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A grande ilusão europeia

por John Wolf, em 31.01.15

opticalillusions

 

Quando vejo a histeria a tomar conta dos povos, recordo-me dos filmes históricos dos anos 30 do século passado. Quando vejo povos derreados pela verga da indignidade económica e social, penso no sofrimento incomensurável de famílias inteiras. Quando vejo expressões de pura demagogia a tomar conta dos discursos de políticos, sinto que as nossas sociedades correm grandes perigos. Quando observo a bandeira da libertação ser hasteada, penso como será a nova ordem proposta pelos mercenários. Quando comprovo como nações inteiras podem ser postas ao serviço de interesses ideológicos, deixo de acreditar na pureza da Democracia. Quando testemunho a facilidade com que se arrebanha gente, penso em colunas militares. Quando sinto a prevalência do dinheiro na retórica inflamada, sei que a alma humana foi vendida. Quando registo a facilidade com que se desonra a palavra, conheço o valor de um aperto de mão. Quando nem preciso de olhar para ver, sei que já embarcaram num caminho de difícil retorno. 

publicado às 20:02

Globalização

por Fernando Melro dos Santos, em 31.01.15

Gregos Independentes abre sucursal em Portugal.

publicado às 11:45

A Entente Greco-Russa e a Europa

por John Wolf, em 30.01.15

Russia-Greece

 

Nos dias que correm é muito fácil ser atirado para um dos campos da discussão - either you´re with us or you´re against us -, é conveniente simplificar o intrinsecamente complexo, usando para o efeito, códigos caducos, linguagem ideológica fora do seu prazo de validade. Assistimos na Europa, ou se quiserem na União Europeia (UE), a grandes dificuldades interpretativas. A Entente Cordiale que está a ganhar forma entre a Grécia e a Rússia é motivo de alarme. Pela primeira vez na história da UE um estado-membro rejeita servir-se das instituições formais que foram criadas, para, em última instância, preservar a paz. Yanis Varoufakis diz por outras palavras que já não reconhece autoridade à Troika, que aquele mecanismo não tem legitimidade para decidir sobre o destino de um Estado soberano que "por acaso ainda" é membro da UE. Não é apenas Putin que não quer perder a face. Tsipras também não irá esbanjar o que alcançou oportunamente numa Europa polarizada pela extrema direita e extrema esquerda, por anti-americanismo, assim como pelas entidades pragmáticas como a austeridade, o terrorismo, enquanto extensão ou não do Estado Islâmico.  A Europa, refém dos seus processos formais e em plena crise económica, está a tornar-se presa fácil para outra "pária". A Grécia está geopoliticamente encravada numa zona de cultura ortodoxa à mão de semear dos interesses estratégicos russos. Chipre ou a Bulgária  podem ser também magnetizados pela dissensão intencional russa. Enquanto milhares celebram efusivamente a libertação dos gregos das directivas alemãs, um outro eixo de substituição está a ganhar forma, uma outra estrutura de poder conhece já a sua cúpula. Neste contexto, e por analogia ao descalabro e à guerra a que já assistimos, a Grécia pode ser entendida como uma pré-Ucrânia. Um espaço vital onde talvez não se vislumbrem tanques de guerra e colunas de infantaria russos, mas onde outra dimensão de projecção de poder, está, efectivamente a acontecer. Os libertários europeus serão confrontados com vários dilemas existenciais, mas para já, desenham de um modo claro, um certo fundamentalismo cego, de libertação do ónus da dívida a qualquer preço. O problema é que o valor não é determinado por vontades internas, por comissões políticas nascidas nos salões de uma Europa civilizada. Quem demonstra intenções claras e inequívocas é a Rússia. Seria bom se a Europa das liberdades e garantias calibrasse sem demoras a sua posição no contexto de ameaças que já não são externas. O triângulo das Bermudas da Europa desenha-se com duas pontas agudas que não tarda irão furar as expectativas utópicas de uma comunidade europeia de crentes que ainda acredita num regresso faustoso ao estado social e às subvenções vitalícias. O nosso futuro pode muito bem estar nas mãos de Putin e Tsipras. Os primeiros passos são sempre os mais difíceis.

publicado às 18:06

" Portugal dos pequeninos "

por Cristina Ribeiro, em 30.01.15

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Este regime político, através dos pigmeus, sem excepção, que o protagonizaram e protagonizam, foi, tem sido, pródigo em malfeitorias; difícil dizer qual a mais negra, mas hoje, talvez porque muito se discute o seu futuro, uma me martela a cabeça, que, a par de outras, não a consegue esquecer - a TAP: cresci a ouvir dizer do orgulho que ela era para o nosso país. Além de uma companhia tecnicamente superior, era uma empresa forte, muito lucrativa. Hoje, mais uma nódoa daquelas que, e como dizia Eça, nem com benzina se limpam. Mais uma página que a História irá registar, porque não a deixaremos cair no esquecimento.

publicado às 06:18

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É que não tem pés nem cabeça

Reproduzidas por pasquim acordista, as acusações do Professor são óbvias. Carradas de razão, a meu ver muitas mais carradas das que, escrevia Silva Bastos em 1933, tinha o Dr. Ricardo Jorge " e com ele os seus pares na depuração da Língua pátria ", quando escrevia o médico que se se continuasse a " mascavação do nosso idioma cairíamos no ' Bundismo ' - tudo o que se quisesse, menos português de boa cepa. " Bastava percorrer páginas de livros, colunas de periódicos... ". Hoje esse percurso, mais do que nunca, causa arrepios.

publicado às 05:54

Auri Sacra Fames

por Fernando Melro dos Santos, em 29.01.15

Listagem do FMI diz que Portugal vendeu ouro. Banco de Portugal nega.

 

Na mesma listagem, a Espanha terá actualmente ZERO toneladas de ouro. Banco de Espanha nega.

 

Continuem a brincar com fisgas de um lado e do outro, como putos no recreio.

publicado às 21:46

Ensaios (884.2)

por Fernando Melro dos Santos, em 29.01.15

é janeiro. estamos em pleno defeso da epoca balnear e os portugueses, as portuguesas e os animais de estimacao portuguesos ja afluem aos saldos em busca dos chinelos que irao calçar na proxima abertura estival.

um missil russo sobrevoa baguim do monte, direito a lisboa. nao se ouvem sirenes porque os cabos electricos foram todos roubados por contribuintes nomadas de etnia romani.

quando o projectil se precipita sobre a praia urbana de odivelas, os transeuntes debatem se a culpa será de sócrates, do salazar ou de jorge jesus.

na ilha da madeira as vendas de protector solar e oculos de sol atingem maximos historicos e o IPMA declara um alerta roxo, o 19º mais grave numa escala de 20.

publicado às 21:18

A Baía dos PIIGS

por Fernando Melro dos Santos, em 29.01.15

Crédito pela ideia: John Wolf. 

 

On October 24th, 2015, after fulfilling every promise on far-left party Syriza's political manifesto, Greece unilaterally abandoned membership of NATO.

As conflict between government forces, backed by Western mercenaries, and pro-Russian separatists spread across the Ukraine, spilling over into Moldova and Romania and forcing Hungary, Serbia and Bulgaria to polarize their stances further - the former two away from a decaying EU, the latter closer to that bloc -  Russia seized the opening from Greece, with whom it agreed on terms for the construction and development of a military port and airfield on the island of Crete. 

Shortly thereafter, and still reeling from the aftermath of "financial intervention" by the European Commission, the nation of Cyprus unilaterally declared its own divorce from the European Union, abandoning the Euro as legal tender and reverting to the Cypriot Pound, pegging it to the Russian rouble immediately. 

 

 

Creative Commons License
The Bay of PIIGS by Fernando Melro dos Santos and John Wolf is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Based on a work at http://estadosentido.blogs.sapo.pt/a-baia-dos-piigs-3505209.

publicado às 20:16

Carta Aberta de Alexis Tsipras à Alemanha

por Fernando Melro dos Santos, em 29.01.15

Link.

 

Pessoalmente, acho que faz todo o sentido, e pouco me rala que o tipo seja Marxista. Até podia ser marciano, e isto custa certamente imenso a engolir aos betos provincianos das pseudo-direitas e das sinistro-fracturas que por cá se vão entretendo com jogos de salão.

 

Espero que não o acidentem em algum aeroporto Russo ou coisa parecida. 

 

Vergonha suprema: nem assim haver um partido em Portugal que chegue aos tomates do Syriza. 

 

Nota Bene:

Se as eleições gregas tivessem sido cá, o meu voto teria ido para os Gregos Independentes. A Grécia tem assim dois, não um, partidos com eles no sítio. 

publicado às 16:44

Extrapolações a partir de Tsipras

por John Wolf, em 29.01.15

Greek-Philosophers

 

A crise europeia acabou, e o emprego vai crescer exponencialmente em todos os Estados-membro da União Europeia.

A Dívida Grega vai ser perdoada e a Troika vai conceder um bónus de 500 mil milhões de euros aos helénicos por terem tido uma ideia tão boa.

A Austeridade vai acabar dentro de 10 minutos e cada cidadão europeu vai receber um cheque de 500 euros para estoirar no Carnaval com a garantia de que receberá outro no Natal.

A Rússia vai retirar-se da Ucrânia e compensar aquele país pelos danos causados e oferecer  gás natural durante 20 anos.

O Estado Islâmico vai converter-se em centro ecuménico de reflexão e paz.

Os EUA vão deixar a Rússia desmontar a NATO.

A União Europeia vai ter, a partir de amanhã, uma União Fiscal e uma Política Externa e de Segurança Comum.

Portugal vai ser salvo por um novo partido de inspiração tsiprarista fundado por António Costa, Mário Soares e José Sócrates.

Os ataques terroristas, tal como acontece com as greves, deverão ser marcados com antecedência mínima de 24 horas pelas uniões sindicais que representam os suicídas.

As receitas da venda de armas dos EUA, França, Reino Unido e Alemanha vão reverter integralmente para a Cruz Vermelha, a Amnístia Internacional e o Banco Alimentar contra a Fome, que cessarão de existir e tornar-se -ão desnecessários.

O Euro irá ser adoptado por todos os países africanos descarrilando o Dólar Americano como moeda de referência no comércio internacional.

Todas as Empresas Privadas portuguesas serão nacionalizadas para compensar a Privatização da TAP e a perda de controlo sobre a PT.

Os bancos vão passar a ter filiais dentro da casa de cada família portuguesa para pôr em prática soluções de poupança e oferecer salários aos reformados e delinquentes.

As semanas laborais vão ser sujeitas a uma reforma humanitária que implicará não mais de 15 horas semanais de trabalho.

As dívidas vão passar a ser entendidas como um valor positivo civilizacional e promovidas no programa curricular das escolas.

Os partidos políticos da Extrema Direita e da Extrema Esquerda vão deixar de existir para dar destaque a uma força moderada nascida a partir de uma sociedade civil que não sabe o significado de ideologia.

E por último, eu deixarei de ter ideias tão realistas quanto estas e outras que me escapam de um modo tão flagrante...

 

 

 

publicado às 10:31

 

publicado às 18:41

Mr. Clusterfuck

por Fernando Melro dos Santos, em 28.01.15

 

publicado às 16:41

Tectónica de placas

por Fernando Melro dos Santos, em 28.01.15

"In theory, Russia has 400 billions of reserves and an immense amount of oil it doesn't really know what to do with right now. Assuming they'd promise Greece their yearly oil imports for free, that would mean 8 billion euros of help for minimum cost. Reopening Russia for greek food exports, making it the only EU partner, would mean another 5 to 10 billions for Greece between direct Greek production (which would mean money going directly to part of Tsipras' political base:impoverished farmers) and considering that the rest of Eu would re-route through Greece (allowing it to reap some form of transit fee... probably in the form of import-export price spread) and an inflation damper for Russia (and bonus points for Vladimir on the internal front as saviour of the Orthodox brothers).

Appealing.

Besides: how much would be worth for Russia (or China) a vote within the EU Council? or an effective veto power within it on matters that require an unanimous vote?

of course, if anything like this would seem, not even likely, but just possible to happen, Tsipras would probably end up having a strange plane accident on a Russian airport's tarmac, or something."

publicado às 15:41

Martim Moniz, a costa da loucura salgada

por Nuno Castelo-Branco, em 28.01.15

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 Mais um imaginativo caixotismo, prolongando o desastre urbanístico que é o Martim Moniz

 

Parece uma piada de péssimo gosto, mas não é. Consiste em mais uma loucura assentada pela calamidade ambulante que dá pelo nome de Sr. Manuel Salgado e decerto pelo seu adjunto formalmente superior, o Sr. António Costa. Implica outra série de demolições e o despejar de milhões para a construção de um edifício religioso. Leiam o texto anexo, vale a pena"libertação de edifícios e demolições, verbas saídas do orçamento municipal". E se fosse uma igreja, sinagoga, templo budista ou hindu? Seria possível esta indecente e provocadora solicitude? Depreende-se que a cada vez mais grotesca superstição laica, encontra intermitências quando convém aos comandantes de toda esta geringonça, no preciso momento em que a Europa enfrenta o maior desafio das últimas décadas. Má mensagem, precisamente quando no Martim Moniz existe uma estação do metropolitano que rapidamente transporta os crentes para a mesquita da Praça de Espanha. 

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As demolições previstas 


A cidade foi tomada a partir daquela zona, disso ninguém duvida. Desta forma a Câmara Municipal de Lisboa toma uma tão deliberada como desastrada decisão meramente política e de descarado favorecimento de facção, pois neste caso, o argumento Bangladesh não passa disto mesmo: é político.

A prepotente decisão não passa de péssima política e de um deliberado caçoar da nossa história, da nossa soberania que afinal, para Costas e adjuntos, é reversível. Por muito que procurem disfarçar, esta é a mensagem que torna anacrónico o nome da Praça Martim Moniz.

Um trecho n' "O Corvo", diz o essencial: 

"Trata-se portanto do realojamento de um equipamento já existente, onde se acrescentam outras valências importantes para a respetiva integração social desta comunidade, numa zona cuja história remete para a manutenção da presença islâmica na cidade após a reconquista cristã”"

 

Manutenção? Que manutenção? Devem querer dizer reintrodução. 

publicado às 09:26

SYRISA E MERKEL

por Manuel Sousa Dias, em 28.01.15

angela.jpg

 

 

Foi esta a capa da revista do Expresso que coincidiu com a vinda de Angela Merkel a Lisboa em Novembro de 2012. A fotografia, deselegantemente dramatizada em Photoshop, era reflexo dum sentimento forte entre muitos jornalistas, políticos e gente com demasiado tempo de antena: uma Angela Merkel vampira de visita ao pais a ser sugado.

 

Parece ser com o mesmo sentimento anti-Merkel-anti-austeridade-anti-ajustamento que os noticiários vão dando conta da grande vitória do Syrisa na Grécia e de um primeiro-ministro da extrema esquerda cujo primeiro acto oficial foi prestar homenagem a duzentos comunistas gregos fuzilados pelos nazis. De Tsipras espera-se demasiado: renegociar a dívida grega, implementar medidas sociais dispendiosas para quem tem bolsos vazios e, de uma penada, acabar com a austeridade; e fim da austeridade não apenas na Grécia mas também numa vaga que se arraste aos outros países “sob o jugo” alemão – a Europa –, assim espera a esquerda dos vários Podemos, de Hollande e, já agora, de António Costa, desejoso de cavalgar uma onda que não é sua. É obra.

 

Contrariando um pouco o optimismo exagerado deste sector que espera ventos fortes vindos da extrema esquerda, diz-me algum bom senso que talvez apenas se afigure alguma benevolência no alargamento dos prazos da dívida da Grécia, pois não vejo como perdoar mais uma vez aos gregos as suas dívidas, a sua escandalosa fuga aos impostos e a sua falta de vontade em ajustar o seu país a padrões mais europeus de organização de estado e produtividade. Sim, “ajustar”, não apenas cortar, como melhor fez a Irlanda ou pior está a fazer Portugal. E não parece que o Syrisa esteja com vontade de ajustar ou cortar, a ver pelas medidas de esquerda de carácter imediato – o aumento do salário mínimo para 750 euros e cuidados de saúde universais e gratuitos.

 

Alguma coisa positiva além de um novo debate sobre a Europa o Syrisa eventualmente trará: mais exigência fiscal, incidindo, e muito bem!, “nos ricos que paguem a crise”, em particular, as grandes fortunas gregas, que são muitas, que se escapam às malhas da fiscalidade grega (as que não tiverem tempo de escapar). Se a extrema esquerda do Syrisa vai pôr os ricos alemães a pagar a crise grega ainda estamos para ver.

 

E a austeridade? As notícias da morte da austeridade estão a ser amplamente exageradas por aqueles que continuam a tentar vender a ideia que era tecnicamente possível a Portugal passar pelo processo de ajustamento e continuar a crescer, da mesma maneira que era possível pedir a um doente com uma anemia grave chegar ao fim de uma maratona com um lugar no pódio. Sim, a palavra de ordem é “crescimento”, mas utilizando uma outra palavra da moda que serve para tudo, este crescimento tem de ser sustentável. Vão chegar os milhões do Pacote Draghi e adivinha-se quem esfregue já as mãos por pensar em governar novamente com dinheiro a queimar o fundo dos bolsos. A escassez é o alicerce de toda a teoria económica. Haja alguém que, apesar da caricatura desagradável de vampira, coloque algum bom senso no dinheiro que vai entrar, que é pouco e deve ser bem gerido, por mais desagradável que este zelo nos pareça uma ingerência nos nossos estados soberanos, não é?

publicado às 02:42

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Yanis Varoufakis, o novo ministro das finanças da Grécia, para além de greco-australiano, é consultor privado da Valve Corporation. Isto tudo não passa de um jogo. Numa playstation perto de si.

publicado às 21:16

Algum psiquiatra deve estar rico - 4

por Fernando Melro dos Santos, em 27.01.15

O governo de coligação que nos rege e que tem gozado sempre da proteção do Presidente da República, Cavaco Silva, tem estado completamente paralisado e sem norte nos últimos meses.

 

Especulação. Não tem provas de nada. Como pode acusar assim vaidosamente altas figuras da Nação? Porquê e até quando?


Compreende-se que assim seja porque Portugal está completamente arruinado. Muitos dos nossos melhores cérebros emigraram e os que restam e têm a coragem de dizer a verdade não são ouvidos e têm os seus telefones controlados.

 

O meu telefone está sob escuta? Podia ter dito antes, poupava-me a essa dúvida. O resto eu já sabia. 


Há hoje em Portugal determinadas polícias que fazem lembrar a antiga PIDE...

 

Nisto tem toda a razão. Foi o firme recluso 44 quem melhor as dotou. 


Entre os jornalistas que são ou foram independentes há vários que perderam os seus lugares e outros infelizmente - a vida é dura - adaptaram-se...

 

São as estilhas da opressão do Huno e dos outros nórdicos. Não basta pagarem-nos as multas por excesso de velocidade, ainda incutem o medo nessa corporação neutral e objectiva que são os jornalistas, ao ponto de, pobres diabos, terem que adaptar-se de quatro em quatro anos. Ou quando a firmeza e a amizade assim o ditarem. 



Há uma ministra que tem obviamente categoria, Maria Luís Albuquerque. Mas obedece sempre ao primeiro-ministro.

 

Há uma pessoa que tem categoria, mas que me obedece. É a minha empregada doméstica. A vida é dura. 


O mais importante é que em três anos o atual governo destruiu Portugal sem mostrar ter a mínima visão que seja de patriotismo. Vendeu Portugal aos chineses e agora, no caso da PT, nada fez para evitar que fosse comprada por uma empresa francesa, quando Isabel dos Santos, filha do presidente de Angola, portanto uma lusófona, foi impedida, sabe-se lá porquê, de comprar a PT.

 

O Doutor saberá que a PT já não vende só telefones, correcto? As pessoas agora lêem, falam, escrevem e até se televisionam em várias línguas. Mas não era o Senhor que dizia há uns anos que é preciso apertar o cinto, leia-se vender o que temos, para mantermos o país a funcionar? E não importa que Angola seja terreno fecundo para o totalitarismo, a corrupção, e as avarias em aeronaves?

 

Falta, por último, vender a TAP, tão importante para Portugal e para todos os países lusófonos. É um governo que não tem sentido de patriotismo nem da importância da lusofonia. Pior, é, como se tem visto, antipatriótico.

 

Ah, cá está. Mas podemos vendê-la a Angola? São lusófonos e já deram provas de saber lidar com acidentes de aviação.

 

E por isso tem vindo a destruir, sem hesitação, este pobre Portugal. Nunca houve um governo no passado, mesmo na ditadura, que tivesse procedido assim.
Veremos como, depois de lhe ter pago tantos juros, vai ter dinheiro para pagar o que ainda deve à troika... Vai ser dramático...

 

Onde estava o senhor entre 1977 e 1984?

 

 

publicado às 21:07

Algum psiquiatra deve estar rico - 3

por Fernando Melro dos Santos, em 27.01.15

Completaram-se dois meses de prisão no dia em que o fui visitar de novo ao Estabelecimento Prisional de Évora. Consegui entrar quando só lá estavam, à minha chegada, dois jornalistas de serviço. Mas à saída encontrei bastantes mais. Com certeza pagam-lhes para isso...

 

Um cão morder um homem há muito que não é notícia. E mesmo um homem morder um cão já perdeu o efeito surpresa. Tal como nem é notícia que certos jornalistas são pagos para servirem de moços de sacristia à seita moribunda que o Doutor representa, nem que outros o sejam para acolitarem cultos diversos igualmente necróticos. 

 

Sócrates está na mesma, com a energia e dignidade de sempre, e o juiz que o tem maltratado, Carlos Alexandre, não tem conseguido encontrar nada que o possa comprometer. Nada é mesmo nada! Pelo menos nunca o disse. Contudo, o ex-primeiro-ministro José Sócrates continua preso. Porquê? E até quando?...

 

Porque a Constituição, o Código Penal e o mais elementar senso comum assim o permitem, senão mesmo recomendam. Porquê e até quando é comparar por absurdo com a quantidade de detentores e ex-detentores de cargos políticos que por aí anda, à solta, sabendo todos nós bem porquê e desde quando. 

 


Dizem os advogados que o conhecem que o juiz citado é muito vaidoso. Mas sairá muito mal no conceito de todos os cidadãos que conhecem e admiram José Sócrates e que cada vez são mais neste pobre Portugal.

 

A vaidade é um pecado mortal que mina as capacidades profissionais de um juiz. A escassez lexical de Cristiano Ronaldo mina-lhe a capacidade de jogar. Não se esqueça de lavar bem a bola de cristal depois do acto.

 

Sócrates está mais firme. E eu, que sou seu amigo e na ditadura fui várias vezes preso, cada dia o admiro mais, tal como ao seu ilustre advogado, João Araújo, que com tanta inteligência, coragem e lucidez o tem defendido.

 

Alusão paleo-fálica repetida ao longo de vários parágrafos, culminando em mais uma evocação das virtudes apensas ao terrorismo, cujos praticantes insignes o advogado ilustre em tempos defendeu. 

 

 

publicado às 20:55

Algum psiquiatra deve estar rico - 2

por Fernando Melro dos Santos, em 27.01.15

Continuação da análise cínico-clínica às mais recentes efervescências biliares de Mário Soares. 

 

Foi em outubro de 2013 que li o livro de Stephen Emmott, professor ilustre da Universidade de Cambridge, Dez Mil Milhões - Enfrentando o Nosso Futuro. Apercebi-me então do que seria a dramática situação do planeta se a ganância da globalização dos mercados continuasse, sem regras, em busca do petróleo, furando a terra e provocando trágicas consequências nos oceanos, a que infelizmente temos vindo a assistir nos últimos anos.

 

O que dirá o ilustre Emmott sobre as viagens, com direito a coima paga pelo Estado, realizadas por Soares a trezentos quilómetros por hora, em veículos movidos a petróleo extraído dos furos da ganância mercantil? 

 

Daí, seguramente, a razão por que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, um político de uma inteligência e visão extraordinárias, fez baixar o preço do petróleo por toda a parte, tentando ao mesmo tempo limitar a fúria dos oceanos e a consequente formação de gelo que este ano, excecional, atingiu as duas costas dos Estados Unidos e outros continentes.

 

Obama, cuja obra seminal inclui o advento de toda uma nova indústria visando a obtenção de energia alternativa ao petróleo (o óleo de xisto), é que fez baixar o preço do petróleo. Analisemos minuciosamente esta afirmação. 

A indústria do óleo de xisto baseia-se na criação de... furos colossais. 

Está em vias de falir, porque a maioria dos países da OPEC se recusam a reduzir a produção, tornando assim a peregrina ideia de Obama pouco ou nada competitiva. 

Ademais, quando as bolhas estoiram e com a procura em queda a descoberta dos preços corrige, é difícil que estes subam. 

Mas não, foi Obama que erguendo dois tacos de golfe bem alto, exclamou palavras arcanas e subjugou os elementos, o petróleo, e a mente do Doutor Soares à plenipotência da sua vontade. 

 

 

No ano passado, o mar, em Portugal, destruiu grande parte das nossas praias. Mas se este ano isso se repetisse - e não gostaria que isso acontecesse - ficaríamos sem praias e sem turismo.

Daí que seja necessário que os cientistas que ainda nos restam e que se interessam por esta área se imponham e responsabilizem o governo pela prevenção dos impactos negativos das alterações climáticas, que tendem a agravar-se.

Esta passagem é pouco clara e questiono-me se conterá outra cripto-referência gnóstica, como a anterior. Soares está a dizer que em vez de areia devemos deitar cientistas sobre os areais da Trafaria, ou pretende exortá-los à elaboração de uma teoria irrefutável que estabeleça um nexo causal entre este governo, os fenómenos climáticos, os buracos negros e outros perigos à espreita no Cosmos?

 

publicado às 20:41

Algum psiquiatra deve estar rico - 1

por Fernando Melro dos Santos, em 27.01.15

Excertos da coluna de opinião de Mário Soares, o Vetusto, hoje no DN

 

A Grécia é sem dúvida o Estado ao qual os europeus mais devem antes de Roma.

 

Os Europeus devem imenso aos trilobites, celacantos, pitecantropos e a toda uma miríade de pioneiros desbravadores do negrume geológico. Dado que 99% destas espécies já pereceram, sem dúvida sob o jugo neoliberal,  obriguemos o BCE a imprimir euros para pagar vidas dignas aos pitecantropos que ainda temos.

 

Mas foi muito maltratada pela Alemanha da senhora Merkel, quando se atreveu a mandar na União Europeia e em primeiro lugar na Irlanda, por pouco tempo, diga-se, e finalmente na Grécia, em Portugal, em Espanha e noutros Estados do Sul.

 

A senhora Merkel, ao ser eleita, tornou-se dona da Alemanha? Faz-se luz sobre a amizade fraterna entre MS e Salgado, outro dono, porém não eleito. Ainda assim impõe-se perguntar se MS, com o seu dinheiro, procede de forma inversa - deixando que sejam aqueles e aquelas a quem paga a ditarem os termos pelos quais reger os serviços prestados.

 

Impôs a todos a chamada austeridade, que os foi destruindo pouco a pouco. Austeridade que mata, como disse o Papa Francisco com a sua sagacidade.

 

Aqui é a parte para alunos do 1º ciclo, ou seja, 75% do eleitorado socialista. 

 

No domingo passado tive a grande alegria de assistir à vitória de Alexis Tsipras, de quem sou amigo e que tanto admiro. Realmente, tratou-se de uma vitória impressionante, que não só muda a Grécia como vai ter um grande impacto em toda a União Europeia.

 

Miterrand está morto. Viva Miterrand. Proponho desde já ao Dr. Soares que reabilite para a vida pública outro grande e admirável impactador, Otelo, lançando-o como candidato presidencial nas próximas eleições. O calibre, passe o trocadilho, é o mesmo e já tem ampla experiência no terreno que Tsipras agora pisa. 

 

É óbvio que a vitória de Tsipras provocou reações em toda a União Europeia, por um lado de entusiasmo e para a direita uma obrigação de refletir de modo a mudar as políticas que tem vindo a seguir e, obviamente, a austeridade, que tantos malefícios tem provocado.

 

O que a Velha Glória do Exílio quer com isto dizer é que dois males não fazem um bem. Primeiro estoira-se o nosso dinheiro, depois o dos outros, mas isso por incrível que pareça não resulta em crescimento, e sim em austeridade. A matemática é uma ciência impessoal e cruel. 

 

A União Europeia está a mudar, como se tem visto, por exemplo, com a posição de Mario Draghi, ilustre economista e presidente do Banco Central Europeu. E o êxito extraordinário que Alexis Tsipras conseguiu no domingo passado vai ajudar imenso. Tenhamos, pois, como sempre disse, esperança, porque melhores dias virão. Inevitavelmente.

 

(ouve-se ao fundo um amanhã a cantar o fado)



publicado às 20:27

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