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Patetices caninas do comunistão blogosférico

por Samuel de Paiva Pires, em 06.08.12

 

(Assinatura do Pacto Ribbentrop-Molotov

 

 1 – Medo? Ó João José, não se tenha em tão boa conta que isso faz-lhe mal.

 

2 – Em "What Is Political Philosophy?”1, publicado em 1957, Leo Straus critica um problema da Teoria Política moderna e das Ciências Sociais em geral, especialmente sentido na altura em que escreveu o artigo, que é o da ilusão da objectividade científica derivada do positivismo, que se caracteriza essencialmente pela ausência de juízos de valor, o que está intrinsecamente ligado não só ao processo de autonomização da disciplina académica da Ciência Política mas também ao espírito dos tempos modernos perpassado pelo nihilismo e relativismo moral e intelectual. Aliás, não admira que uma das mais famosas citações de Karl Popper seja a de que “A principal doença do nosso tempo é um relativismo intelectual e moral, o segundo sendo pelo menos em parte baseado no primeiro.2 Strauss, e nisto foi acompanhado por Eric Voegelin, reabilitou a Teoria Política normativa, salientando que “A filosofia política será então a tentativa de substituir a opinião acerca da natureza das coisas políticas pelo conhecimento da natureza das coisas políticas. As coisas políticas estão pela sua natureza sujeitas a aprovação e desaprovação, a escolha e rejeição, a elogio e a culpabilização. É da sua essência não serem neutrais mas reclamarem a obediência dos homens, fidelidade, decisão ou julgamento. Não se pode entendê-las como são, como coisas políticas, se não for levada a sério a sua reclamação implícita ou explícita de serem julgadas em termos de bondade ou maldade, justiça ou injustiça, i.e., se não forem medidas por algum padrão de bondade ou justiça. Para julgar solidamente tem de se conhecer os verdadeiros padrões. Se a filosofia política deseja fazer justiça ao seu objecto de estudo, tem de se esforçar por alcançar o conhecimento genuíno destes padrões. A filosofia política é a tentativa de conhecer verdadeiramente tanto a natureza das coisas políticas como a ordem política certa ou boa.”3

 

Mais à frente, Strauss afirma que “O hábito de olhar para os fenómenos sociais ou humanos sem realizar juízos de valor tem uma influência corrosiva em quaisquer preferências. Quanto mais sérios somos enquanto cientistas sociais, mais completamente desenvolvemos dentro de nós um estado de indiferença a qualquer objectivo, de despropósito e deriva, um estado que pode ser chamado de niilismo. O cientista social não é imune a preferências; a sua actividade é uma luta constante contra as preferências que ele enquanto ser humano e cidadão tem e que ameaçam o seu distanciamento científico. Ele deriva o poder de contrariar estas influências perigosas através da sua dedicação a um e apenas um valor – a verdade.”4 Esta dedicação à verdade é feita a partir essencialmente de opiniões, cuja análise constitui a abordagem científica à política: “As assunções concernentes à natureza das coisas políticas, que estão implícitas em todo o conhecimento das coisas políticas, têm o carácter de opiniões. É só quando estas assunções são feitas tema de análise crítica e coerente que uma abordagem filosófica ou científica à política emerge.”5

 

Importa ainda salientar que “O pensamento político é, como tal, indiferente à distinção entre opinião e conhecimento; mas a filosofia política é o esforço consciente, coerente e implacável de substituir as opiniões acerca dos fundamentos políticos pelo conhecimento em relação a estes. O conhecimento político pode não ser mais, e pode nem pretender ser mais, que a exposição ou defesa de uma convicção firme ou de um mito revigorante; mas é essencial que a filosofia política seja posta em movimento, e mantida em movimento, pela inquietante consciência da diferença fundamental entre convicção, crença, e conhecimento. Um pensador político que não é um filósofo está principalmente interessado em ou ligado a uma ordem ou política específica; o filósofo político está principalmente interessado em ou ligado à verdade.”6

 

Isto significa que eu, enquanto aspirante a cientista e/ou filósofo político, não posso, obviamente, negar as deficiências do liberalismo. Aliás, uma das pessoas com quem mais gosto de conversar é debater é o Corcunda, que por aqui tem exposto várias das suas críticas ao liberalismo. Só assumindo socraticamente a própria ignorância e hayekianamente a noção dos limites do conhecimento, posso esperar contribuir de alguma forma para a filosofia política, tendo plena consciência das deficiências do meu próprio pensamento político. Se o não fizer, corro o risco de me tornar dogmático e um mero propagandista. É precisamente isto que acontece aos comunistas, como o João José Cardoso, o Renato Teixeira ou o Tiago Mota Saraiva. Além de assumirem o dogmatismo, não estão minimamente preocupados com a verdade, e por isso manipulam a seu bel-prazer factos históricos e verdades filosóficas e económicas. Ademais, sendo herdeiros do Iluminismo racionalista, do jacobinismo, do marxismo-leninismo, trotskismo ou maoismo, alicerçam-se ainda no relativismo moral e intelectual que a Escola de Frankfurt em larga medida fundamentou, para se fazerem valer perante outras ideologias e políticas. Quando se deparam com alguém, como é o meu caso, que não só não vira a cara a um combate, como cultiva o polemismo, como ainda há pouco tempo o Miguel Castelo-Branco fazia notar, ficam desconcertados. Sendo o meu único dever para com a verdade, não tenho medo de qualquer grupo político ou ideologia, não tenho medo de usar as palavras e fazer juízos de valor, não sou politicamente correcto e não me vergo ao relativismo e niilismo que caracterizam, entre outros, os comunistas.

 

Isto implica, também, algo que os comunistas não conseguem entender: a crítica não significa intolerância. Aliás, a capacidade de criticarmos é uma das coisas que nos torna distintamente humanos. O facto de eu tolerar comunistas não quer dizer que não os possa criticar, assim como a qualquer outro grupo ou movimento com o qual não esteja em acordo e que entenda por bem criticar. Já o contrário, numa sociedade comunista e, portanto totalitária, não acontece, visto que, seguindo os ensinamentos de Marx, Lenine e Trotski, os camaradas começam por eliminar toda e qualquer oposição. Não existe tolerância, não existe crítica, logo não há forma de o sistema corrigir erros. Já agora, se os camaradas tiverem tempo, talvez lhes seja útil a breve leitura do tratamento do Paradoxo da Tolerância por Karl Popper.7

 

A negação dos horrores do comunismo, que é prática comum, mostra não só como os comunistas não estão preocupados com a verdade, como a sua falta de autenticidade. É que os seus autores de referência assumiram explicitamente a violência e o terror como factores centrais da revolução e do estado comunista e provavelmente até teriam vergonha dos comunistas actuais que, julgando que nós não lemos os clássicos comunistas ou que nos esquecemos do que os regimes comunistas fizeram e fazem, se disfarçam de pacifistas. É a chamada cobardia e falta de verticalidade a que, como o Nuno Castelo-Branco aludiu, pelo menos alguns comunistas escapam – mas não certamente a esmagadora maioria.

 

Este dogmatismo é característico não da filosofia política mas da religião, cujos traços se fazem sentir nas ideologias. Aliás, como John Gray8 demonstra, as ideologias não são mais do que meros sucedâneos da religião. Claro que algumas ideologias e teorias são mais dogmáticas que outras, sendo passíveis, ou não, de ser submetidas a teste científico. O marxismo, sendo historicista, “atribui à história um sentido predeterminado que não é susceptível de alteração pelos indivíduos.”9 Ora, segundo Popper, dado que não é possível conhecer o futuro, o marxismo não é uma teoria científica mas meramente uma profecia, não susceptível de ser submetida a teste, já que o teste ocorrerá sempre no presente, não podendo refutar uma teoria que anuncia a sua concretização no futuro.10 É simplesmente uma crença. E como escreveu Michael Polanyi, “Uma crença funciona sempre aos olhos do crente.”11

 

Para além deste carácter místico e nada sólido do ponto de vista filosófico e científico, o comunismo costuma cair ainda num erro típico, a falácia do straw man, de que o texto do João José é um óptimo exemplo. No mar da sua ignorância ou má-fé e da falta de conhecimentos de filosofia política, surge um chorrilho de presunções erradas sobre a minha pessoa – a presunção coscuvilheira é coisa muito em voga na blogosfera e nas redes sociais, infelizmente – e de ligações erradas – novamente – entre liberalismo e fascismo, às quais não posso obviamente responder, por serem desprovidas de qualquer sentido. Porém, em relação a uma delas, que não tem a ver com a minha pessoa, mas com uma classificação do CDS feita pelo João José, partamos da mera rejeição da dicotomia esquerda-direita, não chegando a ir tão longe quanto a rejeição oakeshottiana dos ismos e, na verdade, o João José até pode ter razão em dizer que o CDS é de extrema-direita (para ele, o PS já é de direita, ou estou enganado?). Eu, por outro lado, como a esmagadora maioria das pessoas, quando ouço falar em extrema-direita vem-me à mente, em Portugal, o PNR. Mas, na realidade, este reflexo automático é fruto do senso comum, que está errado, visto que o nacional-socialismo, ou nazismo, é um movimento de extrema-esquerda, tal como o comunismo. São as duas faces da mesma moeda, e este é um debate que não se pode ter como se não tivesse já sido feito e a tese cabalmente provada à saciedade. Hayek, Popper, Aron, Arendt, Berlin, Jung e Gray são apenas alguns dos nomes cuja leitura fortemente recomendo aos camaradas comunistas. 

 

3 – Podemos continuar este debate até quando quiserem. Não só não me canso, como sendo uma pessoa imbuída do espírito de serviço público, tenho todo o gosto em continuar a servir-vos algum bom senso e conhecimento. Ontem foi Gray, hoje Strauss. A continuarmos assim, pelo menos um filósofo por dia, não sabem o bem que vos fazia.

 

(Nota: as traduções das citações são da minha responsabilidade)



1 - Leo Strauss, "What is Political Philosophy?", in What is Political Philosophy?, Chicago, The University of Chicago Press, pp. 9-55.

2 - Karl Popper, The Open Society and Its Enemies, Vol. 2: Hegel and Marx, Londres, Routledge, 2009, p. 419.

3 - Leo Strauss, op. cit., pp. 11-12.

4 - Ibid., p.18

5 - Ibid., p. 16

6 - Ibid., p. 12

7 - Karl Popper, The Open Society and Its Enemies, Vol. 1: The Spell of Plato, Londres, Routledge, 2009, p. 293.

8 - John Gray, A Morte da Utopia, Lisboa, Guerra e Paz, 2008.

9 - João Carlos Espada, “Karl Popper: A Sociedade Aberta e os Seus Inimigos”, in João Carlos Espada e João Cardoso Rosas (orgs.), Pensamento Político Contemporâneo: Uma Introdução, Lisboa, Bertrand, 2004, p. 24.

10 -  Ibid., pp. 24-25.

11 - Michael Polanyi, Science, Faith and Society, Londres,Oxford University Press, 1946, p. 47.

publicado às 23:51


10 comentários

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De Leitor de blogs a 07.08.2012 às 00:47

O Samuel, já que está numa de dialogar com os comunistas, pergunte-lhes o que sabem sobre esta acção do PCP em 1975 (retirado do livro O Arquivo Mytrokhin)

http://en.wikipedia.org/wiki/Mitrokhin_Archive


“…os líderes comunista e socialista, Álvaro Cunhal e Mário Soares, regressavam do exílio, apresentando-se juntos à frente dos seus apoiantes em delírio que empunhavam conjuntamente o mesmo cravo vermelho. Soares prestou homenagem a Cunhal, seu antigo professor, como «homem notável, com uma visão luminosa e penetrante que sugeria uma grande força interior». Mas Cunhal também era um lealista da linha dura soviética que em 1968 fora o primeiro líder comunista ocidental a apoiar o esmagamento da «Primavera» de Praga. Embora as divergências entre ele e Soares fossem aumentando gradualmente, haviam de estar juntos numa série de governos de coligação até ao Verão de 1975.

Em Junho de 1974, Portugal e a União Soviética estabeleceram relações diplomáticas pela primeira vez desde a Revolução de Outubro. Seis meses mais tarde, Cunhal teve o primeiro encontro com o residente do KGB em Lisboa, Esviatoslav Fiodorovich Kuznetsov (nome de código LEONID), que funcionava sob cobertura diplomática da recém-criada Embaixada Soviética. Embora a reunião decorresse numa casa segura do Partido Comunista Português (PCP), os dois homens tinham tanto medo de que a sua conversa fosse escutada que mantiveram um diálogo inteiramente silencioso com lápis e papel. Foi acordado que o KGB formaria dois membros de confiança do Partido para detectarem equipamento de escuta, de modo que as suas futuras conversas pudessem ser faladas. Cunhal também se comprometeu a entregar material sobre o serviço português de segurança, sobre a OTAN (de que Portugal era membro fundador) e sobre outras «questões de interesse para o KGB».

Pouco depois da Revolução de Abril de 1974, foi dado a uma comissão de inquérito acesso aos processos do brutal serviço de segurança do regime deposto (conhecido sucessivamente por PIDE e DGS), cuja vasta rede de informadores quase rivalizara com as do Bloco Soviético. Uma vez que o PCP, cujos 22 membros do Comité Central tinham, no seu conjunto, passado 308 anos na prisão, fora o principal alvo da PIDE/DGS, esteve, sem surpresa, bem representado na comissão. Além de passar grandes quantidades de documentos da PIDE/DGS (alguns dos quais diziam respeito à colaboração com serviços de informações ocidentais), o PCP também forneceu à residência de Lisboa processos de informações militares portuguesas e de novo serviço de segurança criado depois da revolução. Segundo um dos processos anotados por Mitrokhine, o peso total do material classificado fornecido pelo PCP à residência de Lisboa em meados dos anos 70 atingiu 474 quilos. Em Janeiro de 1976 foi criada dentro do Quinto Departamento da PDP uma secção especial para trabalhar nos documentos portugueses que, na sua versão microfilmada, ocupavam 68138 fotogramas. O resumo de Mitrokhine do relatório do Centro sobre o material conclui:

• Foi obtida informação extremamente importante sobre a estrutura, métodos de trabalho e redes de agentes dos Serviços Especiais (informações) dos EUA, de França, da RFA e de Espanha em territórios de Portugal; sobre a sua cooperação com a PIDE/DGS e as redes de agentes desta em Portugal e nas antigas colónias; sobre as forças armadas de Portugal e de vários outros países; sobre os métodos de trabalho dos Serviços Especiais portugueses contra a União Soviética e outros países socialistas; sobre a situação operacional dos agentes no país e em situações que fossem alvo de interesse para o KGB; [e] sobre indivíduos de interesse operacional para o KGB.” (Christopher Andrew e Vasili Mitrokhine, O Arquivo Mitrokhine, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2000, pág 388. ”



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De Samuel de Paiva Pires a 08.08.2012 às 10:01

Saber até podem saber muita coisa, mas ignoram olimpicamente e desviam o assunto, como é hábito.
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De Leitor de blogs a 07.08.2012 às 00:49

Mais detalhes sobre a operação combinada PCP/KGB no livro Spymaster do General Oleg Kalugin<br /><br />http://en.wikipedia.org/wiki/Oleg_Kalugin<br /><br />http://books.google.pt/books?id=XjEjaXzWvBkC&amp;pg=PA195&amp;lpg=PA195&amp;dq=spymaster+kalugin+portugal&amp;source=bl&amp;ots=tKUwmG4EfR&amp;sig=5clByiP5vI_zc-XmpZbt_S2d480&amp;hl=pt-PT&amp;sa=X&amp;ei=m1EgUL70AqO50QXc14D4Aw&amp;redir_esc=y#v=onepage&amp;q=spymaster%20kalugin%20portugal&amp;f=false<br /><br /><br />José Milhazes dá mais alguns pormenores no seu blog:<br /><br />http://darussia.blogspot.pt/2010/09/contributo-para-historia-o-rei-das.html
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De Leitor de blogs a 07.08.2012 às 00:52

Corrigindo:

Mais detalhes sobre a operação combinada PCP/KGB no livro Spymaster do General Oleg Kalugin:

http://en.wikipedia.org/wiki/Oleg_Kalugin

http://books.google.pt/books?id=XjEjaXzWvBkC&pg=PA195&lpg=PA195&dq=spymaster+kalugin+portugal&source=bl&ots=tKUwmG4EfR&sig=5clByiP5vI_zc-XmpZbt_S2d480&hl=pt-PT&sa=X&ei=m1EgUL70AqO50QXc14D4Aw&redir_esc=y#v=onepage&q=spymaster%20kalugin%20portugal&f=false

O José Milhazes adianta masi alguns pormenores no seu blog:

http://darussia.blogspot.pt/2010/09/contributo-para-historia-o-rei-das.html
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De zeca a 08.08.2012 às 00:53

O autor deste blog já deu a entender que prefere refutar as ideias com argumentos e discussão do que atirar ofensas baratas ou esquivas retóricas.
Neste post, afirma mesmo com todas as letras que "a crítica não significa intolerância". Eu tenho ouvidos para quem fala assim.
O que deita tudo a perder é o uso recorrente de referências como "a esquerda", "o esquerdume", "os comunistas". Estas expressões são ditas com o objectivo claro, ainda que não declarado, de ofender, de diminuir. São encaixadas de forma que fique claro que é suposto serem uma coisa má.


Caro blogger, dê esse ultimo passo, mostre que a sua arma mais forte são as suas ideias. Prove ao seu 'esquerdume' que não tem nada contra ele, apensas tem ideas claras. Eu quero ter a boa fé de acreditar que é o caso.


Bem haja
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De Samuel de Paiva Pires a 08.08.2012 às 09:57

Caro Zeca, não utilizei a palavra "esquerdume", apenas "esquerda" e "comunista" que, ao contrário do que possa pensar, não servem para ofender, são termos que designam ideologicamente indivíduos ou grupos de indivíduos, como "direita" e "liberal".

Cumprimentos
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De zeca a 08.08.2012 às 16:53

Eu disse 'uso recorrente', não me estava a referir a este post em particular, e utilizei a preposição 'como'.
Eu penso o que me parece bem óbvio neste caso.
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De Miguel a 11.08.2012 às 00:03

O Hayek é amigos são intolerantes à sua maneira. "Ou estás connosco ou contra nós" e tudo o que está contra eles é 'socialista'

O PNR é admitidamente nacionalista, e diria salazarista. Quando morreu o historiador do regime até lhe fizeram lá uma homenagem.

Então o Salazar também é "extrema esquerda" agora?

Podemos continuar. O Franco e Pinochet e os outros amigos dos americanos, são de extrema esquerda? E os e os tiranos hereditários, também vêm dessa esquerda do Estado esclavagista?

Propaganda, propaganda e demarcação.
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De Miguel a 21.08.2012 às 16:28

Direi mesmo mais, a negação dos horrores do capitalismo, que é prática comum, mostra não só como os defensores do capitalismo não estão preocupados com a verdade, como a sua falta de autenticidade.

Os horrores do capitalismo têm já uma longa história,  uma prevalência quase global, e as poucas mentes iluminadas pelos prémios de quem faz a apologia dos regime continuam a negá-los afincadamente.
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De Miguel a 22.08.2012 às 17:00

O argumento de falsificabilidade do Popper serve para rejeitar muita coisa, inclusive a "ciência politica" e "ciência económica" que muita gente aqui deve gostar.
Não há qualquer método cientifico falsificável nas ciências sociais.

John N. Gray?  haha! Um baú de contradições esse autor. Um velho abutre da idade média, que critica tudo o que é moderno. Sim, incluindo o neo-liberalismo da moda.

Os outros nomes daí são meio ridículos. Hayek era um aristocrata de gema, não há nada democrático nele. Ele apoiou várias ditaduras, como ado Pinochet, porque acima de tudo ele temia uma verdadeira democracia

Arendt? Filosofozinhos da propaganda americana. Essa senhora finge que houve uma "revolução" na América que criou uma sociedade maravilhosa lá.  Enfim, historicismo do melhor. Não houve nenhuma revolução, não houve qualquer mudança social, e todos os estatutos políticos e legais foram copiados dos ingleses (Bill of Rights, a constitutição etc). Mero país de emigrantes



Sobre a ligação entre o "liberalismo" (leia-se, capitalismo) e o fascismo, ela é óbvia:
O capitalismo só sobrevive com governos que o imponham, governos mais ou menos públicos / privados. Quando se vê atacado, as forças capitalistas usam o que for preciso para se defenderem, inclusive movimentos de massa. Aí reside a génese do fascismo - ou seja, ditaduras modernas de direita com apoio popular, maioritariamente na classe média.

Foi exactamente o que aconteceu em Portugal com Salazar, ou também querem negar isso? tsk tsk

Este desvio para a direita usando o estado acontece sempre, e nota-se de novo nos EUA agora, com uma prolifera propaganda populista (tea party, christian right etc). Do capitalismo ameaçado vem a Reacção

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