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Folgo em ver que o Rodrigo está a aprender rapidamente. Entre as técnicas clássicas dos Abrantes ou dos spin doctors em geral, o Rodrigo aplicou três em apenas dois posts:
1 - Vitimização. Eu não presumi nada. Eu realizei um juízo de valor com base no que me é dado observar do teu comportamento, comparando atitudes/opiniões perante situações semelhantes, que têm resultados diferentes em função do partido que está no governo. E desta avaliação resultou a classificação de contorcionista e abrantes, sendo este último termo utilizado para designar spin doctors em geral, pelo menos por mim. A capacidade e possibilidade de crítica está no cerne de qualquer sociedade livre e democracia liberal saudável. Já vai sendo tempo de em Portugal deixarmos de ser umas virgens ofendidas e começarmos a saber lidar com as críticas que nos façam, sem vitimizações.
2 - Colocar palavras na boca/escrita dos interlocutores. Esta o Rodrigo já tinha tentado aplicar hoje. Nem eu nem o André dissemos que concordávamos com as medidas do ministro. Mostrámo-nos, isso sim, defensores da privatização da RTP e prometemos ser os primeiros a aplaudir se esta alguma vez ocorrer.
3 - Desviar o assunto - Aproveitando o ponto anterior, o Rodrigo introduziu outra temática que, se tem importância, não deixa de ser lateral em relação ao que está em questão: Miguel Relvas tentou chantagear uma jornalista, ameaçando-a com a publicação na Internet de dados da sua vida privada. Não preciso de caracterizar alguém que tem uma atitude destas, pois não?
Um dos grandes males da política portuguesa é o culto do chefe nos partidos políticos, que normalmente implica um seguidismo acéfalo, tornando a política em futebolítica. Os partidos não são, ou não devem ser, claques de futebol. Para mim, acima deste clubismo estúpido estão os princípios e as políticas prosseguidas. Se estas, na essência, são as mesmas, erradas, quer esteja o PS, o PSD ou o CDS no poder, e se a única coisa que os distingue é aquilo a que acham por bem (ou mal) destinar o dinheiro dos outros, então criticarmos uns e defendermos outros quando adoptam exactamente o mesmo tipo de medidas e, pior, quando tomam atitudes moralmente reprováveis em moldes semelhantes, é verdadeiramente um acto hipócrita e revelador do pântano em que vivemos.