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Não se pode ter desejos fúteis como uma mala. Não se pode querer querer uma viagem porque isso é um desperdício de dinheiro. Aliás, nem se pode ter dinheiro porque isso é feio. O caso da blogger que queria uma Chanel trouxe ao de cima todo um mundo de virgens ofendidas e polícias da normalidade.
Um país que pára para discutir a decência de um desejo pessoal de uma pessoa é um país pobre. Obviamente, todos os que criticaram o desejo materialista da jovem, passaram o Natal em amor e harmonia, oferecendo apenas bondade de alma. Presentes? Não pode ser. Isso é ser materialista.
Chama-se hipocrisia, o que se assistiu hoje. Uma raiva inexplicável a uma pessoa cujo único crime foi admitir que queria uma mala. Foi atacada, insultada e humilhada em praça pública. A esta onda de indignação de moralistas santos e sem pecado na alma só se pode observar uma coisa: vergonha.
Este caso é um exemplo perfeito da mesquinhez inerente a este país. À inveja que se tem sobre quem tem, quer ter e é livre para isso. O maior problema é o ataque à liberdade individual que uma pessoa tem para escolher o que quer.
As pessoas que criticaram o desejo de ter uma mala não respeitam a liberdade alheia e assumem a si uma verdade do que se deve desejar no ano novo. A vergonha alheia não está na Pepa Xavier, mas sim em quem acha que sabe mais sobre os desejos pessoais de outra pessoa.