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Referiu (e bem) o Nuno Castelo-Branco que a faena da semana pertence ao Samuel. Não funciona o Estado Sentido da mesma maneira que o desenrolar de uma sempre popular tourada. Ainda assim, que me permitam a comparação: a lide foi iniciada, as inúmeras farpas espetadas, a estocada final está preparada. O Grupo de Forcados está nitidamente a mais e, como tal, segundas e terceiras ajudas são desde logo dispensadas. Em breve o toiro será retirado da praça, mas prontamente será substituido por um novo e portentoso exemplar, pronto a investir com ainda mais força e irracionalidade nesta arena blogosférica contra o nosso cavaleiro.
Apesar de assistir ao longe a todo esta espectáculo, tenho pretendido escrever algo que viesse a servir como contributo para a contenda. E nada melhor que uma colherada de patusquice pessoal acerca de toda a discussão – mas uma colher de chá, bem pequena, porque o contributo não pode ser excessivo. E bater em defuntos nunca foi algo que me desse especial prazer.
Deixo aqui apenas duas ou três questões que, a meu ver, merecem reflexão após tamanha algazarra. A começar, o tom de insulto implícito nesta verdadeira arruaça. No meio de tanta argumentação e contra-argumentação, devo confessar que apreciei bastante o facto de ainda haver espaço de um dos lados da barricada para o recurso a uma das técnicas mais ancestrais no que ao ‘bate-boca’ diz respeito – a repetição do que o oponente referiu. Ah, que saudades tinha eu de um ‘Quem diz é quem é’!, aqui em versão‘vou-alterar-o-que-escreveste-de-modo-a-parecer-que-sou-intelectualmente-superior-mas-afinal-é-porque-não-tenho-mais-argumentos-para-te-rebater’.
Em continuação, penso que no meio da troca de galhardetes, os intervenientes se estão a esquecer do mais importante – o real conceito de liberdade. E no que a isto diz respeito, há sempre um pataroco (eu) que se sente mensageiro da verdadeira palavra do Senhor e assume a missão de prevenir os outros para um perigo que só ele não ignora: "É preciso não confundir liberdade com libertinagem." Ainda assim, devo confessar que, pessoalmente, nunca fiz essa confusão. É como a pouca vergonha e o forrobodó: parecem exactamente o mesmo mas há uma ténue linha de decência que os separa. A mesma que diferencia uma argumentação fundamentada do historicismo das certezas futuras – ou profecias comunistas, se assim preferirem.
Para finalizar, caro Samuel, dirijo-te este último parágrafo. Como já alguém escreveu na caixa de comentários do Aventar mas não teve a verborreia necessária para concretizar, tu és aquilo a que os mais renomados e conceituados estetas das palavras designam como um ‘choninhas’. Bates, rebates, voltas a bater e não te cansas. Como te invejo. A tua capacidade de responder e comprovar que 1+1 são 2 perante contra ofensivas onde a mesma operação perfaz um total de 375 só me faz pensar que ainda tenho muito por onde aprender. Mas que ninguém duvide que uma das lições básicas deste tipo de confrontos eu já tenho mais do que assimilada – por muito que argumentes, nunca irás vencer. E quando julgas que tens a vitória na mão, a derrota já está mais do que consumada. Até porque neste tipo de situações, já dizia o outro, é sempre de derrota em derrota, rumo à vitória final!