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Não sei se está escrito no manual de instruções da TVI. Não sei se está escrito na clausula contratual sobre conflitos de interesse. Mas não tenhamos dúvidas que a questão deontológica será colocada, se não preventivamente, certamente na sequência da cobertura da candidatura de Fernando Seara pela TVI e, designadamente, pela jornalista Judite de Sousa. São estas ligações político-mediáticas (não ponho o Futebol ao barulho) que suscitam ainda mais dúvidas no espírito do cidadão, toldado por pecadilhos atrás de pecadilhos do firmamento político nacional. Quando o Jornal Nacional abrir às 20 horas será que a Judite se vai referir ao candidato como "o meu Nando" ou "o candidato Fernando Seara"? Mesmo que não abra a boca, mas apareça em estúdio na TVI com um laço engraçado ao pescoço, a sugestão será imediata. A insinuação será instantânea. Que um dos jogadores foi ajudado pelo árbitro. Não há nada a fazer. Faz parte da natureza humana, seja boa ou má. O grau de parentesco ofuscará as mais brilhantes noções imparciais que a Judite de Sousa venha a proferir. A direcção de informação da TVI tem, a meu ver, que realizar uma reunião de emergência para aferir as várias dimensões desta relação de parentesco. Num quadro de normalidade ética, o adequado seria haver uma forma selectiva de nojo que determinaria a abstinência da Judite de Sousa sempre que o seu marido viesse à baila televisamente. Uma separação temporária e não um divórcio. Não me parece que seja esse o caminho que irão tomar. O tele-espectador sentir-se-ia respeitado e a TVI abriria porventura um precendente no que diz respeito ao comportamento dos media no capítulo das ligações perigosas. Se algum dos visados tiver um mínimo de decência, saberá recuar e prestará um serviço à já fragilizada Democracia Portuguesa. Esperemos para ver. Ou melhor, esperemos que não tenhamos de ver um triste filme que envolve vários corpos de influência. Ás oito, pontualmente na TVI.