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Foram décadas de "modernização" do país. Muitas estradas e auto-estradas, pontes, viadutos e rotundas aos milhares, combóios de alta velocidade e aeroportos, a "modernização" do ensino ano-sim ano-não, as gerações de doutores, a "modernização" da economia pela eliminação da Agricultura e das indústrias do mar, a "modernização" demográfica pela ruína do interior e pela urbanização soviética, os bons alunos de Bruxelas, os bons clientes de Madrid e de Berlim, a "modernização" do comércio pelas grandes superfícies e grandes importações, a "modernização" dos hábitos pelo fecho pela ASAE e pela multa da EMEL, das mentalidades pela "cultura" do regime, a "modernização" dos carros eléctricos e dos postos de carregamento, as energias alternativas e a falta de alternativas à energia que pagamos, a "modernização" do investimento público pelo endividamento desmesurado e pelas parcerias público-privadas, a modernidade da Expo, dos estádios do Euro e das capitais da cultura, a "modernização" da ortografia e até do conceito de família. Nunca um país foi tão modernizado em tão pouco tempo! E o resultado? É que as facturas de tanta "modernização" obrigam-nos a ser mais empreendedores:
«Agricultores regressam à tracção animal para poupar no combustível
Caro João,
Revelar essas informações numa ditadura como a nossa é um perigo. Se algum agente do governo ler esse post, garanto que dentro de algumas semanas surgirá um movimento de cidadãos pela defesa dos direitos humanos dos burros reivindicando a melhoria das condições de trabalho dos mesmos.
Logo depois, o movimento fará uma acção de protesto, sob o olhar atento de uma legião de jornalistas, para exigir a aprovação de leis de protecção aos asnos. Depois de um mês de bombardeamento propagandístico pelas televisões, será aprovado um pacote de medidas.