Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Privilégios de um padreca comunista

por João Quaresma, em 18.07.12

 

Imagine-se o que seria se qualquer outro elemento das Forças Armadas dissesse um décimo do que disse o bispo Januário sobre o Governo.

Quem defende a liberdade de expressão e o direito de opinião do bispo das Forças Armadas, esquece-se - ou não sabe - que os militares estão formalmente impedidos de tomarem posições políticas: não têm esse direito, não têm essa liberdade de expressão. O ministro Aguiar-Branco colocou a questão nos devidos termos: deve esclarecer se é bispo das FA ou se é comentador político. Se é major-general para receber os famosos 4400€ de pensão e carro com motorista, então também o é para obedecer ao Regulamento de Disciplina Militar e sofrer as sanções por a ele desobedecer.

 

Escusado será dizer que não estou a ver este ou outro governo a querer mandar um bispo cumprir pena num presídio militar, mas o mínimo que a situação exige é que a hierarquia católica que se defina sobre este político de batina. E já não falo do que se pode interpretar da passividade e do silêncio do Cardeal Patriarca sobre as declarações do camarada Januário sobre o Governo. Se não se demarca, significa que subscreve-as?

 

Adenda: hoje, a Conferência Episcopal Portuguesa demarcou-se das acusações, afirmando que foram feitas a nível individual e não exprimindo o entendimento da CEP.

publicado às 13:30


8 comentários

Sem imagem de perfil

De fgh a 18.07.2012 às 17:41

"significa que subscreve-as?(sic)" Não, não significa que as subscreve. O silêncio não é um meio usual de declaração.
Sem imagem de perfil

De José a 18.07.2012 às 18:27

Parece-me que a Conferência Episcopal Portuguesa, à qual o Cardeal-Patriarca preside, já se demarcou publicamente das declarações de D. Januário...Image
Imagem de perfil

De João Quaresma a 18.07.2012 às 22:21

Exactamente, aliás como se impunha. Na altura em que escrevi o post ainda não tinha visto esta notícia.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 18.07.2012 às 18:42

Isto é a pura e transcendente verdade. Uma cambada de diabinhos escuros. Custa ouvir isto. Sócrates não chegava aos calcanhares desta trupe. Volta Sócrates.
Sem imagem de perfil

De Zé a 18.07.2012 às 20:13

O seu post apresenta demasiados erros, que me é difícil lê-lo sem o comentar.
Primeiro, o Bispo em destaque não pertence às Forças Armadas Portuguesas (o seu colega de escrita afirma, e bem, isto mesmo: aqui (http://estadosentido.blogs.sapo.pt/2139984.html)).
Segundo, a notícia que "linka" sobre o vencimento e as mordomias do dito Bispo foi cabalmente desmentida (caso queira se informar, passe por aqui  (http://www.ionline.pt/portugal/d-januario-torgal-estou-ser-vitima-linchamento) ). Por fim, sobre as declarações mais recentes do aclamado clérigo, leia, com atenção por favor, esta opinião de José Manuel Pina (http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=2671705&opiniao=Manuel+Ant%F3nio+Pina).
Imagem de perfil

De João Quaresma a 18.07.2012 às 23:09

Vejamos: 


1) Como pode não pertencer às Forças Armadas se tem patente atribuída - e nada baixa, por sinal -, e se aufere em função dela? É militar «à la carte», só quando lhe convém? Desculpe mas esse argumento não é valido.


2) Não tinha visto esse desmentido de Torgal Ferreira, apenas conhecia a sua denúncia de que estava a ser vítima de um linchamento, nas suas palavras. O valor da pensão também me parece demasiado, mas é o indicado na notícia. Teria sido útil um esclarecimento por parte do Ministério da Defesa.


3) Todos sabemos o que Torgal Ferreira disse e que termos usou: não há desculpa. Eu gostaria de ver as reacções se a opinião do bispo fosse de sinal contrário, de apoio ao Governo. Provavelmente, os mesmos que agora o apoiam e o desculpam seriam os primeiros a indignar-se com a intromissão de um membro do clero na esfera política. Ou não seria?


Obrigado pelo seu comentário. Cordialmente,


JQ
Sem imagem de perfil

De Zé a 19.07.2012 às 20:23

Como pode não pertencer às Forças Armadas se tem patente atribuída - e nada baixa, por sinal -, e se aufere em função dela? É militar «à la carte», só quando lhe convém? Desculpe mas esse argumento não é valido.

Então como enquadra as opiniões dos Capitães de Abril, do general Ramalho Eanes, por exemplo? Os militares estão cingidos à "conduta militar" quando em funções militares. Como não é caso do bispo em causa, e dos atrás citados militares.

Teria sido útil um esclarecimento por parte do Ministério da Defesa.

Compreenderá que o Ministério da Defesa tem um problema político com o bispo, e isto é determinante para a falta qualquer esclarecimento salarial (desde que o ilibe das difamações do CM).


Todos sabemos o que Torgal Ferreira disse e que termos usou: não há desculpa.

Claro que não há desculpas, pois não há nada a desculpar.Verbalizou, como cidadão, os classificativos corretos para a avaliação do "estado a que chegamos". Somos dos países mais corruptos da OCDE, com a complacência do atual (e anteriores) governo. Esta atitude governamental (diga lá quais foram as medidas efetivas para combate à corrupção implementadas neste último ano) é corrupta, pois permite que a corrupção continue e se instale mais profundamente (em tempos de crise económica, é um fato).

Eu gostaria de ver as reacções se a opinião do bispo fosse de sinal contrário, de apoio ao Governo.
 
Seriam as mesmas que aconteceu quando o Cardeal Policarpo apoiou as medidas de austeridade (eis uma opinião política) e criticou quem as opôs a elas. Não me lembro de ouvir e ler a mesma quantidade opiniões sobre o cardeal.


Sem imagem de perfil

De Anónimo a 19.07.2012 às 03:42

Primeiro as minhas desculpas ao administrador deste espaço, mas como agnóstico que diz ser o Samuel não compreenderá o que sente um católico no que se refere à falta de ética quando está perante um discurso sem pés nem cabeça mormente vindo da parte d'alguém com as responsabilidades sociais de um Bispo da Igreja Católica.

--------------

Estou 100% d'acordo com as suas palavras. Pedindo desculpa a quem tem outra opinião, na minha modesta maneira de ver, este Sr. Bispo tem proferido ao longo dos anos demasiadas afirmações, chamar-lhes-ia aberrantes para não ir mais longe, que vão contra a proeminência que detém na hierarquia da Igreja Católica. A educação também deveria ser parte integrante de quem fala em público, independentemente do seu estatuto político, social ou religioso e particularmente quando (e se) se trata de um Bispo com as responsabilidades éticas que lhe são exigidas. Estes particularismos deveriam fazer parte do "saber estar" relativamente aos responsáveis máximos da nossa e de todas as Igrejas. Para o contrário já nos bastam certos políticos. (Um curto parêntesis para que se repare na extrema educação como o Íman Münir se exprime sempre que é chamado às televisões).

Sempre achei este Sr. Bispo demasiado 'saliente' em quase tudo quanto afirma quando se trata de criticar políticos ou outros, não estando em causa a sua justeza. Simplesmente não é de certeza a ele, como Bispo,  que lhe está (ou porventura foi) atribuída pela Igreja essa função . Se estivessemos perante opiniões pessoais de um simples Prior ou Padre de Aldeia em conversa privada com um seu  paroquiano, ainda vá que não vá... e mesmo assim..., agora vindas de um Bispo, por favor!, ele que se abstenha por muito que lhe custe. Também há algo mais que me incomoda quando ouço este Sr. Bispo nas televisões. O modo como fala, isto é, tem pouca (ou nenhuma) facilidade de expressão e o seu diálogo, não raro desconexo, é verbalizado através de uma oralidade paupérrima, cheia de repetições e lugares-comuns, que não são de esperar vindos d'alguém que terá forçosamente obtido rigorosa formação superior - e de vária ordem - como naturalmente sucede a todo aquele que abraça o nobre poder espiritual que é o sacerdócio.

Honra à C.E.P. que se distanciou das observações  descabidas do Sr. Bispo que (a juntar a muitas outras) só maculam o próprio.
Maria

p.s.: No programa da C. Cunha e Sá, gostei de ouvir as opiniões de Santana Lopes e Francisco Assis (pessoa que não aprecio, mas reconheço-lhe suficiente educação em todos os programas em que participa e nas entrevistas que dá nas televisões - o que vindo da esquerda é de assinalar...) sobre esta temática. Parabéns aos dois.  Sobretudo a Santana Lopes, que não obstante certas atitudes políticas que não lhe têm ficado bem, nunca deixa de parte a sua elevada educação que ressalta em tudo quanto diz. 

Comentar post







Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2007
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D

Links

Estados protegidos

  •  
  • Estados amigos

  •  
  • Estados soberanos

  •  
  • Estados soberanos de outras línguas

  •  
  • Monarquia

  •  
  • Monarquia em outras línguas

  •  
  • Think tanks e organizações nacionais

  •  
  • Think tanks e organizações estrangeiros

  •  
  • Informação nacional

  •  
  • Informação internacional

  •  
  • Revistas