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Cameron

por João Pinto Bastos, em 26.01.13

 

Com tanto profissional da léria a ocupar os lugares cimeiros da administração da coisa pública por essa Europa fora, não posso deixar de mencionar o exemplo dado pelo bretão David Cameron. Nunca fui , e tenho de ressaltar este aspecto comezinho, um apreciador muito devotado da causa cameroniana, não obstante todas as promessas de boa governação emitidas pelos tories aquando das últimas eleições legislativas. Era difícil aguardar uma grande mudança após um longo e penoso interregno blairista. No entanto, os últimos dias, as últimas semanas, os últimos meses, têm-me feito, ao contrário do que eu próprio esperava, modificar a minha opinião a respeito do líder britânico. Dono de um verbo acutilante, incisivo no que interessa, defensor do que importa, Cameron resolveu afrontar com pinças as demais lideranças europeias; promete um referendo para indagar sobre a disponibilidade do povo britânico em permanecer na União desunida e, cereja no topo do bolo, deseja renegociar a participação da Grã-Bretanha no imenso caldo de divisões que dá pelo nome de União Europeia. Num discurso simples e directo Cameron fez aquilo que muito pouca gente foi capaz de fazer: discutir sem pruridos o projecto europeu, trazê-lo à liça e questioná-lo nos seus fundamentos. Coisas que, como se sabe, não são discutíveis segundo algumas aves raras que andam por aí a perorar sobre tudo e sobre nada. O que importa é que há lugares nesta Europa rasgada que ainda sabem o que significa a democracia, a liberdade e o direito, e que discutem, sem freios, a participação nesse projecto há muito desvirtuado. Outro aspecto importante e pouco ressaltado nos media, mas que vale a pena referir, é o facto de, ao inverso do que muitos pensavam, a comunidade de negócios britânica não encarar com desdém uma possível desvinculação da Grã-Bretanha da Europa, o que, vendo bem as coisas, é um indício bastante significativo do apoio que Cameron conseguiu granjear neste intento arriscadíssimo.

publicado às 12:43


3 comentários

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De Nuno Castelo-Branco a 26.01.2013 às 12:58

Falam de números e mais números, mas parece que a Grã-Bretanha é com a Alemanha, um dos principais contribuintes da comunidade. É ou não é? 
Já reparaste no tom com que o sr. Martin Schultz - escreve-se assim? - fala, num contra-ataque auto-vitimizador? Como se aquela gente de Bruxelas-Estrasburgo fosse digna da mais ínfima confiança! Quando a eles me refiro, estendo a coisa aos que a nível nacional temerosamente seguem as directivas, Aníbais incluídos. 
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De João Pinto Bastos a 26.01.2013 às 13:26

O Schulz que se cale e que vá conferenciar com os manifestantes do seu país de origem. Quanto ao resto, a única coisa que lamento é não haver ninguém, Portugal incluído, que seja capaz de emular o gesto de Cameron. Não digo, no nosso caso, que devamos romper com Europa, mas, vá, por que não questionar o consenso em torno da coisa? Um pouco mais de imaginação, please.
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De Anónimo a 26.01.2013 às 13:22

http://www.ionline.pt/portugal/dciap-encontrou-declaracao-empreiteiros-cediam-lucros-raposo

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