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" Esse olhar silencioso
Em que lingua se traduz?
Fala-me, oh astro saudozo
luz do céo, pallida luz!

 

A encantadora simplicidade dos versos de João de Deus, o seu caracter espontaneo e apaixonado, traduzindo em formas singelas e irreprehensiveis os sentimentos da sua bella alma - eis as qualidades que fizeram do poeta um vulto litterario de primeira grandeza ( ... )
A frescura, a ingenuidade e a vehemencia do seu lyrismo recordam-nos as eclogas de Bernardim Ribeiro, o poeta apaixonado e terno ( ... ) "
Fortunato de Almeida, « Revista Contemporanea »

 

Mas não é só esta faceta de poeta que vou buscar ao baú do meu Pai, em forma de estantes. Nas estórias que ia contando, a que retenho mais longínqua no tempo é a de ter aprendido ele a juntar as letras pela Cartilha Maternal, ainda antes da entrada na Escola Primária, devendo tais bons ofícios à generosidade do que havia de ser o seu professor durante os quatro anos curriculares, vizinho muito próximo, que nunca esqueceu até ao fim dos Seus dias, indelével foi a marca que deixou na Sua vida, de molde a considerá-lo « o segundo pai ». Basta dizer que, franqueando-lhe a sua biblioteca, O cativou para sempre para o amor aos livros.

 

publicado às 22:24


9 comentários

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De Jorge.oraetlabora a 29.01.2013 às 02:24

Bela homenagem ao grande Poeta, Educador e Homem bom, João de Deus Ramos, um algarvio, de São Bartolomeu de Messines !
Um Poeta maior injustamente esquecido nos últimos tempos, em que pululam os medíocres que nem sabem expressar-se na bela língua portuguesa... !
"Campo de Flores" deveria ser obrigatório logo na escola primária (não quero saber como lhe chamam hoje, com tanta mudança e adulteração...), para que as crianças recebessem logo na infância o perfume da beleza da língua pátria ! 
(mas que digo eu, se os altos agentes da educação em Portugal se calhar nunca ouviram falar deste Poeta... !?)
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De Cristina Ribeiro a 29.01.2013 às 17:11

Tudo isso ele foi, Jorge. Mais um dos nossos Grandes que fazemos por não merecer. A ingratidão é uma maleita que se enraizou entre nós, despudoradamente. E quem perde são quem os ignora.
« Campo de Flores », uma jóia, sim!
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De Duarte Meira a 29.01.2013 às 18:39

Mais umas pétalas de Campo de Flores que ele soube cultivar na terra:

Eu digo, quando assoma
o astro criador:
- Deus me fizesse aroma
de alguma pobre flor!

E digo, quando passa
uma ave pelo ar:
- Deus me fizesse a graça
de asas para voar!


(...)

E que lá desse Campo de Flores perpétuas, que não murcham, aonde gozará da graça que pedia, o Poeta lhe faça chegar algum aroma do Céu a si, Cristina. Que bem no merece, por a magnífica Antologia dos mais altos Valores portugueses que vem fazendo neste blogue!

A Cristina está a fazer aqui o que sucessivos ocupantes do ministério da "Educação e Cultura" há décadas se têm esquecido de fazer - ou têm tentado desfazer. Pois só a negligência ou a mais crassa incompetência, ambas criminosamente anti-nacionais, podem justificar que um Poeta deste quilate - que foi também um insigne Pedagogo e patrono duma obra pedagógica que vem até aos nossos dias - não seja lido e estudado nas nossas escolas públicas.


(Por falar em algarvios, permita-me a Cristina sugerir que qualquer dia, se puder ser, aqui lembre o primoroso sonetista do Promontório Sacro, que foi Cândido Guerreiro; ou João Lúcio, que foi tão fiel legitimista quanto talvez o súbdito poético mais eloquente desse Reino do Algarve.)
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De Cristina Ribeiro a 29.01.2013 às 20:04

Obrigada, por tão simpáticas palavras, Duarte ImageImage




Fala-me em dois nomes totalmente desconhecidos, mas, vinda de quem vem a sugestão, a garantia de alto coturno está assegurada, e a curiosidade despertou já .
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De Jorge.oraetlabora a 29.01.2013 às 22:55

Agradável tertúlia literária !


Bela a lembrança de Duarte Meira ao evocar outros algarvios, grandes nomes da Literatura Portuguesa, injustamente esquecidos hoje, mercê porventura da grosseira ignorância que grassa pelos detentores das pastas da Cultura:


o excelso Poeta de Alte (Loulé) CÂNDIDO GUERREIRO (no meu tempo do Liceu, passava sempre por aquela que fora a sua casa, nas imediações do Liceu, e que era conhecida pela "Casa do Poeta"...);

e o insigne tribuno e Poeta de Olhão, JOÃO LÚCIO, autor de uma antologia poética de assinalável valor.


Gostaria de fazer presente aqui um outro Poeta algarvio (também já falecido), decerto ainda mais desconhecido do grande público, mas que é um escritor de fino recorte: ANTÓNIO PEREIRA. Natural de Armação de Pera, concelho de Silves, o seu poema "A minha rua tem o mar ao fundo" é um hino à terra natal, mas imerso num profundo louvor a Portugal.



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De Cristina Ribeiro a 30.01.2013 às 00:10

Outro que desconhecia, Jorge. Eles não merecem o ostracismo a que foram votados, e nós, por outro lado, merecíamos que os responsáveis os divulgassem. Um país que se dá ao luxo de ignorar os seus melhores, é um país que não é digno da sua dedicação.
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De Jorge.oraetlabora a 30.01.2013 às 00:37

Cristina, quando eu tiver tempo transcrevo-lhe o belo poema "A minha rua tem o mar ao fundo" do saudoso e grande Poeta armacenense António Pereira.
Vai gostar, pois tem uma vibração onde se mesclam sentimentos filiais, amor à terra e à Pátria, numa linguagem perfeita e bela.
Até breve. Cumprimentos.
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De Cristina Ribeiro a 30.01.2013 às 18:55

Obrigada, Jorge.
 Cumprimentos.
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De eduardo miguel a 30.01.2013 às 20:30

Meu sonho e ser um aritista poetico

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