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Em referência a um post meu, o João Miranda afirma que não faz sentido nenhum atribuir a queda das receitas fiscais a um fenómeno da Curva de Laffer, preferindo atribuí-la à redução do défice, à contracção da economia e redução do crédito. Eu não atribuí exclusivamente a queda das receitas fiscais ao aumento da carga fiscal. Só o poderia ter feito - e também só o João Miranda poderá fazê-lo quanto ao efeito do corte de crédito - se estivesse perante uma hipótese ceteris paribus, o que não é o caso. Mas estou em crer que este é pelo menos um dos factores que explica a referida queda, combinado com o que o João Miranda refere - aliás, a recessão contribuirá para alimentar o efeito Laffer. Posto isto, parece-me muito difícil argumentar que o efeito Laffer não contribui sequer um pouco para a queda das receitas fiscais.
Leitura complementar: Corte de despesa pública vs. subida de impostos, em mercado livre; O que está a dar é aumentar impostos...; A curva de Laffer; Curva de Laffer pela blogosfera; A curva de Laffer.
Por cada 100 euros de dívida pública comprada pela banca Portuguesa, o BCE apenas empresta entre 90 e 95 euros. Logo, esta compra retira entre 5 a 10 euros que poderiam ser usados em alternativa para crédito a particulares.
Ou seja, sempre que um banco [português] vai ao mercado comprar dívida pública, mais dificilmente conseguirá obter a partir de empréstimos interbancários, financiamento a taxas de juro mais baixas. Como consequência, terá que cortar no crédito.
Portanto, se os bancos detiverem quantidades elevadas de dívida pública, terão menos recursos disponíveis para o investimento privado, logo crowding out pois o abater da despesa pública com recurso à banca consome recursos que poderiam ser usados para investimento por parte da economia.