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1- As eleições regionais nos Açores demonstraram à saciedade o efeito contraproducente da austeridade no apoio eleitoral aos partidos que ocupam actualmente o poder. A verve matreira de Berta Cabral revelou-se absolutamente inútil na materialização política da ambição de poder do PSD regional. A diligência pueril que a candidata social-democrata empregou ao descolar a sua candidatura do PSD nacional obteve a severa punição do eleitorado açoriano, pouco propenso, aliás, à mudança.
2- A vitória socialista foi, em parte, fruto do protesto generalizado contra o logro austeritário implementado pelo Governo central. Houve, claramente, um efeito inercial a justificar a permanência dos socialistas no poder, contudo, a agenda de cortes e de extorsão fiscal implementada por Passos e companhia foi indubitavelmente o factor mais influente no triunfo de ontem.
3- A penalização eleitoral do CDS Açores resultou, outrossim, da política suicidária executada pelo Governo. É certo que Artur Lima tentou por todos os meios gizar uma plataforma programática - interessante e rejuvenescida - que permitisse a demarcação dos centristas da "práxis" política da coligação nacional, porém a resposta da cidadania acabou por ser desconforme aos anseios projectados pelo CDS regional. A factura da austeridade não poupou nenhum dos parceiros da coligação.
4- A reeleição do deputado do PPM merece uma breve menção, até pelo significado que teve em virtude do decréscimo de influência da extrema-esquerda na cena política regional. O prestígio de Paulo Estêvão foi um elemento primordial na sua reeleição para a Assembleia Legislativa regional, assegurando, desse modo, a representação do ideário monarquista no arquipélago açoriano.
5- O extremismo bacoco da idiotia esquerdista foi redondamente castigado pelo povo açoriano, com a consequente diminuição da sua representação parlamentar no legislativo regional. A inconsistência baderneira do PCP e do BE não resistiu ao duro e ingente teste da realidade.
6- Por fim, uma pequena nota: será que Carlos César vai seguir o célebre ensinamento santanista? O ex-líder regional irá andar por aí?