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Sim, é verdade. Para muitos portugueses o mundo acabou há mais de três décadas, quando um rápido processo de desintegração fez evaporar aquele Portugal que o planeta há muito se habituara a considerar como coisa habitual, exótica, combatida e contestada, mas simplesmente factual.
O mundo acabou. Após bastas gerações de nascidos e criados em África e na Ásia, tudo terminou numa colossal colisão da história consigo própria, um daqueles acontecimentos que no campo da astrofísica, algum dia num futuro ainda distante, uns tantos sapientes lhe darão um nome, tal como outrora Copérnico o fez relativamente ao mecanismo celeste que rege o Sol e a Terra.
Esse choque pulverizou Portugal. Fossem de que etnia fossem, populações inteiras viram-se num ápice erradicadas do seu habitat natural. Desconjuntaram-se economias, esmagou-se a finança nacional, fizeram volatilizar centos de profissões de antanho. Da pobreza rapidamente se transitou para a miséria, durante escassíssimo tempo entrecortadas por um fugaz lampejo de ilusória abastança.
Foi este o fim do mundo, o mundo português.