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O Nuno e o Miguel são crentes, o que é bom, e desejam o melhor para Portugal, porque são patriotas, o que é excelente e altamente louvável. E isso, nos tempos que correm é, infelizmente, uma virtude rara, para não dizer exclusiva de uns poucos, entre os quais se contam os milhares de leitores do Estado Sentido.
Não deveria, pois, ser eu a decepcioná-los nas suas legítimas convicções de que Passos é, verdadeiramente, diferente de todos os que o antecederam. A verdade é que não é, por muito que isso lhes custe. E custa, seguramente. Lamento decepcioná-los caros amigos mas não partilho, nem de perto, nem de longe, do vosso "entusiasmo". Poderia escrever aqui mil e uma publicamente desconhecidas razões por o fazer. Contar o que nunca foi contado. Não o farei contudo. Pelo menos por ora. Direi apenas que um Primeiro-Ministro, com o tal P e M grande de que o Miguel fala, é precisamente a pessoa que trata o seu Povo da forma como este o faz, que é indiferente ao sofrimento real de centenas de milhares de portugueses, que acha que não há alternativa à austeridade cega com que destrói os mais desprotegidos e esmaga o que resta da classe média, que compactua com jogos de bastidores de duvidosíssima legalidade, que é forte com os fracos e fraco com os fortes, que deixa o País morrer e incentiva a partida dos seus melhores filhos, não é alguém em que eu confie ou a quem possa entregar o futuro do meu País. Portugal merece melhor. Alguém com visão, capacidade, arte e engenho. Com um rumo e uma ideia para Portugal. Esse homem não é, decididamente, Passos Coelho. Por muito que isso nos custe a todos.