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Imagine-se o que seria se qualquer outro elemento das Forças Armadas dissesse um décimo do que disse o bispo Januário sobre o Governo.
Quem defende a liberdade de expressão e o direito de opinião do bispo das Forças Armadas, esquece-se - ou não sabe - que os militares estão formalmente impedidos de tomarem posições políticas: não têm esse direito, não têm essa liberdade de expressão. O ministro Aguiar-Branco colocou a questão nos devidos termos: deve esclarecer se é bispo das FA ou se é comentador político. Se é major-general para receber os famosos 4400€ de pensão e carro com motorista, então também o é para obedecer ao Regulamento de Disciplina Militar e sofrer as sanções por a ele desobedecer.
Escusado será dizer que não estou a ver este ou outro governo a querer mandar um bispo cumprir pena num presídio militar, mas o mínimo que a situação exige é que a hierarquia católica que se defina sobre este político de batina. E já não falo do que se pode interpretar da passividade e do silêncio do Cardeal Patriarca sobre as declarações do camarada Januário sobre o Governo. Se não se demarca, significa que subscreve-as?
Adenda: hoje, a Conferência Episcopal Portuguesa demarcou-se das acusações, afirmando que foram feitas a nível individual e não exprimindo o entendimento da CEP.