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A Monarquia é superior

por Nuno Castelo-Branco, em 26.12.12

 

Muitos se interrogam acerca da razão pela qual as palavras do Presidente da República não são escutadas ou pior ainda, se tornam parte da gincana partidária, malbaratando-se assim aquele princípio de equitativa distância que se supõe em qualquer chefia de Estado. Pouco interessará se o utente do cadeirão presidencial seja Soares, Sampaio ou Cavaco Silva, pois a constante confirma-se sempre décadas sobre década e nem poderia ser de outra forma, dada a base de legitimidade onde a instituição assenta. 

 

Os conselhos jamais são escutados, a conhecida fábula da magistratura de influência não passará disso mesmo, de uma lenda tão nebulosa como a floresta de Birnam. Conhecem-se os nomes de uma infinidade de amigos acumulados por uma "inexperiência política" já anciã de mais de trinta anos, onde houve momentos bastante azados para se tecerem redes de influência em todos os aspectos da vida do Estado e sectores adjacentes da economia, finanças e imprensa. Em suma, permanecerá sempre a desconfiança, aliás plenamente confirmada pelo ridículo score eleitoral saído das últimas presidenciais, somando-se ainda as iniludíveis responsabilidades pela desastrosa "cooperação estratégica" que conduziu o nosso país ao abismo. Se infelizmente não podemos dizer que se terão tratado das derradeiras eleições ocorridas sob a forma de organização do Estado saído da longa e permitida subversão e dos golpes de 1908 e 1910, nem por isso deixam de estar bem evidentes as fragilidades e o completo descrédito da instituição de todas as conspirações, conluios e recados de encomenda.

 

Em Espanha passa-se precisamente o oposto. O discurso que o Rei João Carlos pronunciou há dois dias, consiste num claro repto lançado a toda a sociedade espanhola e pelas reacções imediatas da chamada opinião pública, atingiu plenamente os objectivos pretendidos, enumerando aquilo que mais urgente há a fazer: a reabilitação da política no seu melhor sentido. Essa política a que o Rei apela, deverá atender às prementes necessidades da reforma do Estado saído do já longo período de transição no qual a Coroa foi o elemento mais sólido, intransponível e coerente na conformação do todo. O Rei há muito se apercebeu do perigoso resvalar das reputações - inclusivamente da própria, sempre à mercê de críticas justas ou absurdas -, pois estas, se encaradas de forma global, serão aquele elemento incontornável e capaz de fazer ruir um sistema laboriosamente trabalhado e que deu ao país um feliz período de paz, progresso, justiça e tratamento equitativo sem paralelo na sua história. 

 

Sabemos o que em Portugal significaria ter D. Duarte como Rei. Nada dado a frivolidades - talvez o único argumento que os republicanos em Espanha aproveitam para atacar o Grande Homem que é D. João Carlos -, perfeitamente consciente da situação de Portugal no mundo e do seu percurso histórico que ainda lhe garante a soberania, teríamos um monarca avesso a jogos partidários e às fáceis cedências a uma anónima Europa que nos sufoca. O nosso país contaria com o Rei decomprometido dos privados interesses que arruinaram Portugal e ainda mais importante, alguém disponível para a aceitação de uma profunda alteração da organização do Estado, prioridades sociais e a imperiosa preservação daquilo que é intrinsecamente português. Em suma, teríamos um supervisor da boa política, a única que interessa.

 

Sem essa política não existe a democracia, por melhor rotulada que esta esteja. A boa política tem muito a ver com o acerto das decisões atempada e cuidadosamente ponderadas e como seria evidente num Portugal normalizado, gizadas para um prolongado prazo que se medirá por décadas. As bases aí estão bem sólidas desde há quase setecentos anos e nem sequer a passagem dos séculos foi passível de uma grande alteração dos fundamentos da política portuguesa na arena internacional. Disso o regime tem tido alguma conta, mas de facto, os erros e as derivas têm sido catastroficamente acumulados devido à ânsia do agradar de sectores onde a cacicagem impõe cedências que muito prejudicaram o Estado e a sociedade civil. Não existe má política que não tenha imediatos reflexos na educação, saúde, defesa, economia, finanças e estabilidade social.

 

O Rei João Carlos impôs como metas o respeito pelo outro, o desenhar de objectivos claros a longo prazo, a lisura pessoal como essência do serviço público, a lealdade e também, como o caso espanhol impõe sem subterfúgios, o reconhecimento da pluralidade. Os sacrifícios de hoje, apenas terão razão de ser se existir uma sólida perspectiva de reforma onde a justiça, a simplificação do aparelho do Estado e a confiança nos agentes políticos for garantida. Ora, no Portugal de hoje, tal parece ser uma tarefa impossível, não existe o norte e nem sequer aquela carga simbólica que uma certa instituição  - independentemente da personalidade que no momento a encarna - significa. Uma vez mais, os espanhóis estão em clara vantagem.

 

Cavaco Silva poderia ter aguardado a ora real e somente necessitaria de um bom tradutor para a pronunciar em bom português, apenas mudando o nome do país. Apesar deste louvável esforço, duvidamos do alcance que as palavras teriam nesta terrível balbúrdia, nestes dias do fim que o regime ingloriamente enfrenta.

 

O Rei é o Rei. Gostaríamos que alguém nisto que é e sempre foi a República, nos oferecesse uma confiança e determinação comparável. 

publicado às 10:44


10 comentários

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De Anónimo a 27.12.2012 às 11:15

Centra todo o seu artigo na dicotomia: presidente da republica, fala e não é escutado; rei de espanha, fala e é escutado. Logo conclui que a monarquia é superior.
Aconselho-o a ler esta notícia:

Há cada vez menos espanhóis a querer ouvir o rei
http://expresso.sapo.pt/ha-cada-vez-menos-espanhois-a-querer-ouvir-o-rei=f775979
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De Nuno Castelo-Branco a 27.12.2012 às 17:37

E que credibilidade tem a gente do sr .  Balsemão, ávida angariadora de burlões para todo o serviço ? Nenhuma, é um jornalismo de sarjeta, abominável e ao serviço de sórdidos interesses. Não lhe chegam as últimas notícias, durante semanas e semanas propaladas pela corja e recentemente desmascaradas através de letras bem gordas? Imagine a quantidade de mentiras e manipulações que essa malta já fez ao longo de anos e anos a fio. Mais ainda, quero ver o que dentro de seis meses dirão os espanhóis quanto á popularidade do Rei. Verá que ao contrário da  persistente má fama dos políticos, João Carlos recuperará bem depressa. Lembra-se do annus horribilis de Isabel II? Pois... Tomáramos nós que Salazar tivesse beneficiado da  mesma visão política e prática do intelectualmente inferior Francisco Franco. A pesada herança que nos ficou foi a de uma terrível estreiteza de perspectivas, um serviço deficientísimo, miseravelmente incompleto e que conduziu o país  - e suas antigas dependências - ao desastre que se sabe. 


Quanto à figura do Rei João Carlos, há que distinguir dois aspectos: a sua vida privada e aquilo que tem sido como Chefe de Estado. Se é criticado pelas suas muito típicamente espanholas aventuras - e quem somos nós para nos imiscuirmos nos assuntos estritamente privados? - nas savanas - sem que o Estado tenha gasto um tostão, note-se - ou na cama, a sua acção política é totalmente inatacável. Ele tem sido o elo mais forte do regime que permitiu à Espanha um longo período de paz, progresso - quantos milionários negócios proporcionou o Rei ás empresas espanholas, através do exercício da sua influência e rede de conhecimentos no estrangeiro? - e de mais justiça e igualdade sem paralelo na sua já longa história de meio milénio. Quer uma única prova disso? Enquanto em Espanha não se verificam quedas de governo e dissoluções parlamentares, em Portugal é a intriga vergonhosa, o deboche completo, o evidente fracasso de um sistema caduco logo à nascença. Para cúmulo e ao contrário de Portugal, Espanha é Estado plurinacional, conseguindo através das suas instituições, a plena normalidade governamental. Até nisso estão em vantagem. A única esquerda que vale - os socialistas do PSOE, uma  parte inequívoca do arco da governação, pois pc's e satélites não passam de relíquias imprestáveis - sabem bem o que fazem quando apoiam a Monarquia no país vizinho. Aliás, sem a Monarquia, não existirá Espanha, creio que disso tem o leitor  a plena consciência e tanto quanto qualquer outra pessoa atenta. 


João Carlos terá apenas de cumprir aquilo que um dia disse ao seu futuro  sucessor no trono: "a coroa ganha-se todos os dias". Acredito que é precisamente o que fará, não tenha a menor dúvida, até porque o supracitado discurso foca o essencial e indica o que há para realizar. Que diferença em relação aos sucessivos imbecis, vaidosos aldrabões, parlapatões vigaristas  e marimbeiros que temos tido em Belém. É que já nem me poupo nas palavras! São tudo isto e muito mais. Não se compara o incomparável.
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De Anónimo a 28.12.2012 às 13:54

"E que credibilidade tem a gente do sr . Balsemão,"
Recorramos então a uma outra fonte, das centenas disponiveis, que concerteza terão mais credibilidade do que a "corja" do
Expresso:
El mensaje del Rey menos visto de la historia en televisión
http://www.vertele.com/noticias/el-mensaje-del-rey-menos-visto-de-la-historia-en-television/

"quero ver o que dentro de seis meses dirão os espanhóis quanto á popularidade do Rei"
Não conte com a memória dos povos. Hoje em dia é cada vez mais curta.

"Lembra-se do annus horribilis de Isabel II?"
Perfeitamente. Ela matou algum bicharoco? Andou engronhada com algum garanhão? Foram tudo acontecimentos exteriores à sua conduta pessoal e mesmo pública.

"Quanto à figura do Rei João Carlos, há que distinguir dois aspectos: a sua vida privada e aquilo que tem sido como Chefe de
Estado."
Este ponto levar-nos-ia a uma discussão muito longa. Para abreviar. Não terá que ser um monarca um exemplo de valores,
especialmente os valores da família? Valores que são uma das principais bandeiras dos defensores da monarquia em Portugal. Veja-se o debate do Prós e Contras da Monarquia vs republica no youtube.

"Se é criticado pelas suas muito típicamente espanholas aventuras"
E as tipicamente inglesas? E as tipicamente suecas de Carl Gustav? E poderia continuar por aqui fora...

"- nas savanas - sem que o Estado tenha gasto um tostão, note-se"
Não só não custou nada nem ao estado nem ao próprio rei. O senhor Mohamed Eyad Kayali pagou-lhe desinteressadamente a viagem à "Mãe África". Estou admirado consigo por acreditar nos almoços grátis.

"a sua acção política é totalmente inatacável."
Excepto o 23-F, não conheço outra acção politica assinalável no seu reinado.

"quantos milionários negócios proporcionou o Rei ás empresas espanholas, através do exercício da sua influência e rede de
conhecimentos no estrangeiro?"
http://cn.nytimes.com/article/world/2012/10/13/c13king/en/?pagemode=print
"Juan Carlos came to the throne after the death of the dictator Gen. Francisco Franco in 1975 with virtually nothing, (...) The
Spanish royal family’s wealth has been estimated at up to $2.3 billion, a sum that supporters contend was inflated by the 
inclusion of government properties"

"Enquanto em Espanha não se verificam quedas de governo e dissoluções parlamentares, em Portugal é a intriga vergonhosa, o
deboche completo,"
Em Espanha também entram em bancarrota....


"Aliás, sem a Monarquia, não existirá Espanha, creio que disso tem o leitor a plena consciência e tanto quanto qualquer outra
pessoa atenta"
O problema de Espanha não é a questão republica vs monarquia, mas sim domínio de Castela sobre as restantes nações. Lembre-se  também dos casos de países como a Rússia, os EUA, o Brasil, com uma diversidade territorial, etnica e por vezes linguistica 
brutal onde a República é o laço que os mantém unidos na diversidade.
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De Nuno Castelo-Branco a 28.12.2012 às 15:50

Como lhe dizia, esperemos e aguardemos uns dois ou três anos. Isto, se o rei anda for vivo, pois da lei da morte ninguém se liberta. Ele é de facto o elo mais forte do regime, disso não tenha a menor dúvida. 


No que se refere aos almoços grátis, decerto já o convidaram desinteressadamente, tal como várias vez aconteceu comigo. Há pessoas que são amigas, independentemente da posição política ou social que ocupam. Neste caso específico, o "caso árabe", então foi duplamente vantajoso, pois sabemos bem que logo após a dita caçada, as empresas espanholas obtiveram um milionário contrato para a construção do tgv de Meca. Isso, além de uma boa encomenda de armas. Ah... pois é, Portugal já não pode contar com uma indústria de armamento para exportação. 
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De Nuno Castelo-Branco a 28.12.2012 às 16:45

"Excepto o 23-F, não conheço outra acção politica assinalável no seu reinado."
Não? Então, recordemos alguns aspectos nada negligenciáveis.

1. Em 1972, não era totalmente líquida a automática sucessão do caudilho Franco e alguns núcleos do regime sugeriam a passagem da chefia do Estado para o Duque de Cádiz, por acaso casado com uma neta do Generalíssimo. O caso Carrero Blanco, já julgado como directo sucessor do poder executivo de Franco, foi bruscamente interrompido pelo atentado da ETA. É bem provável que numa conjuntura política daquelas, talvez João Carlos tivesse ascendido ao trono como figura meramente decorativa, uma reedição de Vítor Manuel III com um Mussolini espanhol, neste caso o almirante C. Blanco.
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De Nuno Castelo-Branco a 28.12.2012 às 16:45

2. Ao longo de uma década e meia, o então príncipe de Espanha foi tecendo a sua rede de contactos, entre os quais avultavam os comandos das Forças Armadas, alguns sectores mais jovens do Movimiento - a quem recorreu para a transição -, da finança e do empresariado. Não nos esqueçamos, por exemplo, do facto d a mais importante parte do empresariado catalão ser à altura totalmente franquista e espanholista, coisa que a muitos hoje poderá parecer estranha, mas nem por isso menos verdadeira. O futuro Rei já tinha a sua gente em locais vitais no momento em que Franco morreu, apenas faltando a "condescendência" da oposição política sediada no exterior. Conseguiu-a, apesar de muitas desconfianças que se mostraram infundadas. Chegou-se a um difícil compromisso e note que o próprio Carrillo garantia que João Carlos seria o "Efémero", um Rei para dois anos. Não foi, como se sabe. Julgo bastante injusto reduzir o papel do monarca ao 23-f e mesmo aí podemos facilmente compreender que após meia década decorrida desde a morte de Franco, muitos sectores, nomeadamente nas Forças Armadas, não desistiam facilmente do legado do regime saído do Alzamiento de 1936. Aliás, a par da extrema-esquerda, o chamado bunker sempre foi e ainda é o mais teimoso adversário da actual Monarquia. 
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De Nuno Castelo-Branco a 28.12.2012 às 16:46

3. É certo que nem sempre houve alguma desejável lealdade, mesmo tratando-se de relações internacionais. Sabe-se que  o futuro Rei foi estabelecendo contactos na Europa e Estados Unidos muito antes da sua proclamação de novembro de 1975, Também sabemos hoje que alguns dos seus interlocutores se comportaram de uma forma dificilmente qualificável. Se é verdade aquilo que Freire Antunes deixou escrito, o próprio Mário Soares, ao mesmo tempo  que se torcia em públicos elogios a D. João Carlos, tramava a sua queda, delirando com o restabelecimento da catastrófica "república espanhola". Pelo que então se escreveu, parece ter conspirado para a perda do Rei e substituição da forma de regime. Indecente, no mínimo. Compreende-se, o perigo de contágio era tremendo e bem medidas as realidades, talvez ainda seja. Ainda me recordo da humilhante visita sampaieira a Foz Coa, onde acompanhado pelo Rei de Espanha, o Residente de Belém foi totalmente ignorado por uma população que sem cessar ovacionava o Chefe de Estado vizinho. Uma vergonha para os mais sensíveis, mas bastante sintomática da credibilidade do simbolismo" da nossa gente que por obra e graça dos mais escusos interesses chega a Belém.
4. Não pode existir qualquer tipo de confiança das autoridades portuguesas em relação aos seus congéneres espanhóis. Isto estende-se ao empresariado, evidentemente e ao tipo de imagem que é incessantemente incutida em Espanha, depreciando totalmente o seu vizinho ocidental ou pior ainda, ignorando-o. A única excepção tem sido D. João Carlos que goste o leitor ou não goste, jamais disse ou fez algo que remotamente pudesse melindrar-nos. Dir-se-ia que se excede em delicadezas para com Portugal e os portugueses, nem remotamente se podendo comparar aos seus consecutivos presidentes de governo. Idem, quanto à Rainha, uma mulher que considero excepcional e ao contrário da esmagadora maioria da população do país vizinho, vive  interessada pelo resto do mundo e possui uma invejável bagagem cultural. No Rei temos alguém que vê a situação pelo prisma de uma história que decerto ele bem conhece. Fala a nossa língua, sabe das dificuldades que sempre teremos em encarar qualquer tipo de "projecto ibérico" e tem conduzido todas as situações com a devida e exigível mestria. 


5. Gosto dele. 


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