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Chegou ao fim a era Fernando Santos

por Samuel de Paiva Pires, em 30.06.18

Fernando Santos será sempre o homem que nos deu o Euro 2016. Mas um seleccionador que joga de início com Gonçalo Guedes, Ricardo Pereira, João Mário e sem extremos e que insiste repetidamente em deixar no banco Quaresma, André Silva e Gelson e em ter vários jogadores em sub-rendimento nos diversos jogos (Raphael, William, Bernardo Silva), merece esta derrota vergonhosa contra um Uruguai que não jogou nada. Enquanto continuarmos a ter seleccionadores teimosos e que não vêem o óbvio ululante, continuaremos a desperdiçar gerações de futebolistas talentosos.

publicado às 21:09

Vais querer a opção Vegan?

por John Wolf, em 19.06.18

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O Bloco de Esquerda é  accionista maioritário da empresa do preconceito em Portugal. Destaca diversos espaços de regalia paradoxal e do efémero do absurdo. Contribui para a anormalidade ao sublinhar a etnicidade sociológica da homo-diversidade, e eterniza uma certa noção de pseudo-provincianismo - oferece conceitos e definições exactas, absolutas. Temos a barraca Queer ou a tenda Feminista. Temos o Boicote a Israel e a celebração da Palestina. E temos a opção Vegan. São compartimentalizações sectárias desta índole que confirmam os nossos piores receios. O homem não é livre. Leva um rótulo na testa e um pontapé no traseiro se optar por planos que faltam gizar. Daqui a 100 anos quando arqueólogos políticos esbarrarem com os panfletos e a propaganda, os mesmos terão sido comidos pelo bicho da intransigência autofágica. Que tristeza de festa.

 

Screen Shot 2018-06-19 at 19.14.12.png

 

publicado às 19:15

Cristiano "Monstruoso" Ronaldo

por Samuel de Paiva Pires, em 16.06.18

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 (fotografia daqui.)

 

No New York Times:

But it is equally true to say that Ronaldo, even in his twilight, shines brighter than almost any player with whom he comes into contact. He has not so much faded as a player as evolved into something different. It is misleading to suggest that he has transformed into a striker, a penalty- area predator, because he is not really restricted by such mortal concepts as geography.

Instead, he has attained a level of such devastating efficiency that he now does not really require something so mundane as the ball. He does not need to be involved. He looks, often, like he is doing nothing, or something quite close to it — as if he is a mere passenger. It is an illusion. He is always in the cockpit.

Isco, his Real Madrid teammate, was the dominant player on the field here, the one who was most involved, who prompted and probed and prodded, and he was wearing a Spain jersey. Ronaldo has moved beyond needing to dictate games. He concerns himself only with defining them.

publicado às 17:30

A procissão ainda vai no adro

por Samuel de Paiva Pires, em 13.06.18

trump kim jong un.jpg

 

Entre os vários modelos de análise de negociações internacionais, merece particular destaque o modelo provavelmente mais aproximado à realidade, proposto, em 1982, por Zartman e Berman, no clássico The Practical Negotiator. Este modelo, que se mantém actual, ainda que revisto e actualizado por G. R. Berridge, é simples e permite evitar resvalar para um dos dois extremos que se têm manifestado nos últimos dias, a celebração efusiva e a desvalorização do que Trump alcançou na já histórica cimeira de Singapura.

 

Resumidamente, o modelo prevê a existência de 3 fases em qualquer negociação internacional: a pré-negociação, a negociação e a pós-negociação/follow-up. A fase da negociação (ou around-the-table negotiations), por sua vez, subdivide-se em duas fases, a da fórmula e a dos detalhes. A fórmula é, essencialmente, um conjunto de ideias simples e abrangente que enquadra a questão a ser negociada, estabelecendo uma percepção partilhada sobre esta e uma estrutura cognitiva de referentes para uma solução ou um critério ou ideia de justiça a concretizar por via da negociação. No caso do acordo assinado em Singapura, a fórmula resume-se à ideia de "security guarantees for complete denuclearization", na medida em que Trump promete criar condições de segurança para a Coreia do Norte e esta, por seu turno, se compromete a desenvolver esforços no sentido da total desnuclearização, algo que muitos analistas não consideram uma possibilidade verosímil. 

 

Agora compete às equipas de negociadores darem conteúdo prático aos compromissos, na fase dos detalhes, aquela em que se estabelecem medidas e passos concretos. Ainda vai demorar algum tempo até percebermos se a Coreia do Norte irá realmente avançar no sentido da desnuclearização (algo que até só poderá ser perceptível na fase de pós-negociação), pelo que resta-nos esperar para ver como se desenvolverão as negociações, não sendo despiciendo assinalar que o modelo é meramente uma ferramenta analítica, sendo possível, na prática, que as fases se sobreponham e também que se regrida de uma fase posterior para uma anterior.

 

Sublinhe-se que isto não retira valor à cimeira de Singapura. O que Trump alcançou encontra-se fundamentalmente no domínio do simbólico, mas o encontro com Kim Jong-Un foi um passo essencial para o eventual desbloqueio da situação na península coreana. Do acordo assinado não se poderia esperar algo mais que uma manifestação de intenções generalistas, mas não se pode desvalorizar o facto de Trump ter sido o primeiro presidente norte-americano a sentar-se à mesa das negociações com um líder norte-coreano, nem a forma como conseguiu criar as condições para o encontro, recorrendo a uma retórica invulgar num presidente dos EUA. Se a retórica de Obama, que nos deixou um mundo certamente mais inseguro que aquele que tinhamos em 2008, mereceu um Prémio Nobel da Paz, o que premiará, gostando-se ou não da sua abordagem algo primária, a actuação de Trump no domínio da desnuclearização?

 

Zartman e Berman.jpgBerridge.png

 

(também publicado aqui.)

publicado às 15:43

A dar cabo disto

por Nuno Gonçalo Poças, em 12.06.18

Tolentino Mendonça falou, num texto que recordo não poucas vezes, no quotidiano de T. S. Eliot durante os anos em que trabalhou no Lloyds Bank. Eliot trabalhava, entre as 9h e as 17h ou as 18h, num gabinete subterrâneo, a troco de um par de libras. A certa altura, terá escrito à sua mãe, dizendo-se feliz por poder dedicar-se à poesia no tempo que lhe sobrava. Tolentino escreveu, porém, que "à medida que os anos passavam, era como se lhe faltasse o ar", sempre que Eliot apanhava o comboio, envolvido numa multidão de gente igual, com os seus chapéus, os seus guarda-chuvas, os seus fatos escuros. Eliot deixou-nos isto, para salvar todos os que, anonimamente, se lhe seguiram: «Cidade irreal / Sob o nevoeiro castanho de uma madrugada de inverno, / Uma multidão fluía sobre a Ponte de Londres, tantos, / Eu não pensava que a morte tivesse destruído tantos.»

As coisas não mudaram muito: a poesia salva vidas, mas não muda os espíritos dos indivíduos enquanto membros de comunidades. Essa é a missão do futebol (ou do desporto, em geral, se preferirem), sobretudo do futebol poético, que, como se verá, já não existe.

Nelson Rodrigues escreveu que qualquer assunto, fora o futebol, já nasce morto. Tinha razão porque o escreveu em 1970, num tempo em que os jogadores fumavam e bebiam e não investiam em mercados financeiros. Num tempo em que a bola era só a bola, e a paixão e tudo. Discutir futebol, em 2017, é uma tarefa de cangalheiros. O jogo está morto, fala-se para passar o tempo. A discussão não existe, não é sequer possível, porque o jogo não tem interesse. Há pouca paciência para o ver, porque o prazer já não vem com o jogo em si, mas com o momento do golo, com o momento da falta mal assinalada, com a discussão sem razão sobre árbitros, organismos, instituições e milhões de euros.

A bola, que alguns intelectuais menosprezam, é a força de povos inteiros – uma multidão enorme de gente que vê no jogador da bola a concretização de um sonho e de felicidade inalcançável para quem o vê jogar. É esperança e alegria. E é história.

Olhem para a Holanda de 1974, de Cruyff, uma selecção rock, feita de jogadores que fumavam, que se divertiam. E a estética da geometria variável do Brasil de 1982? Zico, Falcão e companhia pintalgavam a relva com poesia. Ou a “mão de Deus”, de Maradona, irrepetível. Quantas vezes se verá um golo com a mão marcado por um jogador quando a equipa adversária é a de um país com o qual a do primeiro esteve em guerra anos antes?

Como é que isto é só um jogo? Não é filosofia? Como é que não se há-de discutir filosofia? Como é que o futebol se tornou num quadrinho de escritório, matemática dura, coisa séria e matéria para análise? Como é que se gerou essa coisa do resultadismo? Como é que o entretenimento, que é paixão, se tornou tão sério, tão cinzento, tão vazio? Como é que se fala em empréstimos obrigacionistas, corrupção, branqueamento de capitais? Deram-nos cabo da bola. Estão a dar cabo de um povo que já não tinha nada.

publicado às 14:50

Híper-socialismo

por John Wolf, em 05.06.18

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Se é para ser, que seja. Rui Rio entra à matador. Arrasa com uma bondosa e uma catrapila os sonhos molhados dos socialistas. Campeão antecipado do certame das mãos largas, existe pouco que o Partido Socialista possa fazer para subir a parada desta aposta. Perdido por mil, perdido por dez mil...euros. No entanto, existe algo de intensamente estratégico e correcto na receita. Um país toldado pela velhice, distraído por tira-teimas e rábulas paliativas e promessas de eutanásia, sem reprodutores à vista, pejado de géneros para todos os gostos e feitios, racistas de feira e editoras sobranceiras, presidentes da bola que perderam a bola - Portugal merece isto e muito mais. A extravagância da ficção monetária, fiscal e política. A ousadia de um lance auspicioso, a jogada que finta tudo e rompe a rede. Que grande pacote que Rui Rio avença e avança para que os outros da geringonça possam levar na pacotilha. E depois admirem-se que os meninos não saibam para onde está virado Portugal. Que grande prova de aflição. Viva a Revelação! Viva o híper-socialismo!

publicado às 15:48

A direita, a esquerda e a minha liberdade

por Samuel de Paiva Pires, em 02.06.18

Tenho lido críticas a uma certa direita trauliteira que não tem - nem remotamente - o nível intelectual e cultural de verdadeiras referências direitistas. De facto, do Observador às redes sociais, passando pelo CDS, a direita portuguesa tem-se tornado um espaço pouco recomendável, porque dominado por caceteiros, hiper-moralistas com telhados de vidro e que não passam de aprendizes de Maquiavel, muito economês, liberalismo de pacotilha e pouca ou nenhuma capacidade de pensamento e reflexão e de diálogo moderado e civilizado com outras perspectivas filosóficas, ideológicas e partidárias. Dir-me-ão que os jornais, os partidos e as redes sociais não são universidades ou think tanks, mas quer-me parecer que o grau de indigência intelectual não necessitava de ser tão elevado. Trata-se, tomando emprestada uma expressão, de uma direita analfabeta, uma direita que pouco ou nada lê, permeada por um dogmatismo impressionante para quem, como eu, subscreve o decálogo liberal de Bertrand Russell

 

Não que a esquerda seja necessariamente melhor. Com efeito, continuamos a ter, como assinala José Adelino Maltez, "A direita e a esquerda mais estúpidas do mundo", que "são como aquelas claques da futebolítica que afectaram socrateiros e continuam a infestar certos coelheiros, segundo os quais quem não é por mim é contra mim, porque quem não é por estes é a favor dos outros. Eu continuo a seguir a velha máxima de Unamuno: o essencial do homem ocidental é ser do contra. Para poder ser qualquer coisinha..."

 

Na verdade, a direita que habitualmente critica a esquerda por esta se alcandorar a uma certa superioridade moral, mimetiza esta atitude, o seu modo de pensar e comportamentos. Ambas reflectem aquilo a que me referi como a política do dogmatismo e a política da utopia, ambas alicerçadas no que Oakeshott chamava de política racionalista ou política do livro, da cartilha ideológica. Afinal, como também há tempos escrevi, é muito fácil ser libertário ou comunista: "Não por acaso, para o esquerdista, o Estado é o principal instrumento a utilizar e o mercado é o principal inimigo a abater, enquanto para o libertário é precisamente o contrário. Um pensador conservador pensa a partir do real, das circunstâncias práticas, sem deixar de criticar a sociedade em que vive, encontrando no Estado e no mercado diferentes esferas da vida humana, ambas necessárias a uma sociedade livre e próspera; um pensador esquerdista ou um libertário pensam a partir de um qualquer ideal e clamam contra tudo o que não se conforma a esse ideal. O racionalismo dogmático ou construtivista do esquerdista ou do libertário que defendem um valor acima de todos os outros em qualquer tempo e lugar, independentemente das circunstâncias práticas, consubstancia a política dos mentalmente preguiçosos."

 

Talvez valha a pena relembrar uma célebre passagem de Alçada Baptista, para quem "Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.”

 

Ao que eu acrescento que conservadores não dogmáticos, que entendam a dimensão pluralista e flexível da reflexão e da praxis política a que alude Kekes, também já reparei que há muito poucos. Há muito poucas pessoas, em Portugal, que, atentando especificamente no domínio do político, compreendam o que Oakeshott transmitiu, em "On Being Conservative", ao considerar que a disposição conservadora não implica necessariamente quaisquer crenças religiosas, morais ou de outros domínios “acerca do universo, do mundo em geral ou da conduta humana em geral.” O que está implícito na disposição conservadora em política são “determinadas crenças acerca da actividade governativa e dos instrumentos do governo,” que nada "têm a ver com uma lei natural ou uma ordem providencial, nada têm a ver com a moral ou a religião; é a observação da nossa actual forma de viver combinada com a crença (que do nosso ponto de vista pode ser considerada apenas como uma hipótese) que governar é uma actividade específica e limitada, nomeadamente a provisão e a custódia de regras gerais de conduta, que são entendidas não como planos para impor actividades substantivas, mas como instrumentos que permitem às pessoas prosseguir as actividades que escolham com o mínimo de frustração, e portanto sobre a qual é adequado ser conservador."

 

Tendo eu passado por uma escola, o ISCSP, onde, citando Adriano Moreira, aprendi "a olhar em frente e para cima", tendo como referências mestres como José Adelino Maltez e Jaime Nogueira Pinto, tendo ao longo da última década lido e reflectido sobre diversos autores, como Hayek, Popper, Oakeshott e Kekes, ou seja, como alguém que privilegia o mundo intelectual sobre o político ou partidário, torna-se particularmente penoso não só constatar tudo o que acima escrevi, mas também continuar a compactuar com este estado de coisas através da minha condição de militante do CDS. Por tudo isto, solicitei hoje a minha desfiliação. Porque mais importante ainda do que ser do contra, é ser livre, e porque como escreveu Ortega y Gasset, "A obra intelectual aspira, com frequência em vão, a aclarar um pouco as coisas, enquanto que a do político, pelo contrário, costuma consistir em confundi-las mais do que já estavam. Ser da esquerda é, como ser da direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser um imbecil: ambas são, com efeito, formas da hemiplegia moral."

publicado às 18:49

 

 

publicado às 18:23






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