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Já todos perceberam do que se trata. Sendo o sempre facilmente vilipendiado Santana Lopes o autor de uma obra de inegável valor para os lisboetas - o túnel do Marquês durante anos sabotado por unas quantos Zés sem eira nem beira - , António Costa procura um lugar sob o solzinho morno que vai alumiando a nossa triste política caseira. Quer "deixar obra". Pois já deixou os losangos no Terreiro do Paço, já deixou a estátua de D. José no também já centenário verdete que a vai consumido e já abandonou a Ribeira das Naus à lixeira que vai crescendo. Tem demolido de uma forma tal, que pode ser comparado ao rugir de motores de um bombardeiro B-17. Tem permitido a construção de pavorosos mamarrachos avenidas fora, desde a da Liberdade e suas perpendiculares, até à Duque de Loulé e vizinhas, Saldanha, Avenidas Novas e por aí adiante.
Mas isto não lhe basta. Agora quer "inventar" na Avenida e na felizmente há muito abolida Rotunda, hoje Marquês de Pombal. Quem dê uma rápida olhada no projecto, logo perceberá o que está em causa. Além do estrangulamento de um tráfego de difícil controlo, existem alguns possíveis beneficiários - a cada vez mais chupista EMEL, por exemplo - ansiosos por mais alterações. Além do transtorno de umas obras que se prevêem como novas réplicas de Santa Engrácia, coloca-se aquela questão que para modernaços homens como António Costa, não representam qualquer problema: dinheiro.
Vai pedir o financiamento a fundo perdido ao BES-primos Salgado? Se assim for, aceita-se.
Tudo isto nos faz de imediato lembrar o ritual do passeio da cachorrada. Deparam com um poste, farejam e marcam com o seu precioso fluído, procurando anular o cheiro ali deixado minutos antes por outro "melhor amigo do homem". A CML funciona desta maneira há décadas.