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A teimosa carolice de uns tantos

por Nuno Castelo-Branco, em 08.08.12

A propósito do link aqui deixado pelo Samuel no post anterior, os portugueses deviam manifestar alguma revolta por assistirem à subida da "verde-tinto" ao mastro olímpico. Para que tal imagem fosse limpidamente legítima, seria necessário o esquema vigente merecer a ostentação, pois a verdade que há a dizer, consiste na clara denúncia da situação de total abandono a que as múltiplas modalidades desportivas têm sido votadas neste país e isto logo desde os primeiros anos da escola pública. Ao contrário daquilo que se passa nos EUA, Rússia ou China - para ficarmos por apenas três evidentíssimos exemplos -, os portugueses estão muito longe de serem profissionais do desporto e competem por sua própria conta, treinando em quase-barracões, numa daquelas agendas part-time em que inevitavelmente entram dinheiros próprios ou sacrifícios familiares. O Estado olimpicamente ignora as suas porfiadamente tentadas façanhas e apenas surge na hora do triunfo que não lhe pertence, seja através de um comunicadozito rabiscado por um assessor de terceira categoria e refastelado numa cada vez mais terceiro-categorizada Belém, ou por um dichote governamental bolsado à hora do noticiário do almoço ou do jantar.

 

Onde estão os outrora habituais campeões do atletismo? Temos um Obikwelu que treinava em Madrid e um Évora bastante insistente, mas nem por isso deixam de ser as excepções que confirmam a fatalidade. Que memórias restam do hóquei em patins, do tiro, esgrima, da equitação? Surge agora a canoagem como jangada salvadora e o banzé já se adivinha durante alguns momentos, querendo alguns contabilizar um feito para o qual não contribuíram minimamente.

 

Ficou-se o regime da 3ª República pelo futebol e nem por isso se lobrigou um único título até à data, sendo contudo esmagador, o quase astral palmarés de dislates betoneiros e de contas-crime arranjadas à mesa do orçamento do contribuinte. Em boa justiça há que sublinhar os sucessos, mesmo que secundários, do bolês nacional. Num país com uma população diminuta, sem qualquer tipo de sérios incentivos à prática desportiva - o imprestável regime ainda não percebeu que se trata de uma questão de saúde pública e de poupanças futuras no SNS! -, uns tantos cabeçudos insistem em ombrear com os melhores, os mais subsidiados e sobretudo, com gente oriunda de países onde para cada português existem nove, dez, vinte ou cem rivais em potência.

 

Apesar dos milhões que a Alemanha despeja nas suas diversas equipas olímpicas, estes dois rapazes ficaram a milímetros do ouro e isso é o que mais conta. É que aquela medalha de prata é deles e apenas deles. 

publicado às 16:25


3 comentários

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De Octávio dos Santos a 08.08.2012 às 19:05

Subscrevo inteiramente.
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De Anónimo a 09.08.2012 às 02:39

Certeiro, como sempre. Mas o Nuno acha que esta gentaça que nos oprime desde há quase quarenta anos era sequer capaz de promover e apoiar uma única modalidade desportiva a nível nacional?! É que nem pensar! A única excepção é o futebol, claro, corrompido este até à medula desde o 25/4 pelo próprio sistema de cuja mega-corrupção lucra literalmente à grande e à francesa.
De quem só quis destruir o país e tudo o que lhe dizia respeito, em todas as áreas da sociedade - porque, como se sabe, esses micro-organismos em figura de gente destroiem tudo por onde passam, mas pior, se tal é possível, eles odeiam de morte Portugal e os portugueses (olhando para a pinta d'alguns deles e perante a maldição que eles lançaram/fizeram ao nosso pobre país, pode dizer-se sem receio d'errar que só Freud teria capacidade d'explicar ponto ponto "os verdadeiros porquês" que lhes estão na origem) - nada de bom há a esperar. E não é preciso especular, basta olhar para o estado degradante do país ao fim de décadas de 'democracia', para obtermos a fotografia completa e a cores.
Maria

Obs.: Para esta gente psìquicamente doente, o valor que dá ao bem-estar da população absolutamente é zero - pelo contrário, o que eles desejam com fúria assassina é que todos morramos o mais depressa possível. E de preferência sem que nada contrarie este processo, muito menos incentivos e subsídios estatais para subsidiar o desporto que tanto bem, mental e fìsicamente, faz aos jovens. Mente sã em corpo são - já há mais de dois mil anos prediziam os gregos. Subsidiar modalidades desportivas?!, nem pensar!, "não há dinheiro"... Pois, mas já há milhões de milhões para distribuir p'los amigalhaços das PPP's, para além de muitos outros desvios obscuros dos quais os portugueses nem sequer desconfiam.

Que este  governo governe bem e sobretudo que proporcione todos os benefícios a que os portugueses, pobres e menos pobres, têm inteiro direito.  É tudo quanto se lhe pede. Melhor,  exige.
Basta o que basta.
Maria
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De comprar carabinas gamo a 14.08.2012 às 17:30

Absolutamente de acordo. Ainda assim conseguimos alguns bons resultados, nomeadamente no ténis de mesa, atletismo, tiro e canoagem... 

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