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François Hollande: «A Alemanha não decide pelo conjunto da Europa.». «Nós não somos um país qualquer.»
Estas não são apenas frases de campanha: um candidato presidencial francês a prometer fazer frente à Alemanha é quase uma travessia do Rubicão para a política europeia. Poderão ser os primeiros passos na ruptura com uma aliança que dura desde os anos 50, firmada entre Charles DeGaulle e Konrad Adenauer, e que tem sido - em conjunto com a protecção norte-americana - o garante de Paz na Europa em mais de meio século. É possível reverter este caminho de ruptura? É e vai certamente ser revertido porque ambos os países têm todo o interesse nisso. Mas as frases ficam (mesmo que Sarkozy seja re-eleito e seja o mais germanófilo que conseguir) e a França não se livrará de lhe ser lembrado que também passou os últimos anos a tentar decidir pela Europa, em conjunto com a Alemanha.
Se Merkel pode ser acusada de fragilizar a confiança na Alemanha e de ressuscitar velhos fantasmas da História, agora do lado francês já tem réplica. Do outro lado do Canal da Mancha, em esplêndido isolamento, os britânicos assistem ao espectáculo com a serenidade de quem vê tudo a correr exactamente como lhes interessa.