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Mario Vargas Llosa, A Civilização do Espectáculo:
«A mais inesperada e truculenta consequência da evolução da arte moderna e da miríade de experiências que a nutrem é que já não existe qualquer critério objectivo que permita qualificar ou desqualificar uma obra de arte, nem situá-la dentro de uma hierarquia, possibilidade que se foi eclipsando a partir da revolução cubista e desapareceu totalmente com a não figuração. Actualmente tudo pode ser arte e nada o é, segundo o soberano capricho dos espectadores, elevados, devido ao naufrágio de todos os padrões estéticos, ao nível de árbitros e juízes que outrora só certos críticos detinham. O único critério mais ou menos generalizado para as obras de arte na actualidade não tem nada de artístico; é o imposto por um mercado intervencionado e manipulado por máfias de galeristas e marchands que não revelam de maneira alguma gostos e sensibilidades estéticas, só operações publicitárias, de relações públicas e em muitos casos simples apropriações.»