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Retrocesso terrível? Em quê?

por João Pinto Bastos, em 05.11.12

Haverá alguma alma caridosa que me explique o porquê da possível - e desejável a meu ver - eleição de Mitt Romney representar, segundo as rabugentas palavras de Miguel Sousa Tavares, um "retrocesso terrível"? A ideia peregrina, que perpassa alguns estamentos da intelectualidade que tem poiso habitual nos media, de que Romney é um perigo político que deve ser travado a todo o custo, é um daqueles arroubos pueris que amiúde atingem gente muito bem formada. Obama foi uma decepção em toda a linha que, curiosamente, tem vendado as vistas de uma esquerda sem programa nem espírito. O Henrique Raposo, com alguma ironia - e mestria, diga-se de passagem -, descreveu Obama como o pretinho salazarista, em virtude do debate eleitoral estadunidense estar arrimado em bases bem diferentes das que presidem ao debate político europeu. É certo que nos EUA não se verificam os arrebatamentos, tão próprios de uma Europa em crise, em torno do agonizante Estado Social, contudo, Obama e a sua entourage, por mais que se negue o contrário, ajudaram, com a sua inépcia sufocante, a protelar a resolução da crise económica americana. A candidatura republicana é passível de muitas críticas, resultado, sobretudo, das suas insuficiências programáticas, porém, criticar Romney por, supostamente, ter como substrato ideológico um distributivismo pró-ricos, revela um primarismo político que, infelizmente, domina muita opinião dita e publicada. Romney pode perder, e é bem provável que perca, mas Obama, vencendo ou não, não terá a sua aura messiânica rejuvenescida. 

publicado às 21:50


5 comentários

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De António Simões a 06.11.2012 às 15:59

Boa tarde,
Não ouvi as declarações de Miguel Esteves Cardoso, pelo que não sei em que sentido se refere ao "retrocesso". No entanto, quanto a mim, acho que em caso de vitória republicana se dá um passo no sentido de voltar ao pior do espírito americano, ou seja, à política orientada na direcção do seu próprio umbigo. Digo isto, porque não sei se o mundo estará preparado para deitar (ainda mais) por terra os esforços para a diminuição dos gazes responsáveis pelo efeito de estufa. Mitt Rommney acredita que essas emissões nada tem de relacionado com o efeito de estufa. Isto, e o facto de ter referido que não percebe porque não se podem abrir as janelas de um avião em pleno voo, mostra que tipo de inteligência está alojada no cérebro deste candidato. Sim, se vencer, será um claro retrocesso.
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De Octávio dos Santos a 06.11.2012 às 20:33

Foi Miguel Sousa Tavares (como está bem explícito no texto) e não Miguel Esteves Cardoso quem fez as declarações (que eu também ouvi... ridículas) a que se refere o João Pinto Bastos.


Mitt Romney, ao contrário da maioria dos seus colegas de partido, não descarta completamente a hipótese de existir «aquecimento global» provocado pelo homem (eu não acredito - é uma fraude).


O «não poder abrir as janelas de aviões» foi uma piada que ele disse, e isso foi prontamente confirmado por quem o ouviu na ocasião.


Em suma: informe-se melhor antes de escrever.  







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De John Silva a 06.11.2012 às 16:11

usar a expressão «pretinho salazarista» é facto de uma fina ironia e enorme mestria.. 
a que recônditos e obscuros recantos irá o douto escriba buscar tais expressões só ao alcance dos mais    argutos cultores do verbo? 
criticar o «primarismo político» de quem alega ser Romney «pró-ricos» contrapondo a «inépcia sufocante» de Obama nas questões económicas,  sem mais, também me parece de um delicioso, neste caso, primitivismo..
_ UGA BUGA - MIM BOM, ELES MAU!!!




 
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De João Pinto Bastos a 06.11.2012 às 21:47

Não retiro uma única vírgula à resposta do Octávio dos Santos, está lá tudo o que há para dizer. A questiúncula em torno da piada da janela do avião é tão, mas tão ridícula, que dispensa quaisquer comentários adicionais, a não ser a referência ao dó que os media em Portugal, e não só, causam. Dó e repulsa. Há limites para a desinformação e enviesamento político.
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De António Simões a 06.11.2012 às 23:06

Realmente cometi a incorrecçao de me referir à fonte do texto. Obrigado pela correcção. No entanto não posso deixar de salientar que estou informado acerca do sentido da frase proferida pelo candidato repúblicano, que não seria para se considerar no seu literal sentido. Agora daí a colocar aquele substantivo vai uma distância enorme. Digo isto, salvo o caso de que os destinatários sejam um grupo possivelmente sujeito a uma lobotomia, que achem piada a piadas deste tipo, e ao mesmo tempo acreditem que o aquecimento global é fruto das lareiras no Inverno, e não da emissão de gases para a atmosfera.

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