Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Tratar o patriotismo como algo pejorativo sem operacionalizar e qualificar o que se entenda por patriotismo é, vá lá, um bocadinho para o iliberal, irracional e academicamente pouco sério. Umas leituras de MacIntyre ou Scruton podem ajudar. E relembrar o que é uma ordem espontânea também. Por mim, continuo a subscrever Pessoa quando diz que o «O Estado está acima do cidadão, mas o Homem está acima do Estado» e apenas acrescento que a pátria está acima do estado, não podendo ser aprisionada por este nem por nenhum de nós e sendo, na realidade, o mito que fundamenta o burkeano contrato entre os mortos, os vivos e os ainda por nascer. E continuo também a subscrever Samuel Johnson quando falando no falso patriotismo afirma que este é o último refúgio de um canalha. Relembrando Miguel Torga, a pátria é "o espaço telúrico e moral, cultural e afectivo, onde cada natural se cumpre humana e civicamente. Só nele a sua respiração é plena, o seu instinto sossega, a sua inteligência fulgura, o seu passado tem sentido e o seu presente tem futuro." Nenhum homem é uma ilha, ao contrário do que muitos pensam.