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« Na Hora Incerta É Portugal Que Vos Fala »

por Cristina Ribeiro, em 26.11.12

Portugal assim dizia,
Quasi sempre em dôr tamanha!
Assim prégou aos seus filhos
Novo Sermão da Montanha.

Honra os teus Mortos. E' deles

Que tu vens. Deves-lhe culto
Que são os vivos? - A Sombra
Dos Mortos que fazem vulto.

- Povo! Povo! eu chamo... Escuta.
Repara em mim: vê e pasma!
Sombra e chagas do que fui...
Fiseram de mim um fantasma.

Onde irei? A ser escravo?
Velho e rôto vagabundo
Aos encontrões, ás esmolas,
Aos enxovalhos do mundo...

Povo! em ti, confio e espero
Como foi no tempo antigo.
Has de salvar-me...Ou ao menos
Saberás chorar comigo.

Antonio Corrêa d'Oliveira

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portugal

publicado às 22:28

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5 comentários

De Duarte Meira a 26.11.2012 às 22:52

Prezadíssima Cristina:

Depois de ter sabido do gosto que tinha pelo nosso comum amigo Tomaz de Figueiredo, realmente só faltava que nos viesse falar deste enorme Poeta (para mim uma das Cinco Quinas da poesia portuguesa do XX), hoje tão esquecido, se não mal compreendido e mal estimado (já sabemos por quem e por que motivos...).

Se tirou estes versos do livro Hora Incerta: Pátria Certa (que em 1948 conjuntou, reviu e acrescentou diversos opúsculos publicados separadamente na década de 20), muitos outros lá encontrará dignos de serem postos aqui.

Mas, se ainda não os conhece, recomendo-lhe muito não perca os melhores: Verbo Ser e Verbo Amar (1926) e o Elogio da Monarquia (1950). Estão ao nível do melhor que se escreveu na literatura portuguesa em todos os tempos.

(Confirme as datas; cito de memória. O Elogio da Monarquia não tem a ver directamente com "política".)

De Cristina Ribeiro a 28.11.2012 às 22:31

Duarte, quase aposto que mais bons literatos - e para mim eles estão quase todos antes destas últimas " fornadas " - merecem a nossa mútua veneração.
Tenho, são do meu Saudoso Pai, mais uns cinco ou seis opúsculos, mas não sei bem quais: assim de repente lembro-me de « A Nau Catrineta » e de um que dedica ao Condestável. Vou procurar.

De Cristina Ribeiro a 28.11.2012 às 22:55

... além de uma obra imensa e deliciosa.

De Manuel Marques Pinto de Rezende a 26.11.2012 às 23:59

Muito Bom!

De Cristina Ribeiro a 28.11.2012 às 22:32

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