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Ou de como num dia fui convidado para assistente e noutro o chefe não autorizou que tal acontecesse, justificando-se com a falta de dinheiro, para nos dias seguintes começar a avalanche de contratações da tralha socrática sem carreira ou vocação académica. É ler estes parágrafos de uma entrevista a Maria Filomena Mónica:

 

«Que avaliação faz do debate de ideias na sociedade portuguesa?

Sempre foi péssimo, continua péssimo e possivelmente será sempre péssimo. As pessoas debatem tudo em termos pessoais, não são treinadas para organizar um pensamento racional, dedutivo, calmo. Isto treina-se na escola desde pequeninos. Interrompem-se todos, tudo muito emocional. E os portugueses não são bons a debater também porque acham que há sempre interesses ocultos por trás. Se disser que não gosto de futebol, vão pensar “Ah, isto deve ser porque ela tinha um pai que era futebolista” ou “Ela está ligada a um clube”. A ideia de que alguém pode genuína e independentemente ter uma opinião é difícil de aceitar para os portugueses. E, mais uma vez, é por sermos um país pobre e pequeno.

 

Somos todos primos uns dos outros?

E sabemos quem foi para a cama com quem, achamos que, se se está com ciúmes do outro, é uma questão de saias. Na universidade, então, é uma baralhada completa, porque, como é pequenina, todos nos conhecemos. E do assédio sexual nem vale a pena falar. Em Oxford, num ambiente muito masculino, onde havia 80 homens e cinco mulheres, nunca senti nenhum assédio sexual, apesar de, como aluna, usar mini-saia.

 

E em Portugal?

Com os meus colegas masculinos, percebi que eles iam para a cama com as alunas, e digo: “Vocês não estão bons da cabeça!” Diziam uns aos outros: “Aquela vai à cama?! Se soubesse, tinha-lhe dado melhor nota.” Isto assim, à minha frente! Eu dizia: “Esperem ao menos que elas acabem a licenciatura.” Mas os meus colegas achavam normalíssimo ir para a cama com as alunas. Em Portugal há a promiscuidade do sexo e a promiscuidade do parentesco.

 

A endogamia ainda é um problema, nas nossas universidades?

Basta olhar para os apelidos. Quando a minha universidade fez 100 anos, fui convidada como antiga aluna. Estavam lá professores da Faculdade de Direito e perguntei se ainda existe endogamia na faculdade. “Ah, de todo!”, responderam-me. E dava vontade de rir – bastava olhar para os apelidos iguais, claramente filhos ou sobrinhos. Há endogamia. E há nepotismo.»

publicado às 20:31


5 comentários

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De xico a 28.04.2012 às 21:41

Pois se em Oxford já não sabiam há muito como era uma mulher, não admira!? Faz-me lembrar a anedota do homem e da camela, e da loira. O homem só se lembrou que a loira podia servir para segurar na camela...!
E porque raio tinham de esperar pela licenciatura? Será que MFM julga que é necessário uma licenciatura na cama?
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De Anónimo a 28.04.2012 às 22:55

Para nem sequer falarmos dos profs. que nos assediavam em plena aula, massajando-nos o couro cabeludo e dando-nos palmadas no rabo à saída da sala.
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De JJ Gonçalves a 28.04.2012 às 23:03

Mas essa menina velha quando vai a algum sitio quer ser atendida antes dos outros. É bom andar sempre a dar pontapés, mas essa menina velha é uma boa malcriadona quando exige e bate o pé.
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De Anónimo a 29.04.2012 às 14:14

Exactamente!
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De c a 29.04.2012 às 18:23

Convém não fazer acusações enérgicas. Onde e quando viu MFM querer passar à frente de outrém?
Acaba de lhe dr razão...

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