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«Samuel, parece que não conhece este tipo de gente. E é provável que não, porque já são velhos e Vc é novo: meia dúzia de livros, todos eles da vulgata marxista mais rasa davam-lhes uma arrogância boçal de beatos. E eram-no, de um santo historicismo que os reconfortava, dando-lhe a noção de que eles, eles apenas, sabiam como seria o futuro dos séculos… Eram funcionários desse departamento de certezas. O apex da leitura seria algum Gadamer. Depois, temperavam com Foucault, algum estruturalismo, alguma internacional situacionista (os que iam para a Bélgica). Com este “salmis” se construíam reputações. O marxismo, claro está, passou a nada ter a ver com a URSS, não lhes fazendo espécie que gente, de Sartre a Kingsley Amis (que não conheciam…) nunca tivesse posto em causa que a URSS era marxista e socialista. Essa clarividência é toda post-facto, mas condiz com a desonestidade com que durante anos mentiram.
Não vale muito a pena. Hoje em dia, eles e crenças são apenas um life style retro, à espera da próxima sublevação árabe que há-de arruinar o “capitalismo”. Deve haver guias, que substituem, com vantagem, o contacto. São pitorescos, mas cansativos e conhecido um, conhece-se todos.»