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Diamante de Sangue

por Fernando Melro dos Santos, em 11.01.13

Passou a semana. Vou para o meu exercício semanal na carreira de tiro, eu impante do meu país, esse baluarte da modernidade e bastião do progresso.

 

Vinte e dois mil filhos da puta, civilizados até ao torpor, que não seriam capazes de levantar o cu para ajudar o próximo se para tal fosse preciso maior esforço do que um like no Facebook, foram no entanto capazes de organizar e subscrever uma petição cujo teor confere a um cão o mesmo estatuto de um humano, mas de um humano crescido e sociabilizado, atenção, nada de empresários nem de embriões, que os primeiros criaram a crise e os segundos não pintarracham esboços inanes nos muros da cidade, logo não se trata, em qualquer dos casos, da "pessoa humana". 

 

Vinte e dois mil lorpas sem rumo, cuja textura demográfica apostaria, ou melhor, aposto desde já ser composta na sua maioria por jovens, solteiros, desempregados ou funcionários públicos, sem filhos e abstencionistas ou eleitores dessa bizarria acéfala que responde por PAN - Partido dos Animais e da Natureza, deram-se ao trabalho de desafiar todas as leis, normas, regras e sebentas canhenhas da Lógica, e fazendo tabula rasa das evidências que para qualquer ser cogitante bastariam na apreciação deste caso, estiveram-se nas tintas, a saber: para os degenerados que puseram o cão ao pé da criança; para a criança; para a crise e demais problemas sérios; e para os serviços de saúde pública, que caso existissem neste país na sua forma cabal e desejada, acorreriam a internar todos e cada um dos perfeitos alienados, ou se calhar d@s perfeit@s @lien@d@s, cujos cerebelos devem operar por ligação directa às vilosidades intestinais. 

 

O esbulho continua e todos os dias as Câmaras, os Institutos, os Observatórios, Boaventura de Sousa Santos, Pedro Lains, os Cinco Partidos Socialistas e os demais múltiplices avatares da Hidra Abrilista continuam, em sintonia e ressonância, a esbulhar-nos a todos da nossa paciência, da nossa dignidade e da liberdade, económica e mental, que os nossos filhos deveriam, antes de mais, conhecer, e mais tarde gozar.

 

Peço que se compadeçam da minha retrogradez ao não incluir, ainda, os nossos cães que aqui por casa ainda comem na rua, dormem nus e no chão, e levariam um "selo" entre os lombos se acaso ousassem rosnar aos petizes que nos visitam.

 

Faço uma pausa para tragar, de uma vez só, um charuto dos mais hediondos, insalubres, poluentes, e caros que é possível adquirir. Comprei-o com o meu dinheiro, honestamente ganho, e saboreio-o possesso por um prazer apenas comparável ao que me acomete quando imagino as fauces de Arménio Carlos num futuro próximo, em plena execução das propostas ora reveladas.

 

Ainda esta semana rasguei de forma simplificada doze facturas, e incorri em toda a espécie de vilipêndio contra as estruturas neo-pidescas montadas pelo Estadinho dos Tecnicozinhos Imberbezinhos, sempre em conversas particulares das quais, como diria Pérez-Reverte (eu leio outros autores, mas este, não sei porquê, anda-me na mente) no importa un carajo porque como Sócrates, o anacoreta de Paris, bem demonstrou, uma coisa é eu dizer de forma formal, e outra bem díspar será dizer de forma informal. E deve haver nuances, legisladas e constitucionais, tudo sem esquecer que antes de mais deveremos definir o que se entende por "eu": falarei enquanto Fernando, ou na qualidade de contribuinte xxxxxx? Pode ser diferente. É melhor encomendar um parecer aos do costume. Paga-se da reforma dos velhos.

 

Muitas vezes sou invectivado a "ir para a Somália" por idiotas sem espinha que nunca tocaram com as mãos num pobre e não durariam três dias deixados à sua sorte num reino agreste onde tivessem de obter a sua própria comida. Gente que anda por aí tão cagada, do medo que não volte o regabofe e que lhes fechem a teta onde nutrem as fantasias, que já nem homens são, só lhes faltando ofertar o esfíncter na defesa do indefensável a troco das migalhas que caem com a baba dos verdadeiros culpados da crise. 

 

Esperai e não estugueis o passo, que a Somália virá ter convosco. 

 

 

Leitura complementar: o efeito da legalização do aborto na procura por animais de estimação.

publicado às 21:56


7 comentários

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De Anónimo a 12.01.2013 às 01:16

Que post mais nojento. Mostra bem a sua estirpe. E ainda tem a lata de chamar filho da puta aos outros. Você é um triste. Dá pena, simplesmente.
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De Anónimo a 12.01.2013 às 01:20

Não devia ser permitido a uma pessoa como o senhor ter cāes. Tena cuidado, que eles sentem todobo seu ódio e um dia, inesperadamente, antes que lhes possa administrar o tal selo, eles lho administrem a si.
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De Daniela Silva a 12.01.2013 às 01:53

Olhe que realmente, caro Fernando
Acho lamentável que deixe os cães a dormir na rua. Devia arranjar-lhes uma alcofa perfumada - de preferência num apartamento apertadinho da capital - um pijaminha com pompons e lavar-lhe o pêlo com Herbal Essences. Deixar os animais em estado selvagem é de uma 'biolência' inqualificável, numa sociedade que se quer avançada.


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De Bic Laranja a 12.01.2013 às 13:33

Aos cães socializados e com direitos humanos chama-se por ventura quens. Dois especímenes de quens que ladram mais acima.
Bom texto.
Cumpts.
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De Anónimo a 13.01.2013 às 03:37

Engana-se. É queens e nāo quens. Antes de ladrar, pense e aprenda, só lhe fica bem.
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De Duarte Meira a 14.01.2013 às 18:56

Caro Fernando:

Dizia D. Juan Donoso Cortés:

« Entre las personas que yo conzco, y conozco á muchas, las únicas en quienes he reconocido un buen sentido imperturbable, una sagacidad prodigiosa, y maravillosa aptitud para encontrar siempre un escape ó sallida en los negocios mas arduos, son aquellas que han vivido una vida contenplativa y retirada; y al revés no he encontrado todavía, ni pienso encontrar jamás, uno de esos hombres que se llaman de negocios, depreciadores de todas especulaciones espirituales y sobre todo de las divinas, que sea capaz de entender negocio ninguno; a esta classe numerosissima pertenecen aquellos que toman por oficio enganar á los otros .... »

É este o caso do burlão foragido em Paris. Associar  a um tal javardo o termo que usou, ainda por cima com maiúscula, foi, meu caro, um erro infeliz da sua parte e que me deixou perplexo. (Possivelmente por transigente associação com  a expressão batida "travessia no deserto".) Peço-lhe o favor de corrigi-lo. Não convém misturar coisas imiscíveis.
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De Fernando Melro dos Santos a 14.01.2013 às 20:38

Está feito. Regozijo em saber que alguém mais abomina esse produto maior da tacanhez portuguesa.

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