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Arménio Carlos, professor de racismo

por John Wolf, em 27.01.13

 

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, escolheu o momento mais pedagógico, rodeado de professores, para demonstrar inequivocamente que é um racista. Não há absolutamente nada que possa fazer para redimir-se. Ficou registado e não se apaga. O dirigente sindical ofende e insulta muitos homens e mulheres, mas não atinge o rei-mago do FMI com argumentos baseados na inteligência, na ética ou no próprio tom de pele. Este senhor está bastantes níveis acima do Carlos. O Carlos não dispõe de argumentos para se esgrimir de um modo honrado, por isso serviu-se de um rasgo gutural sincero. Revelou através da raiva, a sua verdadeira natureza extremista, fascista, muito mais danosa que as esquerdas ou direitas todas juntas. O Arménio Carlos, ao expressar-se de um modo intencionalmente racista, inclui nessa discriminação os trabalhadores Portugueses de origem Africana, sejam Cabo-Verdianos, Angolanos, Moçambicanos ou os de origem Indiana como os Goeses. Todos eles agraciados com uma tez própria, mas com os mesmos direitos laborais. O Arménio Carlos declara-se profundamente antagonista da história de Portugal que integrou tantos credos e tons de pele. Ao servir-se do qualificativo "mais escurinho " está a referir-se, sem o desejar (ou não), a mais gente que também tem responsabilidades na representação de princípios e valores. Ora vejamos; o Presidente da Câmara de Lisboa António Costa, o deputado Narana Coissoró ou a mulher do Primeiro Ministro também caem na "categoria" de mais escuros. O sindicalista julga que beneficia de um estatuto de imunidade racial, como se fosse intocável por ser líder daqueles que, por trabalharem, têm o direito de cometer os atropelos que entenderem. Contudo, há uma ilação a extrair desta barbaridade preconceituosa do Arménio Carlos. Se pensarmos sobre a relação entre a questão racial e o poder político, estranhamos que no Parlamento ou no Executivo não se vislumbrem outras cores, para além do Rosa, Laranja ou Azul. O mesmo ocorre na oposição que nunca chegou ao poder, que está parada no Vermelho, no semáforo da separação ideológica. O proferido por Arménio Carlos merece a maior condenação possível, independentemente do conceito de politicamente correcto que se venha a adoptar. Um homem com esta inclinação não merece chefiar a luta contra a escravatura imposta pela Troika. Podem ter a certeza que a Troika é daltónica. Para além de surda e muda, também é cega.

publicado às 14:33


20 comentários

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De Nuno Castelo-Branco a 27.01.2013 às 22:58

John, em Angola e Moçambique todos sabiam o que por lá se passava e se nas províncias ultramarinas o regime era injusto, pelo menos livrou a geração dos meus pais - e a minha - dessa vergonha. Estávamos atónitos com o descaramento dos norte-americanos, formalmente nossos aliados e ferozes críticos da presença portuguesa em África. Tudo fizeram para nos prejudicar no campo diplomático e militar. Escandaloso, éramos e ainda somos aliados. Com o decorrer do conflito, a "comunidade internacional" verificou que nos dois maiores territórios a guerra não estava a cumprir aquilo que as duas superpotências imaginaram, quiçá uma rápida vitória dos seus fantoches do MPLA, FRELIMO, FNLA. Adoptaram outros expedientes, enveredando por um imenso rol de mediáticas atoardas acerca de "massacres". Nisto colaboraram escandalosamente certas grotescas igrejolas protestantes Made in USA, num descarado labor subversivo ao qual o Estado português pouca resposta poderia dar, verificando-se a enorme influência que esses patetas exerciam sobre a administração que no Vietname fazia uma guerra que transformava o conflito nos territórios portugueses, em meros treinos sem qualquer importância. 
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De Nuno Castelo-Branco a 27.01.2013 às 22:59

Isto serve para explicar a total falta de credibilidade de certas histerias do politicamente correcto empanturrado até à exaustão pelos media norte-americanos. Obama ganhou as eleições com um grande número de eleitores brancos, disso não existe a mais pequena dúvida e a sua chegada à Casa Branca consistiu num necessário appeasement que levou muitos negros a sentirem-se mais integrados. Por outro lado, também existe uma ridícula condescendência para o recontar da História, permitindo-se todo o tipo de disparates que nos EUA são levados muito a sério. A própria classificação de "caucasiano", "hispânico" e afro-americano é completamente ridícula, falsa e abusiva. Ainda não há muito tempo, uma professora "afro-americana" - é este o termo correcto, não é? Quando lá estive e disse que era afro-português, iam-me matando ;) - garantia que Cleópatra era africana e "tão negra" como ela própria! Isto, com o ar mais seriamente enervado deste e do outro mundo. Falava a fulana do Antigo Egipto e a conclusão que tirou foi a de colocar o reino dos faraós ao mesmo nível de outras culturas africanas como a do Zimbabwe, Benim, etc. O Antigo Egipto como um dos berços da civilização ocidental era para a "doutora" uma coisa tão estranha como a existência de venusianos. Em suma, não entendem nada de nada e se então passarmos ao catastrófico episódio da escravatura, metemo-nos num barril de nitroglicerina. As coisas que por lá ouvi, meu Deus! Tendo nascido num país que aboliu no seu território europeu a escravatura uns 100 anos antes da Guerra da Secessão, pelos states acreditam piamente que todos aqueles milhões de infelizes desembarcados nas antigas 13 colónias, foram escravizados devido ... a "aliens" provenientes do sudoeste europeu. No momento em que se espancavam miúdos negros por se atreverem a entrar em escolas reservadas a brancos, metade da minha turma na primária (1965-66) era composta por negros. Em Lourenço Marques, Moçambique. Podia estar aqui a noite toda a falar disto, mas não vale a pena, sabes do caso tão bem ou melhor que eu próprio. Quanto ao Arménio, o homem é um descerebrado e um boca-rota, enfim, um embaraço para os seus próprios aliados. Se há quem disto ainda não se apercebeu, parece-me ter chegado o momento para fazê-lo, até porque antes do 25 de Abril, o Palácio de S. Bento contava com uma boa quantidade de deputados negros provenientes do Ultramar. Quantos lá se sentam hoje em dia? Que eu saiba, o CDS fez eleger um mestiço e ficamos por aqui. Repito, o CDS, não um dos camaradas da esquerda.
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De Pedro Castanheira a 28.01.2013 às 08:35

Em Angola ainda era pior por causa dos diamantes e do petróleo. Desconfiávamos de todos os americanos que chegavam a Luanda e nem os agentes da Ford escapavam à suspeita.
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De John Wolf a 28.01.2013 às 10:13

Viva Nuno,
A afirmação não deixa de ser grave qualquer que seja a paragem e independentemente da nacionalidade da pessoa que a produz. O problema é deixá-la passar de um modo impune. Se toleramos esse desvio ao abrigo do princípio de um "mal maior" que nos aflige (Troikas e companhias), grão a grão chega-se à intolerância de facto, à xenofobia, ao nacionalismo que conduz à cegueira. A palavra foi muito mal escolhida e não pode passar por uma graçola.
Obrigado pela achega!
Cordialmente,
John 
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De Nuno Castelo-Branco a 28.01.2013 às 12:06

A graçola vai passar, podes ter a certeza. O bando deles funciona sempre em matilha nada de mais dali sairá. Silenciam a coisa e tudo segue como dantes. Os tratos de polé ficam para o Berlusconi...;))))

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