisboa lhe conferiu, mas terá seriamente de pensar nas agruras que um dirigente como Seguro pode trazer. Moreira, sem o desejar, é uma pedra no sapato de Seguro, por demonstrar de um modo abismal que há certas pessoas que parecem ter nascido para a política e outras não. Contudo, como já havia referido antes, os resultados das autárquicas não desequilibram as contas da troika nem servem para afastar a expressão dos juros da dívida. A vida negra decorrerá debaixo das mesmas nuvens de contrariedades. Mas o que aconteceu no Porto é de aproveitar. É uma tocha à entrada do túnel. A contagem dos votos ainda decorre, mas podemos afirmar de um modo paradoxal, que nada e tudo mudou em Portugal. No Porto e quem sabe nos arredores.
Parece que, em alguns meios da opinião publicada, Rui Rio foi erigido, repentinamente, como o novo messias da política portuguesa. Lamento desapontar-vos, mas Rui Rio, por enquanto, terá, forçosamente, de ficar recluído à espera de que piores dias venham. Sim, é certo que o PSD perdeu espaço político, ao deixar escapar de forma clamorosa algumas das principais edilidades do país, sem esquecer a verdadeira débâcle eleitoral sofrida na região do soba Jardim. Sim, é certo, também, que a partidocracia nacional sofreu um forte abalo, que não se limitou, note-se, ao PSD de Passos. Contudo, fazer destes resultados uma espécie de clamor subterrâneo pela ascensão política de Rui Rio ao leme da nação, cheira demasiado a bafio, a um bafio que eu julgava já extinto. A culpa não é, certamente, de Rui Rio, aliás, o ainda presidente da Câmara Municipal do Porto tem estado, diga-se a abono da verdade, bastante silente, porém, há certos papagaios regimentais que não aguentam, por mais que a realidade lhes dite o contrário, a legitimidade das urnas. Que Deus lhes perdoe as manigâncias. Entretanto, eppur si muove, o CDS, brilhantemente guiado por Paulo Portas, obteve um excelente score eleitoral, tendo em conta que, antes destas eleições, o partido era o parente pobre do poder local. Os centristas conquistaram 5 câmaras, ganhando, com isso, um alargamento da sua influência política nos municípios portugueses. O PS de Seguro, que Manuel Alegre, num acesso de "a mim ninguém me cala", qualificou como o grande vencedor da noite, foi, na verdade, um vencedor muito frouxo, aliás, frouxíssimo, o que, em bom rigor, é plenamente explicado pela perda de fôlego verificada nos últimos tramos da corrida às principais praças eleitorais. Quanto ao Bloco, comprovou-se, se dúvidas existissem, que, hoje em dia, o partido do caviar e do ipad para menininhos rebeldes, é uma inexistência política, que só sobrevive graças aos merdiocratas frequentadores das noitadas do Bairro Alto. Já o Partido Comunista, cujos resultados foram, infelizmente, demasiado risonhos, pode agradecer ao seu tão odiado Deus tamanha dádiva, pois, aqueles 7 a 8% de portugueses desguarnecidos de inteligência voltaram a dar, sabe-se lá como, ao partido da foice, do martelo, e do genocídio apoiado fora de portas, o comando de alguns centros urbanos de relativa importância. Os resultados eleitorais, analisados à primeira vista, oferecem, vistas bem as coisas, uma catadupa de leituras, mas o que importa relevar é que os portugueses, com algumas reticências pelo meio, manifestaram um profundo desagrado face à partidocracia reinante. Para bom entendedor meia palavra basta. O que sairá daqui só o futuro o dirá.
Um dos dados preocupantes da noite: o ressurgimento comunista. O espírito totalitário de alguns portugueses desguarnecidos de inteligência voltou à tona.
É oficial: o Bloco de Esquerda morreu politicamente.
Seguindo o método do Rui A., aqui fica a minha lista de vencedores e vencidos:
Vencedores: Paulo Portas, Rui Moreira, António Costa e José Sócrates.
Vencidos: Passos Coelho, Luís Filipe Menezes, António José Seguro, Alberto João Jardim e Vítor Baía.
Finalmente, acabou o circo em que qualquer eleição em Portugal se transforma.
Alguns pontos:
António Costa tem maioria em Lisboa. Um dirigente socialista que ganha votos como Isaltino ganha em Oeiras. Com obras. Dinheiro público gasto em rotundas, dinamização de áreas (como o Martim Moniz) e requalificação de estradas (é ir passear pela Av. da Liberdade e pela Baixa). Até aqui tudo bem. E quando digo tudo bem estou a ser irónico. O dinheiro público devia ser aquele mais escrutinado. António Costa revelou-se como um autarca ao nível de Isaltino e este está preso. Ao impedir que o relatório sobre as obras camarárias fosse tornado público só quer dizer uma coisa: há dados a serem escondidos. Outro factor bastante importante para se ler a presidência de Costa é observar com mais detalhes alguns dos negócios que o próprio concluiu. Mudar os serviços principais da CML para o Intendente onde o palacete foi renovado com o dinheiro de todos e ainda paga uma renda de dez mil euros é, no mínimo, má gestão. Quando isto tudo é feito e o senhoria é amigo de Costa, a coisa torna-se criminosa.
Do outro lado, Fernando Seara ganhou um lugar em Bruxelas. Só por essa razão teria motivo para entrar numa eleição, derrotado à partida. Mais um exemplo de politiquice.
No Porto, o país regozija-se por Rui Moreira, um ''independente'' ter ganho. Ora, Rui Moreira vem do PSD. Rui Moreira teve o apoio do CDS nesta campanha e até Diogo Feio discursou. Os dicionários de Língua Portuguesa, talvez graças ao novo acordo ortográfico, deixaram de ter o significado da palavra ''independente''?
Em Sintra ganhou o primo Basílio. Era expectável. Na lista do PSD constava Nicolau Breyner. A política ainda não uma telenovela. Ou talvez seja.
Na RTP, Clara de Sousa diz que as eleições custaram 14 milhões de euros e conclui com ''é este o custo da democracia''. Não é nem devia ser.
Por ora é tudo.
Resta lamentar que José Mourinho voltou a não ganhar.
Votem. Independentemente da escolha que façam, não deixem, de modo algum, de exercer as vossas responsabilidades cívicas. O voto é, numa democracia, a arma mais eficaz para debelar a mentira e a perfídia. Utilizem-na.
Entrevistado há uns tempos, um dos nossos mais conhecidos mangeur de croquettes dizia que ..."imediatamente sei se alguém tem ou não tem perfil para ingressar na carreira diplomática". Foi mais ou menos este o sentido geral da sua bem oleada guilhotina verbal.
Não valerá a pena voltarmos ao vira que vira e torn'a virar da leva de peões que de tempos a tempos engrossam os contingentes aboletados no pitoresco palácio cor de rosa que até já serviu de sede da representação do Estado. Os casos vão-se acumulando e as tricas, mexericos e diz-se diz-se, apenas continuam a garantir a perenidade de episódios que de situação em situação se mantêm. Longe vão os tempos em que os embaixadores nomeados por um quase milenar regime fortuitamente deposto pelo reconhecido abstencionismo nacional, voluntariamente despiram as casacas consteladas de comendas e ouros de variada proveniência. Dignamente se despediram com uma cerimonial vénia aos arrivistas e daqueles nunca mais o país voltou a ouvir fosse o que fosse.
Esta farta safra saída de camaradarias, camaratas, compinchagens à amigo do seu amigo e imorredouras solidariedades garantidas pelo veni, vidi, vinhaça, sabe adaptar-se e ainda melhor rodear-se de recursos humanos que num universo paralelo e presente nas velhotas revistinhas para crianças da primária, decerto teriam como lema aquele letreiro pintado à porta do clube do Bolinha:"menina(o) não entra!".
Aqui está mais uma estória, ou como agora se diz diante de secos e molhados, uma narrativa. "Porque razão" é este mais um daqueles testes que apenas nos garante estar o necessitário clube na mesmíssima boa forma de antanho? Além da originalidade do neo-português desacordado, temos inovações ao estilo da Ginjinha do Rossio, como o incontornável regime "facista" de onde muitos dos já pneumáticos representantes desta nação saíram em boa hora antes do estouro. O rodado recauchutado é o que se vê e passando sobre o texto de mais um dos fixativos encartados do estado de coisas, atentem apenas nas perguntas.
Como é óbvio, serei o menos qualificado para uma atrevida crítica. Chumbado sem apelo, resta-me rir. Tal como o papelinho recomenda e em "muito breve resumo", a todos desejo uma boa noite de reflexão, pois amanhã não podem uma vez mais "enrodilhar-se" naquele mais do mesmo de uma votação "sem grande fluidez".
O Courrier Internacional deste mês publica uma série de artigos sobre regimes monárquicos, o primeiro dos quais da autoria de Patrick van Ijzendoorn, dedicado à monarquia britânica. Aqui ficam alguns excertos (os destaques a negrito são meus):
«A monarquia faz parte do ADN britânico. Mais do que em qualquer outro local da Europa, está profundamente enraizada na história do país. A monarquia holandesa seria bem mais sólida se tivesse reinado no Século de Ouro (época próspera por volta do século XVII).
O fenómeno monárquico responde, igualmente, a um crescente interesse pela história. Contrariamente aos Países Baixos, onde tudo deve, a qualquer preço, ser novo e moderno, no Reino Unido o termo conservador não tem conotação pejorativa.
Com um papel preponderante na sociedade, os membros da família real estabelecem uma ligação com um passado exótico, com uma organização social antiga, de ideal romântico - nomeadamente o de nação - que é imortal. E isso é um fenómeno de fácil compreensão numa sociedade complexa.
(...)
Os britânicos, com o seu espírito empírico, colocam uma questão retórica: para quê substituir um sistema que funciona, que produz efeitos teatrais, que é favorável às relações comerciais, atrai turistas e só custa a cada contribuinte 62 pence (0,54 euros) por ano?
(...)
Paradoxalmente, é o republicanismo que enferma de uma natureza elitista, muitas vezes snobe, enquanto o amor da monarquia tem um lado popular. Sua Majestade, a rainha, não o é tanto pela Graça de Deus ("God Save the Queen" [Deus guarde a rainha], como diz o hino nacional), mas pela graça do povo. Quando a monarquia já não contar com o apoio popular, desaparecerá.
Esta relação de forças foi notória nos dias que se seguiram à morte da princesa Diana (1997). A família real foi obrigada pela voz do povo - sob a pressão do magnata republicano da imprensa Rupert Murdoch - a entrar num avião, deixar a residência de verão de Balmoral e regressar a Londres para publicamente participar nas cerimónias fúnebres. Por um breve momento o povo mostrou quem mandava.
Dezasseis anos depois, os Windsor são alvo de uma popularidade inegável, enquanto jornalistas, banqueiros e políticos perderam a autoridade. A última coisa que os britânicos querem é ver mais políticos com falsas promessas e agendas secretas.
Enquanto os políticos se esforçam para reescrever a História, a soberana só tem de encarná-la. (...)
Até parece que é preciso um líder não eleito para encarnar a democracia. Um chefe de Estado, escolhido por via biológica, que assegura a unidade no seio de um país dividido pelo individualismo, multiculturalismo, dinheiro, querelas políticas, guerras culturais e classes sociais. A monarca é comparável à figura de proa do Cutty Sark: o barco até podia não ter uma figura de proa, mas não seria tão bonito, não seria facilmente reconhecido e seria, seguramente, menos impressionante.»
(também publicado no blog da Real Associação de Lisboa)
Entram para a coluna da direita O Informador, de Nuno Tiago Pinto, Syntagma, de Luís Menezes Leitão, Âncoras e Nefelibatas, o blog de Ascenso Simões, Malparado, de Pedro Mexia, Proa ao Mar, de Jorge Silva Paulo, Idealizando Textos, de Flávio Nunes, e O Filho de Eneias, do nosso muito cá de casa João Pinto Bastos, que fica também em destaque.
Multa-mos!