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O erro histórico da privatização da TAP

por João Quaresma, em 18.12.12

Terminou há pouco o Prós e Contras dedicado à privatização da TAP (a três dias do anúncio da decisão do Governo), numa das edições mais importantes do programa da RTP.

Ficou perfeitamente evidente como este negócio será desastroso para o País (a par da venda da ANA), do ponto de vista empresarial, patrimonial, económico e do interesse nacional (e não apenas do Estado), a tal ponto que os três convidados que começaram por defender a privatização acabaram no final por dar razão aos argumentos para não privatizar. Mesmo que o assunto estivesse a ser tratado com transparência e normalidade (que claramente não está), seria na mesma um erro histórico, cujos prejuízos se sentirão para sempre. Foram referidos os exemplos do desmembramento e da destruição da Cimpor, contra todas as promessas feitas no momento da sua venda a empresas brasileiras, e por outro lado, da possível renacionalização da Ibéria, uma hipótese que o país vizinho equaciona.

Em resumo, a TAP é uma empresa estratégica (uma expressão que muita gente parece não compreender) de uma importância capital não só pelo ingresso de divisas que representa para Portugal (representa 1% do PIB) mas também pelo serviço que presta à economia portuguesa e aos interesses portugueses no Mundo (4 milhões de cidadãos estrangeiros expatriados), algo de que Portugal não pode prescindir, e nada disso fica assegurado se for privatizado e o seu centro de decisão sair de Portugal e do Estado (como estão os espanhóis a sentir no caso da Ibéria, com os interesses ingleses a sobreporem-se aos espanhóis). A situação estratégica de Portugal é um activo valioso (economica e politicamente) que deve ser usado por Portugal e para bem dos Portugueses; nunca cedido a estrangeiros.

Se este negócio prosseguir, Portugal ficará mais pobre economicamente, politicamente e na sua dimensão internacional, e não é por acaso que outros países não se aventuram a fazer o mesmo. Será mais um erro histórico a lamentar, mais um numa longa série que nos trouxe à actual situação.

Espero que o Governo não prossiga neste erro e se o fizer, pela minha parte, PSD e CDS saem definitivamente do meu boletim de voto, sem hipótese de regressar. 

 

Petição contra a privatização da TAP

http://www.pnetpeticoes.pt/tap/

publicado às 01:17


3 comentários

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De António Almeida a 18.12.2012 às 08:03

Vivo no Porto, vivo a baixa portuense desde que nasci,  tenho memória, pouco tempo antes da ANA ter gestão autónoma, que o Porto não tinha turistas, posso afirma-lo que por volta de 2005 a cidade estava deserta, mesmo com a crise Europeia vejo o Porto a crescer. Ainda no sábado fui para a Baixa,(fui mais cedo do que necessitava), fiz umas ruas a pé, e fiquei agradavelmente surpreendido com prédios recuperados. Isto só possível pelo movimento que o Turismo gera na cidade.


 


A TAP fez o que lhe competia? NÃO. Pois o Porto nunca foi servido pela TAP como a Rainair.


 


Claro que não, ser patriota não é defender incondicionalmente a TAP.


 


Por muito nacionalista que eu seja, a Rainair fez mais pelo Aeroporto Sá carneiro que alguma vez a TAP faria.


 


Não quero saber da TAP, os interesses estratégicos defendem-se com a "competência". (Em espanhol Concorrência. Leiam das duas formas.)

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De João Quaresma a 18.12.2012 às 16:03

Caro António Almeida: mas isso é argumento? Sem dúvida que ao longo dos anos a TAP tem tomado decisões erradas (nitidamente por influência política), como a compra de uma empresa de manutenção no Brasil, da Portugália ao Grupo Espírito Santo ou de aviões obrigatoriamente à Airbus sem considerar a Boeing (em nome da "Europa"). Mas vamos deitar tudo a perder por causa disso?


De certeza que há muita gente também descontente por o Metro do Porto ou os STCP não passarem onde lhes convém mais. A solução então é vender tudo por uma bagatela ao único candidato que aparece? Já basta lamentarmos os erros passados para aceitarmos erros presentes.
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De m.m.c. a 19.12.2012 às 01:18

Mas o que vamos "deitar a perder"?
Preferia que a TAP fosse para mãos portuguesas, ou que fosse propriedade de uma empresa mais prestigiada, mas apenas isso.
A Rolls-Royce não foi comprada por não ingleses? E a Jaguar não foi comprada pela Tata?
O que perdeu a Grã-Bretanha?

A CP, por exemplo, bem precisaria de ser salva do caminho que tomou.
Se visse a CP a ser comprada pela DB ficaria feliz pelo meu país (e por mim, e por mais alguns milhares de utentes).

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