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Num artigo publicado no primeiro número da XXI (final de 2011), Ricardo Cabral mostra como em face do panorama que enfrentamos seria necessário um ajustamento externo sem precedentes e sustentado ao longo de mais de uma década para diminuir a dívida externa e colocá-la numa trajectória sustentável, o que, mantendo-se Portugal no Euro e tendo que obedecer às regras e políticas de concorrência da UE, é simplesmente irrealista. Saliente-se ainda que tal ajustamento "teria de ocorrer num contexto em que vários dos principais mercados das exportações nacionais estão igualmente sujeitos à crise de dívida soberana e a empreender ajustamentos domésticos e externos similares". Conclusão: ou alguém decide pagar a dívida externa portuguesa, ou não há alternativa a reestruturá-la. Não deixa de ser curioso que o BE pareça ter sido a primeira força política nacional a perceber isto, e penoso que a direita partidária ainda caia no erro de achar que tal ideia é exclusivamente de esquerda e que o que é de direita é pagar a dívida nas condições a que estamos sujeitos pela UE e FMI - como se isto fosse motivo para divisões destas. Entretanto era conveniente termos umas ideias articuladas quanto à reforma das instituições e políticas europeias. As eleições alemãs já não tardam muito.