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Um vídeo desconhecido com as chocantes imagens que abalam o mundo. Aqui, no seu ESTADO SENTIDO !
Nota: Apenas imagens aéreas
Não se trata de incluir a questão na "subjectividade dos gostos", pois o local não se compadece com experiências ou "reinterpretações de espaços que o adequam à funcionalidade do momento".
Após a inauguração das remodelações efectuadas por Costa, o conjunto geral parece muito mais aceitável do que o previamente existente. Desapareceram as grades, o alcatrão, a lixeira a céu aberto e a rubra lataria que hoje infelizmente foi colocada na Alameda das Universidades. A Ribeira das Naus está melhor, sem dúvida. Numa conversa com turistas que por lá aproveitavam para aumentar a colecção de fotos, fiquei a saber por idioma forasteiro, aquilo que a maioria dos lisboetas conseguiu ver assim que pela primeira vez teve conhecimento do projecto:
- Esta relva serve para refrescar o ambiente e fixa os visitantes que dela se servem para se bronzearem sob o sol de Lisboa. Mas... porque razão construíram estas rampas? Colocavam a relva, mas evitavam destruir a perspectiva arquitectónica!"
É verdade. Qualquer um diria o mesmo e não valerá apenas puxarmos pelas rebuscadas razões que fundamentaram a decisão recorrendo à "memória histórica" das carreiras que durante séculos fizeram deslizar para o Tejo uma infindável quantidade de galeões e naus, navios de transporte, fragatas, bergatins e galés. As rampas são um disparate e desvalorizam o espaço. Aquelas que servem para justificar a maluquice, eram invisíveis acima do "nível térreo", não interferiam com a discreta e intemporal grandeza dos edifícios contíguos.
Muito bem fez a Câmara em interessar-se por uma zona há muito ameaçada por vários desastres, desde o incêndio e destruição da Sala do Risco, até à decadência do Terreiro do Paço transformado em parque de estacionamento - em boa hora liquidado por João Soares -, ruína do muro debruando a margem do rio, a construção de observatórios-mamarrachos U.E. nas imediações e sem esquecermos a ainda muito recente e disparatada retirada dos valiosos candeeiros que faziam parte da colecção de mobiliário urbano da cidade, hoje substituídos por ridículos postes imitando fósforos carbonizados.
O interesse por aquela zona deve coadunar-se com a sensatez quanto às decisões tomadas para a sua preservação. Quando falamos em preservação, isto pouco ou nada terá a ver com experiências que cabem na zona da Expo - "monumento" a Maria José Nogueira Pinto incluído -, mas não ali, na zona de aparato da reconstrução setecentista. Bem melhor teriam feito em previamente auscultar a opinião dos lisboetas, pois desde o Sua Magnificência o Senhor Doutor, até ao vendedor de cautelas, a opinião talvez fosse unânime. Recupere-se mas não se estrague ou invente.
Adenda: como aqui já foi dito algumas vezs, teria sido mais simples o aproveitamento da doca e a construção de molhes onde estivesse em exposição permanente a fragata D. Fernando II e Glória e ocasionalmente, a caravela Bartolomeu Dias e os navios-escola Sagres e Croiula. Mas não, preferem sempre mexer onde não devem.
Péricles na Oração Fúnebre, segundo Tucídides:
"The freedom which we enjoy in our government extends to our ordinary life where, far from exercising a jealous surveillance over each other, we do not feel called upon to be angry with our neighbour for doing what he likes."
É cansativo ver repetida, quase ad nauseam, a ideia de que a Alemanha não tem qualquer responsabilidade na crise que o Velho Continente vem atravessando. Desta feita, e motivando este meu post, li-a num texto do João Távora. Curiosamente, não me recordo de ter visto qualquer dos proponentes desta narrativa suportarem-na com argumentos, dados, factos históricos. A explicação é simples e talvez fique a dever-se ao facto de muitos confundirem as suas crenças e vontade de recriminar Portugal, os portugueses e os seus líderes políticos - que também têm responsabilidades, e muitas, na crise que atravessamos, mas não são exclusivas - com a realidade: é que aquilo que defendem está errado. É, apenas e só, wishful thinking. Isto motivou-me, já há uns bons meses, a investigar as origens da crise do euro, o que resultou num ensaio que apresentarei nesta conferência.
Começando no estabelecimento da União Económica e Monetária - em que prevaleceu a visão do Bundesbank de um BCE inspirado no seu modelo, centrado quase exclusivamente na estabilidade de preços -, que não era e continua a não ser uma Zona Monetária Óptima, circunstância agravada pela inexistência de uma união orçamental que permitisse uma gestão macroeconómica conjunta, o que a torna propensa a choques assimétricos; passando por uma fragilidade estrutural essencial para a compreensão da crise, segundo Paul De Grauwe, que é a perda da capacidade de os países emitirem dívida numa moeda própria, emitindo-a numa moeda que não controlam, pelo que estão, assim, mais facilmente à mercê dos mercados financeiros e podem ser rapidamente precipitados por estes para um default; e chegando aos anos da crise do euro, em que o diagnóstico da crise da dívida soberana grega foi erradamente generalizado a outros países, conforme Jay Shambaugh sublinha, servindo como justificação para prescrever pacotes de austeridade e reformas estruturais que, per se, não são suficientes para superar os constrangimentos resultantes das fragilidades estruturais da UEM, conclui-se que estas fragilidades não só resultam da perspectiva alemã aquando das negociações que levaram ao seu estabelecimento, como aproveitam actualmente à Alemanha. Hans Kundnani assinala que a actual situação, com um euro fraco (segundo Andrew Moravcsik, a taxa de câmbio real da Alemanha, actualmente, está 40% abaixo do que estaria se o país ainda tivesse o marco alemão), é a ideal para a economia alemã baseada nas exportações e avisa que o narcisismo económico da Alemanha coloca toda a Zona Euro em causa. Assim, a Alemanha está actualmente numa posição muito confortável, com um euro fraco que favorece as suas exportações, tornando-a a economia mais competitiva da Zona Euro, e, em parte em resultado disto, encontra-se de forma indisputada na liderança política da UE, tendo a cooperação entre países soberanos sido relegada em favor de uma dominação de facto por parte de Berlim. Ulrich Beck resume de forma lapidar esta situação em A Europa Alemã: "Como a Alemanha é o país mais rico, agora é ela que manda no centro da Europa." A austeridade imposta erradamente aos países sob resgate financeiro permite à Alemanha manter este status quo em que, nas palavras de Moravcsik, ao "utilizar uma moeda subvalorizada para acumular excedentes comerciais, a Alemanha actua como a China da Europa."
Por tudo isto, caro João, o que é uma fatalidade para nós portugueses – e outros como nós – é persistir no erro de acreditar na narrativa da desresponsabilização alemã, que não tem correspondência com a realidade. Fatalidade esta que se torna particularmente trágica atendendo a que muitos dos decisores políticos acreditam nesta narrativa, pelo que, ingenuamente ou não, acabam frequentemente a servir mais os interesses alemães do que os interesses das nações que os elegem.
The further you delve into the Banco Espirito Santo saga the more ridiculous and incestuous it gets.
Short story: The parent company is in big trouble.
- Will Riofort default on the Portugal Telecom loan? (most likely)
- Will Oi walk away from the merger? (hard to say)
- Are the problems ring fenced from the bank (probably not, the bank lent money to Espirito Santo International and tried to dump it on clients)
- Will Portugal be forced into a bailout (doubtful because it was the Bank of Portugal that exposed it and the govt has refused aid)
Espantosa, a capacidade que os tios das canastas futeboleiras têm demonstrado ao longo dos dias de estertor do agora finado Mundial. Os velhinhos ódios de estimação - recheados de inveja, recalcamentos clubístico-xenófobos e outras coisinhas feiosas - são totalmente dirigidos ao Sr. Scolari, transformado por obra e graça do Espírito Santo - não o do actual momento político-plutocrático - no "maior incompetente, imbecil, supersticioso burro e pateta" treinador à face da Terra. O homem conseguiu colocar a gente da FPF numa final do Euro, "devido ao trabalho portista do Sr. Mourinho", tal como logo de seguida colocaria a mesma plêiade de duvidosos substitutos dos heróis do mar, em quarto lugar no Mundial de 2006. Tudo por mérito de outrem, claro. Tirando os têxteis colocados à janela,Scolari "nada fez em Portugal", dizem ou sugerem eles.
Não há programa de futebóis em qualquer um dos canais de "informação"que seja capaz de se abster de abjectos ajustes de contas em relação a Scolari e pior ainda, não esquecendo os jogadores brasileiros e outros aspectos incontornáveis da organização do campeonato. Estavam mortinhos por um banho de sangue, arrastões dia sim dia sim e porque não?, uma revolução seguidora dos cânones do jamais existente assalto ao Palácio de Inverno. Não se viu nada disso, os brasileiros têm uma colossal capacidade de se divertirem mesmo nas horas mais tristes. D. João VI sabia-o muito bem e por isso mesmo não queria regressar ao Tejo. Esse imperial e real retornado veio à força e acabou envenenado, pois claro.
Digam o que disserem, apesar de uma sofrível exibição, o percurso dos brasileiros foi incomparavelmente superior àquele exibido pelos representantes da Federação Portuguesa de Futebol.
Logo no final do desastroso jogo com a Alemanha, vimos David Luiz ser o perfeito contraponto dos jogadores portugueses que tivemos a pachorra de escutar no dia da eliminação, ou melhor, do "inconseguimento" da passagem da fase de grupos. O desolado David Luiz implorou pelo perdão do seu povo, numa demonstração de vergonha pela lastimosa prestação.
Scolari já não é o seleccionador brasileiro, pois todos estão conscientes acerca da realidade imposta pelos resultados. Os seus jogadores confessaram a péssima exibição e disseram-no sem rodeios. É a velha lapalissada história de contra factos não existirem argumentos.
Por cá, o genial Paulo Bento soma e segue, achando-se supinamente apto a prosseguir a senda de invitórias que até o mais escandalosamente ignaro adepto - eu, Nuno - facilmente via desde há pelo menos dois anos. Os seus meninos afinaram pelo mesmo diapasão, tendo a descarada lata de afirmarem sem rebuços a "missão cumprida", o "termos dado o máximo" e para cúmulo, o "orgulho". Não foi o que da boca de Bruno Alves saiu?
Os tios da canasta SIC-N, RTP-Informação e TVI24, são unânimes quanto à desgraça que foi para a canarinha, aquela vitória da Taça das Confederações. Para ser mauzinho como as cobras, diria que o nosso azar foi uma noite inspirada do CRonaldo, marcando três boladas na baliza sueca. A não-ida ao Mundial teria lancetado o furúnculo, evitado desperdícios, ferros velhos de lata e arrogante incompetência vestida de vedetismo, penteados diferentes a cada jogo, sessões de autógrafos, viagens de lazer ao Tio Sam e venda de t-shirts de marca. Em suma, o reconhecidamente esforçado e abusado CRonaldo teria ido em Junho para Mykonos, ficando os seus colegas de não-equipa à vontade para banhos no Algarbiorum, Club Mediterranée e Ibiza. Um alívio para todos.
Aviso fúcsia, o segundo menos grave de uma escala de oitocentos. Via ZeroHedge.
Já em tempos tive uma caderneta de cromos virtuais.
Todos os dias abria uma carteirinha e de lá tirava a efígie impressa a 16 cores de um pulha (ou,para respeitar a igualdade de género e de génera, de uma pulho) responsável pela ruína de culturas, impérios, países e civilizações.
Hoje talvez pululasse rua a baixo por ter encontrado um cromo especial, duplo, raro, com Kirchner e Dilma.
Muitas possibilidades existem para uma reedição da funesta tarde daquele início do ano de 1908. Para evitar qualquer imprevisto e dadas as circunstâncias bem presentes, sugere-se como urgente a colocação da máxima segurança em torno do 1º ministro e do governador do Banco de Portugal.
Não precisam de um desenho explicativo, pois não? É que já não estamos nos áureos tempos de certas embaixadas enviadas a S. Bento, dali facilmente sacando dissoluções parlamentares.
O Bloco de notas de Esquerda parece estar a preparar-se para mudar de nome, adesivando-se ao pelotão do Senhor Doutor Ruizinho. Pois é disso mesmo que se trata, sendo evidentes as perfeitas coincidências entre heróis de sempre nos posters colados na sede e mais concretamente, nos nomes de seguidores. É o fenómeno amiba com a mesma gente, as mesmas ... "brilhantes ideias que merecem mais uma chance", a mesma conversa tão do agrado do eleitorado da freguesia da Lapa.
Pelo que se sabe, a gira menina Ana vai dragar fora das águas do Trancão em que se tornou a agremiação do Dr. Louçã. Querem tentar uma aposta acerca do futuro paradeiro?
Ou vai ruizar-se ou em caso de consumação das facas longas no Rato, aqui teremos mais uma "social-democrata de gauche" dragada pelo Costa das demolições.
Escrito e realizado por Paul Haggis, com Liam Neeson, Olivia Wilde, Mila Kunis e Adrien Brody nos papéis principais.
É sempre desagradável dizer que um filme não é para toda a gente mas este, de facto, não é um filme fácil. Não só por causa do constante zapping entre as histórias que fazem parte da história principal (que parece algo exagerado na parte inicial do filme), mas porque nenhum dos personagens é herói nem está lá para que o espectador simpatize com ele. O que poderá levar a que se tenha menos interesse e se preste menos atenção aos detalhes necessários para que, mesmo no final, tudo encaixe e se compreenda a verdadeira dimensão da narrativa. Uma fórmula arriscada que poderá acarretar a frustração do espectador caso este não "atinja" a história. Não será por acaso que a crítica não tem sido muito favorável a este filme que, de facto, é de grande qualidade e com um elenco bastante competente.
Tudo começa e acaba com um escritor, fechado num quarto de hotel a escrever um romance, consumido pelo sentimento de culpa e ferido na auto-confiança.
«Watch me».
Passados alguns meses desde o meu último post a este respeito, finalizada a parte curricular do doutoramento, liquidadas as propinas relativas a este primeiro ano e adquirida a bibliografia que estava em falta, gostaria de aproveitar a oportunidade para fazer um breve balanço.
No que ao aspecto financeiro concerne, registaram-se, até ao momento, 47 contribuições, totalizando €3468, sendo os fundos remanescentes €275,37. Quanto à vertente académica, a parte curricular ficou concluída ontem, registando-se as avaliações que podem ser consultadas aqui. Elaborei, no âmbito das diversas disciplinas, ensaios que ao longo dos próximos tempos serão revistos com o intuito de serem submetidos para publicação. O projecto de tese de doutoramento sofreu alterações substanciais ao longo deste ano e a versão final, que também está disponível para consulta, será submetida em breve ao Conselho Científico do ISCSP.
Não posso deixar de, mais uma vez, expressar o meu sentido agradecimento a todos os que contribuíram financeiramente para esta iniciativa, bem como aos que ajudaram a divulgá-la. Alguns dos que contribuíram permanecem anónimos, mas tenho contactado pessoalmente com os demais, e assim continuarei, por entender que tenho, efectivamente, não só uma dívida de gratidão, como o dever de informar quem tão generosamente me tem apoiado a respeito da evolução dos trabalhos desenvolvidos em sede académica.
A partir de agora, tenho 2 anos para elaborar a tese, o que implica concentrar energias neste empreendimento e não me dispersar com o que é meramente acessório. Numa época em que facilmente nos deixamos submergir no mediatismo e na espuma dos dias, e quando o debate de ideias nos blogs e nas redes sociais se encontra manifestamente empobrecido – o mais das vezes, até, ausente –, torna-se mister não só ter as prioridades bem definidas, como alocar recursos escassos – o tempo e a disponibilidade mental – a estas prioridades. Ademais, vale a pena relembrar Ortega y Gasset: “Todo o esforço intelectual que com rigor o seja afasta-nos solitários da praia comum, e, por rotas recônditas que precisamente o nosso esforço descobre, conduz-nos a lugares retirados, situa-nos sobre pensamentos insólitos.”
Tendo isto em mente, entre hoje e amanhã desactivarei a minha conta do Facebook e passarei a contribuir para o Estado Sentido apenas quando me for possível – mais com o que for lendo e escrevendo no âmbito da tese, do que com comentários sobre a actualidade – sendo certo que este fica bem entregue nas mãos de todos os que têm contribuído para o seu sucesso, a quem estou também penhoradamente grato. Continuarei, todavia, contactável por e-mail (samuelppires@gmail.com).
...bem podia ter-se poupado ao frete de pensar, pois deveria ter recorrido a uns tantos textos escritos pelo Arq. Gonçalo Ribeiro Telles há mais de quarenta ou cinquenta anos.
Ah!, a pólvora também já foi descoberta há muito tempo.