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Lisboa Arruinada: aqui está mais um truque camarário

por Nuno Castelo-Branco, em 22.08.12

 

Todos os lisboetas conhecem este edifício "em-recuperação-obra-a-obra-Lisboa-melhora", na Duque de Loulé. Durante meses foi uma azáfama: destelhá-lo, demolir a bonita casa contígua para permitir a construção de um silo para automóveis, cavar até "ao osso" das fundações, etc, etc. Subitamente, os trabalhos pararam. Evacuaram os operários, retiraram-se as máquinas e por lá apenas ficou um enorme guindaste Liebherr. Pelo que se diz nestas redondezas, a interrupção da obra deve-se à falta de crédito bancário. A excelente desculpa do momento que atravessamos. Inicialmente acreditei, mas desde logo observei um aspecto nada negligenciável. Os fulanos retiraram o telhado e o edifício ficou à mercê das intempéries. Faça sol ou frio, caia chuva ou não, está fadado à usura dos meses que impiedosamente vão passando. A Câmara Municipal da tripla Costa & Salgado, BES Lda., tinha permitido a recuperação do edifício, mantendo a divisão interior. O prédio é um belo exemplar e foi um dos mais luxuosos do seu tempo.

 

Agora, observem a segunda foto. Reparem na falta de protecção do telhado, nas janelas abertas. A CML não obriga o dono da obra/edifício a proteger a integridade do mesmo? Sabem o que sucederá? Devido ao "perigo de ruína", dentro de um ano a CML permitirá a demolição do imóvel, mantendo apenas a fachada. Por mais benevolente que queira ser, duvido muito de esta não ser mais uma das tais situações cuidadosamente planeadas pelos bombardeiros municipais. Uma desgraça, ao que chegámos!

publicado às 14:34


3 comentários

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De Hugo Correia a 22.08.2012 às 16:02

Permitam-me que também deixe aqui o comentário escrito por mim no passado domingo, já o deixei em outros três espaços. Não é bem sobre o assunto do post, mas expõe de algum modo a forma de atuar deste executivo que, quanto a mim, deixa muito a desejar...

Foi há três anos que, em
tempo de campanha eleitoral, deu início o programa de animação "Lisboa
ao Parque", com o objetivo de revitalizar o espaço histórico do Parque
Mayer. Durou oito semanas e custou ao erário público a módica quantia de
1,6 milhões de euros, quase tanto o que custou o projeto de Frank Gehry
que, por esta altura, já estaria em estado bem avançado de
concretização. Importa pois perguntar, três anos depois: como se
encontra o Parque Mayer? A reabilitação, ainda no seu início, vai-se
resumindo apenas ao Capitólio(Teatro Raúl Solnado)? E o restante espaço,
como está a ser cuidado? Não é justo a esta distância que se faça um
balanço da iniciativa? Não é justo pensar que todo aquele aparatoso
esbanjamento de dinheiro foi para "lisboeta ver"? Ninguém interroga?
Ninguém se indigna? Falam do dinheiro gasto para um projeto real,
ambicioso e grandioso de reabilitação que foi o de Frank Gehry, e que
foi literalmente colocado na gaveta, e não falam da alternativa? Onde
está a alternativa? Quanto tempo mais é preciso para ver aquele espaço
da capital como "uma autêntica âncora de um novo tempo da cidade, um
ícone turístico-cultural mobilizador de muito movimento naquela zona, incluindo muita procura turística"?
"Devagar, devagarinho", não é?


Temos agora o Lisboa na Rua | Com' out Lisbon para mais um mês de
propaganda com entrada gratuita. Quem paga? É suportado apenas por
patrocínios? Qual é o encargo para o município?
Fico curioso por saber como será para o ano que vem em véspera de mais uma eleição.
Há também um limite para a paciência.
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De Pedro a 22.08.2012 às 17:58

Quem é o dono do edifício ? É tempo de estas notícias visarem incógnitos, pois só beneficia os mesmos.
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De Isabel Metello a 22.08.2012 às 19:28


Sim, é um m.o. regular de quem finge construir para destruir- até porque as fundações vão dar cabo dos alicerces! Será uma "calamidade natural" que o fará cair, enquanto as autênticas "calamidades" se passeiam no Algarve de charuto e, garanto-lhe que não foram para a Manta Rota. De certezinha para a Quinta do Lago ou outros loci mais chic...Image

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