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O jornalismo hodierno tem um grave problema com o rigor informativo. Não se estuda, repelem-se as inteligências e o saber diligente, expelem-se meia dúzia de boutades, não sindicadas por quem de direito, e, no fim, o cidadão, desinformado e abusado, come e cala. Qualquer jurista - nem chamo à colação a minha condição de jurista, porque, muito sinceramente, não vale a pena - sabe ou tem a obrigação de saber que o trambolho constitucional português, vigente desde os idos de 1976, estabelece que no caso da fiscalização sucessiva não há a possibilidade de requerer a tão adulada urgência na análise das normas controvertidas. Se um jurista tem a obrigação de saber isto, um jornalista que escreve sobre política tem, igualmente, o dever de conferir um cuidado especial às informações que veicula sob pena de criar ilusões erróneas na mente dos poucos capachos que ainda vão tendo paciência para ler tanta sabujice escrita pelos punhos de um bando de indigentes pertencentes à geração mais qualificada de sempre. A crise da democracia começa também aqui, na ignorância e na politização ignara dos jornalistas de vão de escada que enxameiam as redacções.