Precisamente, Filipe, a questão está na "vingança" que o leitor pretende e que já adivinho. Por muito mau que um governo possa ser - e já tivemos outros bem piores e que nem sequer tinham legitimidade para governar, recordando-lhe apenas os catastróficos "governos provisórios" -, trata-se apenas de uma questão de legitimidade. Mil, dez mil, cem mil ou milhão de pessoas aos berros num dado momento, nada mais significam senão aquilo que na realidade são: um grupo menor ou maior de furibundos com o sistema mas que apenas se representam a si mesmos. Se quiser discutir o sistema eleitoral que temos, então podermos fazê-lo. O que se torna irónico é verificarmos que quem mais barafusta contra o actual intervencionismo extorsionista do Estado, são precisamente aqueles que idealizam um Estado omnipotente, infalível e quiçá, totalitário. Um absurdo.