Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O CDS-PP e os seus dirigentes estão perante um dilema. Acossados internamente pelos seus militantes e votantes, que não perdoam a convivência com a incompetência social-democrata, menorizados no seio do Governo por Passos aquando da tomada das grandes grandes decisões e das medidas lesivas da classe média, base fundamental do seu eleitorado, o CDS está, sem muito para isso ter contribuído, "enterrado nas mesmas areias movediças" do PSD, ainda que com níveis de afundamento diferentes.
Face a este cenário, os dirigentes do CDS hesitam no que fazer. Por um lado, qualquer decisão mais drástica conduziria ao fim da coligação. Por outro, a continuação dos ministros do CDS num Governo em que coabitam com um conjunto alargado de ministros do PSD, ou por este indicados, com uma postura mista de inexperiência e incompetência, é um ónus demasiado pesado para poder continuar a ser suportado de ânimo leve, e sem consequências tóxicas, pelos centristas. Há pois que agir. Foi isso que levou Paulo Portas a convocar o Conselho Nacional do CDS. No mínimo é de se esperar, para além do discurso oficial de empenho na estabilidade governamental, a imposição ao parceiro de coligação de uma urgente remodelação, com o afastamento dos vários "pesos mortos" e que possa trazer um novo fôlego ao Governo. O PSD já percebeu a exigência e deu nota pública desse facto. Agora é tempo de acção. A assim não acontecer, não restará a Paulo Portas outra solução senão bater com a porta. É que a última coisa que o Presidente do CDS quer é ter um mau resultado eleitoral nas próximas legislativas, venham elas quando vierem. Até porque podem vir mais cedo do que muita gente pensa...