Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
A atribuição do Prémio Nobel da Paz à União Europeia visa concretamente o quê? Premiar o avanço da paz, da democracia e dos direitos humanos na Europa? Ainda que seja um facto seguro - empiricamente inegável - o contributo inestimável da unidade europeia na consecução desses objectivos, é de todo deslocado conceder, nesta altura, à UE um galardão que, analisando bem, não é mais do que um exercício de futurologia política destinado a truncar e influir nos destinos de uma comunidade de nações doente e achacadiça. Mas sabendo nós que já no passado o prémio Nobel da Paz foi atribuído segundo uma lógica futurologista - lembram-se de Barack Obama? ou do profeta Al Gore? -, a entrega do mesmo à UE acaba por não ser um happening muito surpreendente. O politicamente correcto da bonzaria nobelística resume-se a isto: exercícios pífios de pressão política, com o único fito de acompanhar o suposto "ar do tempo". Em epítome, o relativismo pós-moderninho dos nossos dias tende, inevitavelmente, a premiar a boçalidade politicamente desarraigada.