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Ou de como os comunistas não são capazes de ver o óbvio, "Qual é o valor da tua ferramenta?":
«150 ou coisa assim anos depois do início da luta comunista propriamente estruturada contra o capitalismo, ainda existem comunistas que escrevem coisas assim: "Até para o mais fiel defensor da boa fé dos mercados e do capitalismo, [não sei quê não sei que mais]". Isto significa que o Tiago Mota Saraiva vê o defensor do capitalismo, ou seja, a pessoa contra a qual dedica grande parte da sua energia ideológica, como alguém que alimenta as suas tácticas e estratégias políticas segundo o pressuposto de que "os mercados" possuem, ou são capazes de gerar, uma moral e justiça inquestionáveis, as quais devem ser preservadas e emolduradas em talha dourada. Ora, excepto para uma meia dúzia de excêntricos, nenhum defensor do capitalismo possui qualquer ilusão quanto à verdadeira competência do capitalismo: é, de muito longe, a forma de organização que mais informação consegue produzir para uso efectivo das relações económicas entre pessoas, organizações e países; e que, em consequência disso, a diferença de capacidade produtiva entre uma sociedade comunista e uma sociedade capitalista é tal que mesmo uma ideologia de inequívoca "boa fé" como o comunismo nunca jamais conseguirá oferecer aos seus súbditos condições de vida comparáveis ao capitalismo mais escandalosamente amoral e selvagem, e isto mesmo descontanto as mundialmente famosas desigualdades. E é só isto, um gajo não se põe a protestar boas fés, muito menos a nossa. Enquanto o Tiago Mota Saraiva não for a banhos com esta simples observação, a sua luta será sempre contra uma mera meia dúzia de fantasmas da raia capitalista, que com certeza lhe permitirão viver sem atribulações dialécticas, mas que muito dificilmente avançarão a sua causa (...)»