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Não existe um país no mundo que não tenha o seu cardápio de plagiadores. Os copy-pasters vêm em todas as cores e feitios. Não há nada que possa ser feito para limpar o sebo ao conhecimento, à sabedoria que encerra em si o DNA do seu autor e que sai da boca para fora. Ladrões de intelecto operam na China, nos EUA, na Guatemala, na Alemanha, e também em Portugal. Existe porém uma diferença abismal entre o ministro Miguel Relvas e a ministra de educação da Alemanha que foi apanhada volvidos trinta anos sobre a atribuição do seu "alegado" doutoramento. Se em Portugal, a Universidade que o certificou, tomasse uma decisão para despromover Relvas, provavelmente ao homem seria dada a equivalência ao quinto ano de escolaridade. Enquanto muitos nativos se regozijam com as escorregadelas dos alemães, em virtude do estado de sujeição política e económica em que o país se encontra, pecam por não integrar na sua análise um aspecto fundamental. Refiro-me às consequências políticas que resultam da fraude. Independentemente do assalto à tese de doutoramento ser verdade ou não, a ministra alemã apresentou quase de imediato a sua demissão à semelhança de outro colega de fraude. Não arrastou um país inteiro para um tira-teimas privado, que apenas a si e à sua consciência dizem respeito. Teria sido simpático se o José Sócrates, que esteve envolvido em sérias dúvidas académicas, tivesse aberto o precedente ético, abandonando de imediato a posição que ocupava. Se o tivesse feito facilitaria a vida ao colega Relvas e provavelmente a tantos outros com graus académicos conferidos administrativamente. Muitos sabem do que falo. Refiro-me a licenciaturas que foram "dadas" no calor da Revolução de Abril e que autorizam, mas não capacitam muitos indivíduos para exercer a sua profissão. Felizmente, para mandar umas postas de pescada em blogs, não careço de autorização prévia. Afinal "the grass is not always greener over there".