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Pior do que falhar é negar que se falhou quando toda a gente viu. É o mesmo que fazer batota e dizer que se joga limpo. O caso de António Borges é disso exemplo. Depois das declarações que fez ao Expresso sobre a necessidade de redução de salários em Portugal, hoje desmente que tenha sido essa a sua intenção.
Recordemo-las: "a diminuição de salários não é uma política, é uma urgência, uma emergência". Borges não podia ter sido mais claro.
Depois do "puxão de orelhas" de Passos, António Borges, conselheiro do Governo, principescamente pago por todos nós, agora nega ter defendido um cenário de salários mais baixos, dizendo ter ocorrido um mal entendido em relação às suas declarações. O conselheiro, que ontem à noite esteve no programa Prós e Contras, da RTP, explicou apenas que essa situação de salários reduzidos pode ser a consequência do ajustamento de mercado às condições adversas da economia. António Borges disse não defender salários baixos nem um país de pobres, esclarecendo antes que em tempos de crise há um ajustamento do mercado, no qual os salários descem para reduzir o custo do emprego. Segundo o conselheiro, a redução dos custos de trabalho só se faz com salários mais baixos ou com aumento da produtividade, e apontou esta última como a solução mais benéfica.
Agora a culpa é nossa. Ou do jornalista, talvez. Dele é que não é de certeza. O habitual.