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Oito em cada dez

por Nuno Castelo-Branco, em 04.06.12

Um milhão de pessoas à beira Tamisa, esperando horas a fio sob baixas temperaturas e molhados pela tradicional chuva das ilhas britânicas. Dez mil festas de rua por todo o país, as lojas cheias de artigos comemorativos, onde o coleccionismo de qualidade - e outro de gosto mais dicutível - investe em força. Os hotéis cheios, milhares de empregos garantidos e outros tantos criados para o efeito. Turistas, programas televisivos que em todo o mundo ocupam durante horas a fio os tempos de antena, numa publicidade sem custos para os contribuintes britânicos. Uma festa patrocinada por empresas privadas que assim prestam homenagem ao símbolo máximo do Estado.

 

Compreende-se então que em cada dez britânicos, oito queiram manter a Monarquia que garante a unidade do Estado e dos laços com a Commonwealth. Sabem que a Monarquia significa muito mais do que festas, paradas de casacas vermelhas, carruagens, brindes e vestidos de noite. Basta-lhes olharem à sua volta e para lá do Canal. A conclusão é mortífera.

 

Jamais se fez qualquer estudo sério quanto ao apego dos portugueses pela "sua" República, desde sempre refém dos políticos que a tutelam e exploram. Já ouvimos de tudo, desde o seis para quatro, o oito para dois ou o sete para três e sempre favoráveis "ao que está".  Isto, após mais de cento e trinta anos de propaganda ininterrupta, censura descarada, abusos de toda a ordem e alarvidades "históricas" marteladas até à exaustão. Tudo seria normal, se o resultado de uma República de um século não fosse sobejamente conhecido.

 

Os portugueses devem estar a precisar de frequentar o psiquiatra.

publicado às 10:20


15 comentários

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De Isabel Metello a 04.06.2012 às 11:16


E o que mais me choca é a forma como até nas escolas falam da I República, sacralizando-a (os balúrdios gastos pelo ex-Governo na exposição revelam a aposta no supérfluo, nas aparências, não tendo em conta o bem-estar colectivo- é só mais uma prova.
A I República adveio de dois assassínios- ninguém poderá ensinar a Crianças e jovens que um regime é bom depois desse acto nefando! Depois seguiu-se o descalabro que foi a todos os níveis: o desastre de La Lys, onde milhares de soldados Portugueses famintos e escanzelados com fardas feitas para homens fortes e altos, massacrados porque não foram rendidos pelas tropas Inglesas- foram carne para canhão! e a Leva da Morte e todo o clima de terror criado, assim como a criação da Polícia Política! Como Salazar chegou ao poder???!!!! Face ao descalabro, pediram-lhe quase de joelhos para que fosse Ministro das Finanças...e, agora, a III, a tentar branquear a I e a conduzir-nos ao mesmo fim- a hecatombe- e os seus responsáveis fuindacionais sempre a sacudirem a água do capote para bodes expiatórios, depois do "democratizar, desenvolver e descolonizar" ter sido um verdadeiro flopp!
Não sou monárquica em termos ideológicos, pois acredito no mérito individual, não transferido de forma congénita, mas se este regime se baseia numa oligarquia endogâmica e entrópica de caciquismos em todos os campos sociais, vale mais termos uma monarquia constitucional:
(a) poupa-se em eleições de uma figura quase meramente figurativa- o PR;
(b) poupa-se nas mordomias vitalícias dessas figuras, como os bólides à la carte e  a prepotência e falta de civismo demonstrada no episódio de Mário Soares, "o grande democrata", cujo governo há décadas, nos conduziu à entrada do FMI e, agora, o do seu protégé tb- para já não falar do golpe palaciano pelo qual derrubaram um governo com maioria absoluta de Santana Lopes (deve ser boa Pessoa, para esta gente o detestar- e ainda implicam com a sua vida privada- ao menos é normal e transparente...:), para lá pôr o fenómeno do Entroncamento socretino e a mesma espécie de man da mesma têmpera que criou um clima ditatorial em Portugal, tentando controlar tudo e todos (engraçado como este episódio das Secretasv veio destapar um bocadinho o véu opaco- afinal, queriam transportar a porcaria toda para este Governo, mas o que será que, na vigência do outro, faziam, para o Governo ter quase todos os media tão controlados? E exceptuando Os Resistentes com queixas de saneamento a sério, alguém do Público se queixou? Estranho...bem, a Feranda Câncio não tinha razões de queixa, certamente...
(c) restitui-se a Dignidade de um Chefe de Estado que tem Bom Carácter e é, de facto, um Homem cultíssimo e humilíssimo, não andando a fazer autobiografias autocentradas em série para se auto-sacralizar...
(d) para aturar duquesas e condessas laicas cuja prepotência, não raro, é de bradar aos Céus, com Raras e Digníssimas Excepções, vale mais termos Gente Educada e com Berço que, tendencialmente, trata os empregados com uma Educação...Image
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De Quero ser visconde a 04.06.2012 às 11:45

E o que mais me choca é a forma como até nas escolas falam da I República, sacralizando-a (os balúrdios gastos pelo ex-Governo na exposição revelam a aposta no supérfluo, nas aparências, não tendo em conta o bem-estar colectivo- é só mais uma prova.
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De Quero ser visconde a 04.06.2012 às 11:54

Ups. Carreguei na tecla antes de tempo. Queria apenas dizer que, não sendo eu entusiasta da monarquia em Portugal,  considero que é de facto um escandalo a abordagem que se faz nas escolas ao periodo da I República. A contestação à forma deturpada como é ensinada aos alunos a história desses 16 anos, deveria ser muito mais intensa do que é. Devia mesmo ser questionada públicamente a ética profissional da classe docente portuguesa, por alinhar regularmente em actividades de manipulação ideológica dos alunos nas escolas.
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De Isabel Metello a 04.06.2012 às 11:20


Mas tenho de acrescentar que o que foi feito a Diana Spencer foi aviltante a todos os níveis! Fazia-lhes sombra, pois era, de facto, a Princesa do Povo- espero que o seu Filho Honre a Memória da Mãe!Image
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De Pedro Matias a 04.06.2012 às 12:59

Ela também se pôs a jeito com a sua histeria, comida seguida de vomitado, mania das festas, o ponney-boy, o doutor indiano, o cineasta egípcio (fora os outros) etc. Não abria um livro, a conversa não passava além do estado do tempo, e pouco mais. Um show off que pagou bem caro.
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De c. a 04.06.2012 às 17:19

A Princesa do Povo? Por quem é! Era uma aristocrata da alta aristocracia inglesa, que nada tinha de popular.
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De Anónimo a 04.06.2012 às 12:23

Bom não esquecer que quando a turba se aglomera em alvoroço isso não significa nada a não ser o seguidismo vigente.
Lembro-me de multidões esperando Américo e Marcelo as mesmas que depois gritaram povo unido e sucedâneos.
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De Isabel Metello a 04.06.2012 às 13:48


Pedro Matias, não concordo em absoluto- o que fizeram foi sacrificar uma miúda que se apaixonou com quem casou, que mantinha uma relação extraconjugal com uma mulher casada- isso é que é, de facto, uma vergonha!
Diana caiu no erro de tentar obter auto-estima através dos media, sabe-se lá para compensar o que é que se passava indoors. Chegou a um ponto que tudo aquilo a desestabilizou.
O Pedro nunca errou na vida? Ah...
Pois, olhe, por mais namorados que ela tenha tido não estava a trair alguém pois esse alguém até teve o desplante de fazer com que a Camilla Parca and no Balls se fizesse amiga de Diana para a manipular até ao casamento!
Diana era pura, delicada, ingénua e Inocente (no sentido Espiritual, fora da lógica mundana e até nessa não se comparava a Camilla, para mim uma mulher que poderia devorar bibliotecas que não deixa de ser vulgar...:), uma Óptima Mãe que sofreu muito par chegar a ter bulimia (ou pensa que as bulímicas o são porque querem? Tem Filhas? Então, não cuspa para o alto, que lhe pode cair na testa!  
Já Camilla é um bulldozzer, uma mulher muito esperta e com uma rodagem- qualquer pessoa com o mínimo de sensibilidade nota a diferença entre alguém com brilho e outra opaca...
I.e., a Essência da Alma pode aprimorar-se com a existência e até com a leitura- depende se esta for, numa escala decrescente de Platina, Diamante,  Ouro, prata ou lata, ou não...o  que não quer dizer que uma essência de lata consiga atingir a Sabedoria de uma Alma Inocente, mesmo que esta guarde rebanhos e a outra seja um Professor Doutor com vários títulos honoris causa- sabe, a Lógica Divina só Confere PhD aos muito Iluminados e Essa Iluminação não depende de ser-se um rato de biblioteca...Image
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De xico a 04.06.2012 às 16:15

Assisti às festas do jubileu da rainha. Fiquei admirado com o belíssimo desfile pelo Tamisa, com a organização espectacular, com a aderência popular que souberam organizar também festas verdadeiramente populares. A estoicidade das pessoas perante a adversidade do tempo e das condições sem um resmungo. Foi uma festa baseada na beleza, espectacularidade, organização e verdadeiramente popular. Sem pompas balofas e sem discursos. Tudo era espectáculo e popular. Só posso chegar a uma conclusão. VIERAM CÁ COPIAR AS NOSSAS FESTAS DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA. SÓ PODE!
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De Jubileu a 05.06.2012 às 02:13

E muitas ruas foram fechadas para as pessoas celebrarem durante o FDS, aliás, ainda hoje tal aconteceu. :)
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De d a 04.06.2012 às 17:23

Cuidado com a interpretação desses números. Em Inglaterra diz-se não por uma questão de método e excentricidade. :)
A verdade é que, além do mais, manifestações como a de ontem, só lá são possíveis.
A Rainha Isabel II, que já estava no cargo quando grande parte de nós nasceu, não deixa ninguém indiferente e é um património europeu.
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De Isabel Metello a 04.06.2012 às 20:32


C., "Princesa do Povo" era, de facto, o seu cognome no âmbito dos media e do cidadão comum do Reino Unido e até da "aldeia global"...eu não disse que ela não era aristocrata em termos terrenos, sublinhei é que Ela Era Aristocrata em termos Espirituais e isso faz toda a diferença, daí que se mordiam todos pois Ela ofuscava-os- a Camilla podia ter o amor de quem Diana Amava (há uma clara distinção...:), mas poderia até engolir diamantes e vestir as melhores marcas que não lhe chegará alguma vez aos calcanhares. Tal não é só uma questão de beleza física- isso é um mero detail tanto em mulheres como em homens, mas quando essa se junta à Beleza Interior e ainda mais à fragilidade (que se distingue de fraqueza, pois quem são fracos são os que urdem as maldades mundanas e baixas...:), ui!!! Até porque há pessoas que nada devem à beleza física e têm Uma Alma tão Bonita que se tornam Lindas, como há pessoas lindíssimas por fora e podres por dentro; como há pessoas tão horrorosas por fora como por dentro...i.e., há de tudo...Image
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De Isabel Metello a 04.06.2012 às 20:43


E mesmo que tenha morrido, morreu com quem Amava, estivesse ou não casada (Hello! Estamos em pleno séc. XXI!!!- o Amor É sempre Digno (por isso adsmiro tanto o irmão de Isabel II, que renunciou ao trono pela Mulher que Amava!...:). É muito mais Digno do que um casamento de fachada, que é sempre degradante! Claro que compreendo que Reis e Rainhas têm de se casar por conveniências de Estado, mas ,pelos vistos, até nisso, Diana veio quebrar um paradigma que se tornou moda: Príncipes e Princesas casarem por Amor (este caso, unilateral...:), nem que seja com plebeus/plebeias (que não é o caso pois Diana era aristocrata...:)!
Até porque faz todo o sentido- uma coisa é um casamento no civil, outra bem distinta é um casamento religioso, seja por que crença for, pois está-se a prestar Um Juramento perante Deus, que Está acima de qualquer Rei/Rainha, e tal exponencia as responsabilidades anímicas. Um casamento pela igreja não deveria ser uma cerimónia oca, pois considero tal um profundo desrespeito para com Deus! Claro que creio que há pessoas que se Amam, que se casam pela igreja e que, mais tarde, dando a Vida voltas,  o casamento possa acabar, mas eu, hoje, penso que é um passo que deve ser muito bem pensado!
Soube de um caso que me comoveu- um Senhor que está com uma doença terminal, que estava casado só pelo civil, mas cujo sonho da Mulher era casarem-se pela igreja, cumpriu o seu desejo e disseram-me que foi uma das cerimónias mais lindas a que assistiram! Isso sim, Isso é Espiritualidade, o restpo é mera banalidade!
Claro que friso: há casamentos pelo civil e uniões de facto por Amor e casamentos pela igreja por amor...Image
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De WZD a 05.06.2012 às 02:11

Não foi o irmão, mas sim o tio.

O seu pai acabou por ter de arcar com as consequências e de preencher um lugar para o qual não tinha sido preparado.

De certa maneira, D. Isabel II soube honrar a memória do pai e tem sido um exemplo.
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De Isabel Metello a 05.06.2012 às 20:56

Sorry :) Tio, claro! Mas, da mesma forma, Uma Alma Elevada. Isabel II, de facto, é em si uma instituição, quanto a isso não há dúvidas!Image

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