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Nunca achei piada apresentações. Talvez porque já tive que assistir a muitas em que múmias deificadas em círculos académicos (de mera designação) insuflam o peito e o ego que nem velhos sacos de papel, rotos no fundo por plágios que toda a gente finge não ver; ou até mesmo por já ter visto outras em contextos profissionais (também só de mera designação, pois afinal de contas estamos a falar de Portugal) em que se tenta balbuciar algo coerente em frente de uma mini-plateia de possíveis futuros colegas e de um qualquer Torquemada dos Recursos Humanos que finge que está a ouvir quando provavelmente está a jogar ao jogo do galo. No iPhone, como é óbvio.
Por isso prometo ser breve.
Quero agradecer ao Samuel pelo convite e confiança, antes de mais. Lembro-me perfeitamente da sua impressionante e douta figura quando nos conhecemos, de calções e havaianas, 8 anos atrás. E muito vivemos. Muito passou por nós. Muitas conversas que duraram noites e dias. Muitos silêncios arrastados pelas horas. E sempre sobrevivemos, com o amparo do ombro amigo um do outro.
Por motivos inerentes à minha profissão, que implica que esteja sempre a viajar permanecendo 3 a 4 meses em países diferentes, mas também por motivos de logística, sendo que nem sempre é fácil apanhar um sinal wifi decente no meio de lugarejos perdidos no tempo em plena Ásia Central, tenho algum receio de não dar o meu contributo ao Estado Sentido com assiduidade. Mas prometo um esforço, porém.
Desliguei-me consideravelmente da política em Portugal. Do Portugal social e cultural. Do Portugal tradicional. Pois cedo aprendi que a vida só começa quando saímos da nossa zona de conforto. E porque sempre me pareceu por demasiado evidente que o mundo não se resume a um rectângulo de terra de 848x250kms, por muito que o tradicionalismo tacanho ainda tente vender essa ideia que nem um ardiloso e insistente vendedor de cartões de crédito do Citibank.
Mas relatarei o mais objectiva e imparcialmente possível os diferentes political and business climates com os quais tenho que lidar diariamente nos países nos quais páro. Creio que esse poderá ser o contributo de maior relevo para o Estado Sentido e para os seguidores do blog. Desde o cenário de andar perdido no meio da tundra com neve até ao joelho (inteligentemente vestido de fato e gravata, pois até mesmo quando se está em situações de profundo aperto não há nada melhor que manter a pose, tipo James Bond), até ao cenário de estar a debater a Eurocrise com o recém eleito Primeiro Ministro na Geórgia (onde me encontro actualmente).
Cordiais saudações a todos. E também somente para ninguém me achar rude como o-tipo-que-chega-aqui-e-nem-deseja-bom-ano, votos de um excelente 2013, com motivação para domar a besta da austeridade. Pois alegadamente o pior já passou, embora se continue a passar pelo pior ano após ano. Enfim, certamente mais uma questão metafísica que escapa ao conhecimento humano.
Disse.