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(imagem daqui)

 

1 - A esmagadora maioria das reacções ao artigo de José António Saraiva são bem reveladoras do maniqueísmo que grassa em muitas mentes, incapazes de ver o mundo em tons de cinzento – que é como ele realmente é –, concentrando-se no acessório (a descrição que JAS faz do rapaz que encontrou no elevador) para ofender aqueles que não apreciam e deixando o essencial de lado, talvez porque tenham consciência que as suas reacções manifestamente exageradas escondem aquilo que lá no fundo sabem ou que pelo menos vislumbram como até podendo ser verdadeiro mas com que não querem confrontar-se por poder colocar em causa os dogmas em que acreditam: que, na verdade, JAS tem razão quando diz que há muitos homossexuais que não são realmente homossexuais mas sim mentes fracas que em face do niilismo moderno encontram na orientação sexual uma forma de afirmação e/ou revolta, sendo, acrescento eu, produtos da ideologia de género que faz crer que a orientação sexual pode ser uma escolha consciente e racional, o que é falso.

 

2 – Note-se que não se trata de uma contestação geracional num sentido colectivista, isto é, organizado e com propósitos bem definidos (como o foram as lutas estudantis que JAS refere) mas, num contexto de isolamento individual e alienação, sendo a sexualidade uma vertente da afirmação da personalidade, pode funcionar este processo quase espontaneamente como forma de revolta não se sabe bem contra o quê, em virtude do niilismo, do vazio de significado e propósito, acabando alguns indivíduos por se reconhecer nesse tipo de comportamento, tornando-o uma moda e atraindo mais indivíduos para esse estilo de vida. Conheço alguns casos que me parecem estar perfeitamente enquadrados nisto, daí dizer que o ponto central do artigo merece ser explorado. É interessante do ponto de vista sociológico, porque acaba por ser um fenómeno que vem a ter alguma visibilidade (no Chiado é mais do que evidente) e também do ponto de vista da psique, podendo servir para percebermos melhor os tempos em que vivemos. É primeiramente uma revolta individual, e só depois pode ou não ter efeitos nas esferas sociais e/ou política. Quando o que vários indivíduos fazem se torna uma tendência crescente e facilmente observável na sociedade, e se eu ao observá-la conseguir perceber qual o substrato filosófico que lhes dá sustentação prática (e este é o do neo-marxismo) e se eu conseguir provar que esse substrato está errado, como eu consigo com o neo-marxismo, então eu tenho o dever de o dizer/escrever, se quiser intervir criticamente na sociedade onde vivo.

 

3 – Tomando como dado adquirido que a orientação sexual é genética, isto não equivale a dizer que seja uma doença. A nossa personalidade, da qual faz parte a orientação sexual, é fruto da combinação de factores genéticos/biológicos, que nos são transmitidos pelos pais, e de factores sociais/ambientais. O que acho é que há uma transmissão genética, e há vários estudos que apontam nesse sentido, um dos quais bastante recente (2008), sendo este um debate já bem velhinho. Não estou a fazer nenhum juízo de valor ou a criticar. Pelo contrário, estou a dizer que é natural e que não é uma doença, uma fase ou uma escolha. Por outro lado, a ideologia de género é que inventou as muy politicamente correctas possibilidades de escolha do género e orientação sexual, que acabam, essas sim, muitas vezes por originar perturbações mentais. Não há contra-senso porque, tal como JAS, o que digo é que há gays que o são realmente, e depois há estes que acham que são e/ou que podem estar tão confundidos que nem sabem o que são (a ideologia de género faz muito por isso). Talvez um dia a ciência nos auxilie sobre isto. Mas por ora, tudo isto serve também para ilustrar que, sem fazer juízos de valor sobre o que é uma verdadeira orientação sexual, mas sim sobre processos sociais e individuais que advêm de teorias falsas que se desenvolvem e propagam num contexto niilista e relativista, é saudável sairmos dos redis do politicamente correcto e questionarmos aquilo sobre o que nem a ciência ainda nos deu respostas conclusivas.

 

4 - A incapacidade de muitos indivíduos para questionar as ideias pré-concebidas, politicamente correctas, que professam como um credo (provavelmente sem saber de onde provêm), e de discutir civilizadamente um qualquer tema, por mais delicado que seja, como este é, é claramente mais um sintoma do falhanço moral e educacional da sociedade portuguesa. Sem uma formação sólida nas humanidades e que fuja aos cânones do neo-marxismo, não admira que muita gente seja incapaz de perceber que generalizações são explicações de princípio, gerais, com um certo grau de verificação, mas com excepções que evidentemente servem para as confirmar como tendências.  É por isso que as estatísticas nunca são reais. Só a irregularidade da realidade é real, como escreveu Jung. E esta diz respeito a cada indivíduo, um ser único e irrepetível, pelo que ninguém obviamente diz que "todos os homossexuais são-no porque escolhem ser" ou "todos os homossexuais são-no porque querem revoltar-se contra os pais ou a sociedade" ou "todos os homossexuais são-no porque está na moda". Quando perceberem que aquilo que qualquer pensador social ou intelectual público minimamente credível faz é colocar hipóteses sobre comportamentos individuais, e que não sendo o mundo a preto e branco, podem verificar-se até em combinações várias, mas não deixam de ser hipóteses e especulações úteis para tentar entender a sociedade em que vivemos, mesmo com as excepções que confirmam a regra, talvez nessa altura o debate público em Portugal possa ser menos acrimonioso.  

 

5 – Como muitos recusam o que decorre dos pontos anteriores, enveredam pelo campo mais fácil, o do insulto, apelidando José António Saraiva ou quem com ele concorde de homofóbicos, como já hoje fizeram comigo, quando não partem para outros mimos. Claro que o facto de lidar com diversos gays ou ir a bares gays sem qualquer problema não deve obstar à minha homofobia. Deve ser um tipo especial de homofobia. Mas daquela que muitos gays têm, ao saberem perfeitamente que aquilo que aqui escrevi corresponde em grande medida à realidade que facilmente observamos em Lisboa. Para finalizar, praticamente só vi virgens ofendidas e histéricas que partiram logo para o insulto. Tentar analisar o que já por várias vezes salientei como um válido ponto central e debater civilizadamente é coisa que não assiste às mentes cheias de certezas absolutas. Entretanto, se começassem por ler isto e isto, podia ser que aprendessem qualquer coisa e conseguissem ir um bocadinho além do “que texto nojento”, “este gajo é um nojo”, “este gajo é homofóbico”, “este gajo anda a galar meninos de 17 anos” e outros mimos muito sofisticados.

 

Leitura complementar: A homossexualidade como revolta contra o niilismo modernoEu, retrógrado, curvo-me perante os adiantados mentaisTodas as diferenças de opinião são também epistemológicas e metodológicas

publicado às 22:23


21 comentários

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De Abel Matos Santos a 11.04.2012 às 00:23

Como profissional de saúde que trabalha, também, com adolescentes, posso afirmar categoricamente que assistimos a um fenómeno absolutamente assustador, onde muitos adolescentes e jovens adultos que não são homossexuais se envolvem em práticas homossexuais pela pressão dos pares, por estar na moda e pela pressão social, tendo muitos desenvolvido problemas emocionais graves que os leva, entre outras coisas, a automutilações, depressões e suícidio. JAS tem toda a razão no seu artigo! Venham as ILGAS e os arautos dos homossexuais contestar, mas a realidade impoe-se sempre a ideologia.
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De Samuel de Paiva Pires a 11.04.2012 às 00:26

Caro Abel Matos Santos, muito obrigado pelo seu testemunho. Posso-lhe pedir autorização para colocar o seu comentário no blog sob a forma de post?
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De Abel Matos Santos a 11.04.2012 às 00:50


Claro que sim!
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De vasco a 11.04.2012 às 04:14

"E a opção gay é uma forma de negação radical: porque rejeita a relação homem-mulher, ou seja, o acto que assegura a reprodução da espécie. Nas relações homossexuais há um niilismo assumido, uma ausência de utilidade, uma recusa do futuro. Impera a ideia de que tudo se consome numa geração – e que o amanhã não existe."

isto é muito estúpido, muito ignorante e muito homofóbico. Por mais testamentos que você escreva sobre o autor e as suas indagações existenciais sobre os "gays da moda", o que subjaz é o mofo. na cabeça do sr Saraiva e nas de quem pensa como ele.
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De Samuel de Paiva Pires a 11.04.2012 às 10:25

Há séculos que filósofos, teólogos e afins se dedicam a procurar a resposta à questão "qual é o sentido da vida?" Não existindo uma resposta conclusiva, torna-se evidente que, numa versão minimalista mas talvez mais realista, o único sentido da vida é gerar mais vida. E deste ponto de vista, de pendor sociológico, de facto as relações homossexuais não têm utilidade.
Por outro lado, se perspectivarmos a ideia a partir apenas do indivíduo, é certo que se a utilidade passa pela maximização da felicidade, obviamente que ter uma relação é útil na busca da felicidade (e isto é válido para qualquer tipo de relação, não apenas homossexual).
Ao falar em reprodução da espécie e geração" José António Saraiva aponta claramente para a primeira perspectiva. Não vejo onde está o choque e o problema. Mas é mais fácil seguir o caminho do insulto, claro.
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De vasco a 11.04.2012 às 11:43

Insulto? E não é um insulto dizer que uma relação homossexual é "niilista" e "uma forma de negação radical" e uma "recusa de futuro", sem referir por exemplo os casais heterossexuais que não querem ter filhos, (ou as pessoas que não querem ter relações, ou não podem, como os padres) ou o facto simples de que os homossexuais poderem eventualmente adoptar ou ter filhos se forem mulheres? Caro sr., todo o texto do sr Saraiva é um insulto! O sr. pode polir como quiser, andar a falar de insultos e filosofias, continuar com respostas circulares que só convencem tolos. Não tem a mínima razão.  


O artigo é estúpido, ignorante e homofóbico: isto não é um insulto, é apenas a verdade.
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De Samuel de Paiva Pires a 11.04.2012 às 11:47

Que JAS tenha sido parcimonioso nesse aspecto é um facto. Mas eu não o fui, por isso escrevi que "(e isto é válido para qualquer tipo de relação, não apenas homossexual)".

"Não tem razão" e "É apenas a verdade". O melhor argumento que se pode utilizar, cilindra logo qualquer interpelado. Fique lá com a sua razão que eu fico com a minha. Volte sempre.
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De vasco a 11.04.2012 às 12:02


"Não vejo onde está o choque e o problema"


Se não vê o insulto nas palavras do autor, nem acha que elas têm algum problema, desculpe lá, mas não tem razão. Nem um pingo. E a parcimónia é normalmente uma qualidade que prezo, mas que não vislumbro minimamente no sr. Arquitecto.
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De Samuel de Paiva Pires a 11.04.2012 às 12:08

Talvez fosse bom rever o conceito de parcimónia. Em ciência ou filosofia é aquilo que nos leva a escolher as hipóteses mais simples e com maior potencial explicativo para o que se pretenda, sabendo de antemão que outras existem mas que não necessariamente acrescentam algo ao que se pretende demonstrar. O facto de identificarmos uma delas para os propósitos de uma reflexão não obriga a que tenhamos que as apontar a todas. Logo a sua crítica a JAS por não o ter feito, se na verdade aprecia a parcimónia, é ilógica.

Tenho por regra a abertura de espírito para a discussão de qualquer tema. Não tenho por hábito chocar-me, muito menos por peer pressure da brigada do politicamente correcto, como já deve ter percebido.

Não tem que me pedir desculpa quando diz que não tenho razão. Só que não é por o dizer e repetir seja quantas vezes for que isso é verdade. Precisava de argumentar qualquer coisa minimamente lógica e válida, o que não faz.
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De vasco a 11.04.2012 às 13:06

Você utilizou a palavra parcimónia com um sentido, eu dei-lhe um outro: o da sobriedade, da contenção, coisas que não reconheço ao sr saraiva, muito pelo contrário. Julgava que o entendesse quando eu me referi ao conceito como "qualidade", pelos vistos não.


Aquilo que chama de politicamente correcto, neste caso é apenas correcto. É correcto não ofender, é correcto não descriminar, é correcto não ignorar evidências quando se fazem "teses" sociológicas.  Se acha mesmo que o sr saraiva consegue olhar para alguém num elevador e perceber não só a sua orientação sexual, mas também a sua "causa" (porque as doenças têm sempre um agente patogénico, senão um raiz genética), quer que eu argumente o quê? Não vislumbrou qualquer ofensa no artigo em questão? Lamento, o problema é seu.
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De Samuel de Paiva Pires a 11.04.2012 às 13:56

Claro que o problema é meu. Não é das presunções erradas de quem não consegue pensar fora dos cânones politicamente correctos.
Passa ao lado do argumento central e que realmente importa no texto de JAS. Se o problema é a classificação derivada da observação e descrição, deixe-me contar-lhe uma observação que me fizeram no início da primeira vez que fui a um bar gay. Dois gays olharam-me de alto a baixo, viraram-se para mim e afirmaram categoricamente: "Você é hetero, não é gay". Sorri e pronto. Qual é o problema? Todos os dias passo algum tempo no Chiado e, sentando-me numa qualquer esplanada ou nos Armazéns a jantar, consigo dizer-lhe quem é gay. E quem disser que o não consegue, ou está a mentir ou deve andar de olhos fechados e sem utilizar o cérebro. Todos classificamos os outros, mesmo que o façamos inconscientemente e sem o exteriorizar. Não há mal nenhum nisso, é uma característica humana e que nos distingue dos animais. O que realmente importava era que no meio do histerismo compreendessem aquilo que Abel Matos Santos, psicólogo clínico, salientou na caixa de comentários.
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De DARWIN junior a 13.04.2012 às 17:14

Diz-me com quem andas ... 
Há quem tenha muitos espelhos. Assim , com elevada probabilidade de alguns reflectirem a "merda" que há neste País . 
Há uma corrente doentia (não confirmada pela OMS , não obstante ser de origem genética , tal como a sífilis , a sida , etc.) , a qual aboliu todos os preconceitos .
Sem preconceitos , podem continuar a "levar no c. " que em nada incomodam os meus preconceitos ...
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De Samuel de Paiva Pires a 13.04.2012 às 17:17

Está bem, já se percebeu, pode parar com o spam.
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De DARWIN junior a 14.04.2012 às 14:45

Me penitencio. Um Grande Abraço .
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De DARWIN junior a 14.04.2012 às 23:45

MAS ainda está por provar a utilidade de falar com um homossexual sobre a sua homossexualidade , tal como com um drogado sobre o seu vicio ou com um fumador sobre o seu vicio de fumar  que aliás  é  crime p. e p.  no  Código Penal  quando praticado na presença de terceiro  sem  a  sua autorização .  

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De makarana a 15.04.2012 às 01:05

oh samuel, qual é o crime ou a gravidade de uma pessoa ser homosexual e ter uma relação como tal? e se muitos forem qual é a crise? e se decidirem ser qual é o problema? se voce e o saraiva teem problema azar vosso
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De DARWIN junior a 15.04.2012 às 21:59

Portugal enriqueceu com a revolta de Renato Seabra ...
Portugal ficou menos pobre com a morte de Carlos Castro ...
E ficaria muito menos pobre com a morte de J. Castelo Branco ...


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De Sergio Pereira a 21.04.2012 às 04:40

Tive de procurar um pouco mas até que enfim encontrei alguém que escreveu algo acertado acerca do artigo do JAS. Parabéns pela sua análise.
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De ines almeida a 06.05.2012 às 16:15

Melhor artigo que li sobre o artigo do senhor JAS, muitos parabens subscrevo integralmente todas as suas palavras! Eu faço parte desta nova geraçao, deste novo fenomeno, e posso lhe garantir que muitas vezes vejo e  pressoes sociais por parte de amigos colegas e a propria sociedade a pressionar os outros a serem gays eu propria ja fui vitima disso, e ate ja ouvi dizer que quem nao o fosse era homofobico e era menos pessoa que os gays!

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