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Há na montanha, ao vivo, a História Viva.

Recalcaram sôbre ela as as várias gentes:

Peregrinos, ou nómadas, ou bárbaros

Condusidos por Átilas e Césares;

Mas passaram: lá vão...Nos seus recóncavos

- E como o liquem agarrado à pedra -

Para sempre ficou a Raça estóica.


Reboa na montanha uma só fala,

Primígenas raizes dum só verbo.


Não assim a falaz babel oceânica,

Onde todos os rios balbuciam

A língua natural das várias fontes.


A montanha é estável, fidelíssima;

Subversivo é o mar, confuso e múltido.


As vagas - quási sem nenhum desígnio -,

Estas atrás daquelas acorrendo,

Embatem, no recontro, a espúmea fúria

Das que voltam na espuma da ressaca...

Desordenadas tribus do Deserto!


Não apenas um íncola, seu hóspede,

Mas terrantês, extático aborígene, 

Há na montanha um impassível povo.


Há nela um bem sei quê de Majestade,

De Realeza a todo o fundamento.


Formando pátrias, enfrentando pátrias,

Já soberanas Dinastias houve.

................................................................

...............................................................


E também a montanha é religiosa.

Tem a soidade mística de ascetas,

Nos fundos ermos meditando e orando


............................................................

............................................................


Antonio Corrêa d'Oliveira, « Elogio da Monarquia »


                        Toda a razão, Duarte Meira: " Ao nível do melhor que se escreveu na literatura portuguesa em todos os tempos. "

publicado às 21:55


4 comentários

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De Duarte Meira a 30.11.2012 às 22:09

Cristina:

Algumas pequenas gralhas, que espero não cometer por meu lado. Permita-me reproduzir os restantes versos da estrofe que contém os do título que pôs, e que são uma bela síntese da verdadeira e viva Tradição:

« No rei, bom pai, senhor de Herança e Estado,
Rameja, inflora o cerne da Nação.
Os Reis, são portadores do recado
Que Deus envia às pátrias onde estão
E ao qual sucede - entre entendido e dado-,
Correr na voz das gerações... Então,
Só pelo berço - urna sagrada -, o voto
Não traz desvio em mesageiro ignoto.
»

Esta maravilhosa obra Elogio da Monarquia, até só por admirável antologia de metros e rimas as mais variadas, saiu em 1944 (segundo o cólofone), e não em 50, como por lapso disse.
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De Cristina Ribeiro a 30.11.2012 às 22:24

Exacto, Duarte: um ano antes do acordo ortográfico de 1945 - as gralhas provêm da grafia original. Uma descoberta, este « Elogio », que nunca tinha folheado.
Grata pela magnífica adenda.
Sem imagem de perfil

De Duarte Meira a 30.11.2012 às 22:19


Quis dizer que o lapso foi meu, noutro comentário.

__________

Já agora, as 3 quadras singelas do Prólogo, que ficam nuito bem nestes dias funéreos e deprimidos que vivemos, tanto quanto são digníssimas  do dia que amanhã celebramos e do Natal próximo:


Renascemos. Renascemos
Na manhã amanhecida...
Quantas vezes acontece
Andar-se morto inda em vida!


O mundo, depois da Culpa,
Voltou à luz em Belém:
A Cova da Iria, em Fátima,
Foi um Presépio também.


E renascemos. Agora,
- Ó gentes, bem o sabeis :
É da Escritura! - ao Natal...
Ao Natal seguem-se os Reis.

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