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Ferro Rodrigues ainda acredita em estórias da carochinha. Só isso, e apenas isso, consegue explicar o porquê de o ex-líder socialista, agora alçado a uma espécie de Sedvém da esquerda festiva, acreditar que num dia não muito longínquo a totalidade do espectro partidário português unir-se-á em torno de um programa de salvação do que está e teima em estar. Alguém acredita que o partido dos órfãos norte-coreanos e o ajuntamento de pequenos burgueses dados a radicalismo estéreis juntar-se-ão às restantes "forças vivas" - sim, falar em sociedade civil em Portugal é um exercício a que nem o Professor Karamba arrogar-se-ia - na reforma que urge fazer? Receio bem que Ferro Rodrigues ande a ler contos infantis em excesso, porque, muito francamente, há afirmações que só um total alheamento da realidade pode justificar. Um compromisso é necessário, diria mais, é indispensável, isto, claro, se os fautores da capitania oligárquica abrileira ainda quiserem salvar o mínimo dos mínimos, contudo, um pacto de regime implicaria uma faxina bem profunda em muitos dos interesses que por aí deambulam. Coisa difícil, não é? Com um debate político em níveis tão baixos temo que a primavera que ora se aproxima reserve muitas surpresas.