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Jacques-Louis David, O Imperador Napoleão
De tudo o que Napoleão disse há uma frase que cai que nem uma luva ao nosso empertigado Presidente da República. Dizia o "Usurpador" que a História é um conjunto de mentiras sobre as quais se chegou a um acordo. Cavaco levou muito a peito esta máxima, pois só assim se compreende o porquê de o faustoso Presidente ter afirmado que é necessário ultrapassar o estigma que nos afastou do mar, da agricultura e da indústria. De certo modo, Cavaco entende que o povo português encara como um fait accompli a tese de que os seus zelosos Governos não tiveram rigorosamente nada a ver com o declínio da economia produtiva produzido no rescaldo da adesão à então CEE. Por outras palavras, Cavaco julga-nos a todos - sim, todos nós - uma cambada de tolos apoucados. Já sabíamos que Cavaco não tem, propriamente, uma propensão particular pela verdade factual, na verdade foi sempre apanágio do actual Presidente desta República bananeira a admiração, desusada e incomum, pela torção dos factos. O que não sabíamos, nem era sequer do domínio público, e aqui confesso a minha honesta surpresa, é que o mandarim de Boliqueime tem uma veia napoleónica. A sua vida política, trivialmente "napoleanizada", é uma ampla colecção de tesourinhos deprimentes, tristemente desdobrados num torpe abanico de mentiras e omissões. Mas já que o nosso Presidente gosta de seguir as máximas do "Corso", talvez não lhe fizesse nada mal copiar o melhor de Napoleão, designadamente, a audácia e a coragem políticas do grande chefe francês. Mas isto já é pedir muito, não é?