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«O meu velho ensinou-me uma máxima: se faz quá-quá e se abana o rabinho , então é bem capaz de ser um pato. E, neste caso do Público, há mesmo uma multidão de penas em redor do dr. Relvas. O problema não é a ameaça do blackout ao Público, uma hipótese meramente académica que infantilizaria, caso fosse concretizada, todos os membros do governo. O problema está na hipotética ameaça à vida privada de uma jornalista. As pressões são coisas normais no jogo entre o poder democrático e contra-poder jornalístico. Mas a retaliação sobre a vida pessoal de uma jornalista não é uma pressão. É uma entrada a pés juntos que dá direito a vermelho. Nenhum erro de um jornalista merece semelhante tratamento. Se for verdade, Relvas passa a ser o patinho feio, isto é, deixa de ter condições para ser ministro. Vem nos livros.
Neste momento, a procura da verdade está naquele duelo clássico: palavra da jornalista versus palavra do ministro. Quem é que poderia resolver este frente-a-frente? A ERC. Sucede que a ERC não vai resolver nada, porque esta instituição foi desenhada para obedecer ao dono. Em 2008, numa das crónicas de sábado, escrevi que "o lápis cor-de-rosa", a ERC, "será, um dia, o lápis cor-de-laranja".»