por Cristina Ribeiro, em 24.07.12
" No Governo e no Parlamento discutia-se mais do que se administrava; e o papel do monarca, por vício do sistema, impunha-lhe todas as responsabilidades mas concedia-lhe um mínimo de faculdades e prerrogativas.
D. Carlos curou da política externa, fez-se autor de uma obra notável, como artista e como cientista, seguiu os passos dos políticos e pôde bem apreciar o alcance do que, mais tarde, chamaria « legislação ingénua ».
A partir de 1897 começou a entediar-se com Lisboa. Estava enojado, e o desânimo apoderou-se dele. Disse ao conde de Arnoso:
- " Que triste e dolorosa situação esta! Ou o país acorda, ou!...
Do desânimo quase atingiu o desespero:
- " Faltam bons políticos. Isto é uma monarquia sem monárquicos. "
Mudou de táctica, fazendo-se anti-demo-liberalista, sem por isso, antes pelo contrário,deixar de ser bom português. Indiferente aos insultos, ainda que zeloso da ordem pública, seguiu o seu caminho.
Abominava certos processos de fazer política, e, até onde lhe chegava a autoridade sempre pôs o maior interesse e rigor no cumprimento do dever. "
Casimiro Gomes da Silva, « D. Carlos »
Enjoada com esta politiquice também eu estou; como entendo o Rei!