por Fernando Melro dos Santos, em 09.11.12
Zeitgeist: compro vinte euros em comida (massas, arroz, farinha) e dou-a ao Banco Alimentar. Caem-me em cima os bonzos da esquerda urrando e invocando os totems da igualdade porque segundo eles estou a mandar os pobres comer massa, enquanto em casa, se me apetecer, tenho bife. Dado e arregaçado, portanto, é o que querem - isto é, o que querem que eu diga. Mas eu prefiro dizer ide à merda (é muito mais objectivo e popular do que um "kwatz!" zen-budista, não quero ser acusado de elitismo além dos demais vilipêndios) pois nem sequer sabem em nome de quem falam. Da real pobreza afastam-se como da lepra e as camisolas Lacoste afinal são para um tipo diferente de ricos.
Zeitgeist redux: um comentador anónimo n'O Insurgente indigna-se porque uma figura semi-pública revelou, um destes dias, que incute hábitos de poupança (de água e energia) nos filhos. Diz o cavernícola acoitado nas sombras do anonimato que é uma barbárie, que é inaceitável, salazarento, retrógrado e quiçá até criminoso exigir, e cito, "aos próprios filhos que poupem água". Ora transponham isto para a doutrina político-social que formatou as três gerações (a dos nossos irmaos mais novos, a dos nossos filhos e a agora nascenda) e digam lá se não é este o inimigo.
6 comentários
De Anónimo a 09.11.2012 às 11:28
Ja nao ha pachorra para certo tipo de posts e comentarios, na linha da actual onda de roubo e extorcao, a que se assiste em Portugal. A conversa é a mesma do governo, ou seja, todos pobrezinhos e com a boca calada e ainda agradecer as esmolas que nos dao. So meia duzia podem comer bifes, estudar no estrangeiro, viajar, etc. O que é que a revolta e indignação dos expoliados, tem a ver com esquerda e direita? A imbecilidade de meia-duzia que sonha com o regresso ao 24 de Abril, talvez termine da pior maneira. Para todos! Depois nao digam que nao foram avisados. O que ainda é mais triste, é assistir à lata de Isabel Jonet, ao fazer política à custa da fome e a apregoar os benefícios e a alegria dem viver pobrezinho e feliz. Só com um banho de sangue esta gente vai calar a boca. E esse dia pode estar bem mais perto do que se pensa.
Eu acho muita piada a este desejos de "banhos de sangue". é que quem normalmente vem com esta conversa não pensa que pode ser deles esse sangue que pelos vistos gostam tanto de ver. Quanto a Jonet, não faz política, faz caridade, ao passo que outros se limitam de bitar imbecilidades.
De Luís Filipe Santa-Barbara de Ludovice a 09.11.2012 às 18:50
Porque será que certas pessoas que querem "banhos de sangue" e outras bacoradas do genero se "escondem" atraz" do anonimato? COBARDIA? é certamente. Comparo estes cavalheiros anonimos com aqueles que nas Manif. andam de cara tapada, para o caso de fazerem assaltos a lojas, serem os primeiros a entrar e depois sairem bem carregados com o de alheio! Tenho dito
De Anónimo a 09.11.2012 às 17:01
Ha quem continue a achar que tudo pode dizer e escrever sem ter a devida resposta. É a habitual conversa de encher dos que sonham com uma ditadura \"\"democratica\'\'. Quando se toca nos pontos fracos de certa camada, lá vem o discurso fandanga do costume. Nao pensam sequer que os outros pensam e acham que o conhecimento e a razão não fazem parte do quotidiano dos tais outros. E o banho de sangue não é um desejo. Infelizmente será uma contatação da nossa realidade, num espaço temporal não muito longínquo. Isabel Jonet, na sua infeliz e paternalista intervenção, fez política suja, ao indirectamente defender as políticas deste governo caridade é algo bem diferente. Em relação à chamada de atenção para erros ortográficos, todos agadecem, mas também sabem que o corrector automático frequentemente os gera. A falha aqui é não fazer uma revisão final do texto, como já aconteceu e mais que uma vez, com o autor da chamada de atenção.
Anónimo, vá onde eu quero que vão os anónimos.